segunda-feira, 18 de junho de 2012

TO THE LORDS OF THIS WORLD





Aos Senhores deste Mundo,


Escrevo aos Senhores deste Mundo e, sobretudo, àqueles detentores de um mandato ou de legitimidade democráticos.
Se, é certo, a Democracia passa por aquela que na representatividade e, logo, no sufrágio universal e secreto se revê e que tem no pluralismo partidário somado à liberdade de expressão e ao Estado de Direito a sua incontornável expressão, Ela não se esgota neles.
Se a Democracia fica por aí, o que já não é nada mau, diga-se em seu abono, ela fica, no entanto, fragilizada e pela rama.
E esse é o ponto em que estamos.
Para que esta vingue ou chegue à sua maturidade, galgue, passe ou trepe para lá dos muros, navegue passando os cabos das tormentas é, não apenas necessário que ela floresça em participação, isto é, no exercício que da cidadania na multiplicidade de organizações livres se expressa como, mais e mais profundamente do que isso, naquele outro que à cidadã ou ao cidadão na sua singularidade e por provas dadas os reconheça e legitime.

Provas dadas.
O que vem a ser isso?
Resumidamente, a participada atitude destes, da cidadã ou do cidadão, por mérito próprio e diante dela.
Perante a Democracia.
O que eles fazem, individualmente considerados, no sentido de concorrer para o desenvolvimento, isto é, para o aprofundamento da Democracia, de tal modo que completando o círculo ou o edifício democrático, a enraízem dando-lhe não apenas sustentabilidade mas a seiva sem a qual ela definha.
Podendo vir a ocupar, por essa via, o próprio vértice do edifício democrático global que como câmara de ressonância e concertação reservada a todos os interesses globalmente considerados, num Mundo que é só um deva, tem de legitimamente conciliar, contemporizar.
E que, se é escrutinável, assim a própria ou o próprio a isso se têm publicamente de dispor e enquanto o seu compromisso não seja quebrado, não podendo, contudo, pelo voto universal ser sufragável.
Na seiva que nos corre nas veias, a vida de cada um de nós é, em absoluto, legítima.
Aquilo que, em última instância, preenche o vértice que no logotipo da cimeira em que participais, por ora e como nele o podereis constatar, ainda lhe falta.
Seiva.
O nutriente, o sangue, o vigor, a energia.

Se essas provas vão ao arrepio da Democracia e importa sublinhar que Democracia implica tolerância e que esta obriga a que nos saibamos colocar no lugar do Outro, seja ele qual for, fraco ou poderoso, singular ou institucionalmente considerado, ou a justificá-lo ou a aceitá-lo e que este é o princípio motor da Paz, então essas provas têm, não apenas de ser estender no tempo como, também, tornarem-se visíveis, transparentes para quem as quiser seguir, percorrer e comprovar.
Têm, além disso, de se mostrar congruentes no seu exercício, isto é, consequentes em quem as diz praticar.
Na sua visibilidade não podem senão corresponder à atitude real de quem as exercita.
Têm de ir ao encontro do espírito democrático, reforçando-o.
E, nos seus conteúdos, não podem pôr em causa a própria Democracia sob pena de, irremediavelmente, a ou se comprometerem.

Aos Senhores deste Mundo, Excelências,

Dizei-me em que é que não correspondo eu a este perfil, a estes requisitos?
Mais, que não estou para lá dos interesses específicos, particulares, nacionais, culturais, religiosos mesmo ou por maioria de razão daqueles que representais ou que não seja respeitador da separação de poderes?
Colocando-me, pois, numa perspetiva global e democrática indispensável à abordagem dos nossos presentes e dilacerantes dilemas que tudo têm a ver com a candência de um Novo Paradigma de Desenvolvimento sem o qual nos afundaremos de crise em crise?
Teria sempre de me expressar numa língua viva e porque não nesta!?
É só escrutinarem-me neste fio condutor que, paulatinamente, por todo este meu blogue, publicamente, Vos vou expondo, expondo-me.
Isto para não falar já do que o antecede, escrito em papel, manuscrito ou processado, de há mais de vinte e três anos a esta parte e que, à escala, a este mesmo padrão sempre correspondeu.
Dizei-me se numa predisposição que indefetível se mantém, aquilo que faço e escrevo é de somenos!?
E dizei-me, já agora, em que é que por minha ação Vos ponho em causa!?
Que valia às Vossas que também são as nossas causas eu não acrescento!?
Que provas mais terei de dar!?
Resiliente, neste meu propósito permaneço e permanecerei.

Seeing and writing far behind, realistic and consequent, that’s my lemma as You all, hear through, may confirm.
Yours

Vosso


 

 

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Junho de 2012

Sem comentários: