Jaime Latino Ferreira, Folhas Velhas I, Junho de 2010
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Caiem as folhas da árvore
em calçada ou pedra mármore
são como estrelas cadentes
irradiam e caiem rentes
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São o que sobra nos dentes
alinhados de meus pentes
são cabelos que desmaiam
pelo chão por onde caiam
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São folhas velhas que raiam
tristes discursos que saiam
de bocas sem terem sentidos
de sentimentos fingidos
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Acinzentados carpidos
sem serem d'alma esculpidos
folhas que caiem juízos
de cátedras dementes sisos
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Amontoam-se em jazigos
onde amadurecem figos
folhas velhas embaraços
deixai passar os meus traços
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Piso e repiso
o chão que aliso
há folhas velhas
e o meu sorriso
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Junho de 2010
Jaime Latino Ferreira, Folhas Velhas II, Junho de 2010
12 comentários:
belas folhas velhas! de um início de Verão
e bonito poema, assim lido de uma assentada
e ensonada...
é verdade, andaste na academia...de poetas?
Manuela
MANUELA BAPTISTA
Olha lá, terás sido tomada por um academismo persistente ...!?
Bom que saibas que nada tenho contra os académicos a não ser pela dificuldade que têm em instilar o seu próprio discurso, quantas vezes, do testemunho pessoal!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Junho de 2010
"Piso e repiso
o chão que aliso
há folhas velhas
e o meu sorriso"
Olá..!
Saudades saudades já as tinha...
de Vocês meus Queridos Amigos
Olá Jaime..!
Andou na academia de poetas..?!
Ousaria dizer que sim...
ou que talvez não
Pois escrever-se assim é com tinta da alma e esta só há em quem está VIVO
e em Si meu bom Amigo há sempre a plenitude da alma no que nos escreve
Gostei muito..!
Um grande abraço..!
dulce ac
As palavras e a sua sonoridade...
neste blogue, quanta saudade!!
Folhas velhas, rentes ao chão,
escondem tanta imaginação!
Caro poeta e autor,
amigo e comentador,
tal como as folhas na calçada,
venho despedir-me de uma assentada!
O meu blogue, morreu coitado,
apesar de muito estimado.
Não sobreviveu às agruras,
do pc e suas desventuras.
Restou apenas um selinho,
destes que pomos num cantinho...
oferecido com carinho,
e claro está, um beijinho!
Um grande abraço,
Eva
As folhas velhas são pedacinhos da alma das árvores
Beijinhos
Jaime...!
e a música que aqui ouvimos é
completamente maravilhosa
e é tão importante
no complemento do Seu poema
abraços..!
dulceac
DULCE AC
Minha Querida Amiga,
Bons olhos a vejam!
A verdadeira academia de poetas não amputa os próprios daquilo que eles escrevem ...
Com tinta de alma, exactamente!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Junho de 2010
EVA GONÇALVES
Minha Querida Amiga,
Quanta saudade, bem o diz ...!
Vou dizer à Manela que guarde o Seu selinho que antecipadamente agradeço, no Seu cantinho dos tesouros.
Irei vê-lo ...
Não se despeça, quem sabe ...!?
Muitos beijinhos gratificados
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Junho de 2010
FILOMENA CLARO
Estimadíssima,
Muito oportuno o Seu comentário que, longe de mim (!), contrariá-lo!
Oiça só para este terceiro andamento do Concerto de Bach ...
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Junho de 2010
DULCE AC
Dulce ...
... foi o que eu também achei inclusivé pelo amarelo dos ... patinhos!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Junho de 2010
Ai,as folhas velhas!
Caem mesmo,contam histórias...
Eita que vir aqui é sempre deleite!
Beijinhos aos tertulianos
Linda Simões
LINDA SIMÕES
Minha Querida,
Eita que vê-La por aqui e mesmo se não a assisto como deveria, nos Seus dois blogues, é prazer que me enche a alma de tertúlia bendita!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Junho de 2010
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