sexta-feira, 11 de junho de 2010

POLÍTICA

Jaime Latino Ferreira, Vaga de Fundo, desenho de 2007
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Política é o subjectivo das objectividades que se tracem e que estando sempre presente, diante das vagas que se sucedem, com vista a tomar as decisões de fundo na orientação a dar ao exercício do poder, estratégicas como tácticas, dependendo da transparência, pode induzir confiança como desconfiança acrescidas.
É escusado dizer que o subjectivo está sempre presente, dele nos não podemos extirpar e quem o julgue poder fazer está, inevitavelmente, a introduzir subjectividade, aquela de quem dela se pretende livrar, a pior das subjectividades (!), nas decisões que queira tomar.
Não há discurso apolítico!
É claro que a objectividade é fundamental na tomada de decisões e que sem ela corremos o seriíssimo risco de contornar o que não pode ser contornado, essa dimensão fundamental, rígida da realidade ...
Mas sem subjectividade, perspectiva, ideologia e, sobretudo, sem prospectiva, a capacidade de ver para a frente e à sua luz no momento da tomada de decisões não se acertará, tão pouco, em nada daquilo a que nos proponhamos!
Ele há que encontrar o justo equilíbrio entre o objectivo e o subjectivo.
Subjectividade ...
E o que é a subjectividade?
É a incontornável forma do objectivo de que nenhum de nós se consegue despir e mesmo nas ciências ditas exactas!
São as camadas de que qualquer um de nós se reveste, que nos dão uma individualidade própria e única na análise e abordagem dos problemas concretos, dos factos, do que é objectivo!!
É a capacidade de discernir perante o que nos é dado ver!!!
A esse subjectivo se chama política que será com maiúscula se contiver, em si mesmo, mais do que perspectiva ou ideologia, a tal capacidade abrangente, tê-la-á de ter das próprias ideologias que as seja capaz de congregar muito para a frente sem esbater a singularidade de quem prospectiva e sem a qual se perde também a noção do indivíduo concreto em relação ao qual as decisões devam ou tenham de ser tomadas.
Os tempos urgem e quando falo do tempo falo da globalidade do tempo!
No tempo do Um que a Todos na sua singularidade os congregue, mais do que na emergência da situação económico financeira, em nome das alterações ambientais, sem as perder de vista e diante das quais a primeira, dando sinais com elas convergentes e não se compadecendo mais com tacticismos, cito (!), é uma simples brincadeira ...!
Há uma vaga de fundo que se levanta!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 11 de Junho de 2010

10 comentários:

somethingformypleasure.blogspot.com disse...

Pois é meu caro,

Resumirei este comentário, colando-o às tuas duas últimas inserções, esta e a anterior.

Aplaudirei em particular a última dirigida ao Aníbal, nosso presidente.

Em relação ambas e para não me alongar repetirei o que já escrevi antes, algures:

...há que modificar, alterar profundamente, os falsos paradigmas em que temos navegado.

Pegando no que o Zé Mattoso concluiu, baseado em investigação recente, no passado, nós, portugueses, deixamos pelo menos com identificação indiscutível, 2.300 edifícios ou monumentos espalhados pelo Mundo. (desde o continente americano até ao extremo oriente)

Naqueles tempos, quanto muito com a ajuda do astrolábio (e uma grande fezada) descobrimos 2/3 do Mundo.

Hoje, nem com o porrete do GPS conseguimos acertar no rumo...cá dentro!

Parabéns,
acho que deste um bom contributo para mudar paradigmas.

Espero é que alguém responsável, ao lê-los, os entenda.

1 Abraço

Jaime Latino Ferreira disse...

JOSÉ FERREIRA


Meu Querido,

... nem com o porrete do GPS conseguimos acertar o rumo ...!

Fina ironia!

Estou certo que ao lê-los, aos meus textos, os entenderão e, por via das dúvidas, aqui ficam, marcam posição e com tudo o resto incluído, fazem paradigma.

É mais importante fazê-lo do que aos outros os derrubar!

Um grande abraço


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Junho de 2010

Linda Simões disse...

" O filósofo francês do século XVI, la Boétie, dizia quea história das associações políticas entre os homens é a história da própria servidão. E acrescentava que essa servidão é voluntária..."

É o homem naturalmente sociável?
Como ocorreu a divisão da sociedade entre aqueles que mandam e aqueles que obedecem?

Que motivos levam uma maioria a se entregar naa mãos de poucos para que estes conduzam suas vidas?

O que é enfim, o poder político?

Muitas das respostas dadas a essas interrogaçoes apontam para questoes éticas,para aspiração de um bem comum entre os homens...


E o bem comum é tão somente a soma das condiçoes concretas que permitem aos membros de uma sociedade alcançar um padrão de vida civilizada,compatível com a dignidade da pessoa humana...


Não há discurso apolítico!


...


Beijoquinhas,


Linda Simões

somethingformypleasure.blogspot.com disse...

Ó Jaime,

Aguenta-te lá com esta, vinda do outro lado do Atlântico!

Agora começo a perceber porque razão o Lula foi eleito!

Hã grande Linda!

Citar um humanista como o Étienne que embora já distante, continua actual, é de grande oportunidade.

Assim é que é! Há que fazer perguntas, questionar.

Repudiemos pois a Servidão Humana...(ó Somerset, desculpa lá...) ou desculpa lá tu Étienne, pelo Discurso da Servidão Voluntária...)

Quanto a ti Jaime, olha, já o disseste tu:

"naõ há discursos apolíticos"

tal como não há "almoços gratuítos"

Para vocês

um abraço solidário

Jaime Latino Ferreira disse...

LINDA SIMÕES


Linda ...!

Não é apenas a soma das condições concretas que permitem aos membros de uma sociedade alcançar um padrão de vida civilizada, compatível com a dignidade humana o que já não é pouco mas é também a diferença sem a qual a soma não se realiza.

E é neste justo equilíbrio sempre por refazer e por ajustar-se que se explicam quer as assimetrias como as simetrias de que fala e se a história das associações políticas entre os homens é a história da própria servidão também o é da sua libertação nas quais o próprio poder político desempenha, para o mal e para o bem, o seu papel!

Um beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Junho de 2010

Jaime Latino Ferreira disse...

ZÉZINHO


Então que tal, aguentei-me ou não!?

Basta-te um cheirinho anti-poder, desculpem-me lá a Linda e os outros, para logo te empolgares com um pé cá e o outro do outro lado do Atlântico ...!

Porque poder és lá tu capaz de tal!???

Abraços


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Junho de 2010

manuela baptista disse...

eu é que já não sei

se os políticos estão errados
e as políticas certas

se as erradas políticas
conduzem às certezas indigestas

a política deveria ser uma arte!

aí sim!
vaiavámos
aplaudíamos
entrávamos em cena
misturávamos as cores
construíamos o argumento

ou uma escada como esta...

os melhores
estariam tanto em baixo como em cima
pois apenas decide bem, aquele que experimenta tudo!

grande anarquia não?

olá político!

Manuela

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA BAPTISTA


A Política e lá volto eu a escrevê-La com maiúscula ... é uma arte!

Quer a vaivássemos ( onde é que foste desencantar tão arrevesado verbo!? ) quer não e por mais anárquica, mais do que aquela com que nos confrontamos julgo ser difícil (!), que fosse a situação ...

Política és tu, bem maiúscula aliás, e ainda que o não reconheças!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Junho de 2010

manuela baptista disse...

verbo vaiar

apupar, assobiar, manifestar descontentamento, zombar

vaiávamos: pret. imperf. ind. de vaiar

vaiavámos, zombie de vaiar

vaivássemos, já não sei...

...políticos não deviam dar erros ortográficos...

Manuela

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA BAPTISTA


Tens cá uma lata, minha Política desafinada!!!

Vaiavação:

Uuuuuuuuuuuuuuuuuuh!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Junho de 2010