domingo, 17 de junho de 2012

LACK OR BEHIND

Rafal Oblinsky, Overture 

( behind all imagination )





Lack of imagination ou falta de imaginação.
Imagine-se que não se tem em conta a Hipótese por mim equacionada.
A corresponder ela à realidade podemo-nos, então, estar a mover, globalmente, num novo contexto que obriga a novas soluções mas que, por não ser tomado em linha de conta, às velhas soluções a que nos encontramos agarrados e que persistindo em utilizá-las, longe de solucionarem apenas introduzem crescente ruído, cavam o fosso que nos vai divorciando da realidade.
De tal modo que, nelas persistindo, repito, apenas, como se apenas fosse pouco, contribuem para libertar sempre crescentes e mais agressivos demónios que contra nós se acabam, imprevisivelmente, por virar.
Demónios é uma palavra pouco rigorosa.
O que eu quero dizer é que, persistindo em agir como dantes sem ter em conta as novas condições objetivas desencadeadas pela Travessia, usando velhas receitas, apenas cavamos mais e mais o fosso que delas nos separam, indo sempre a reboque dos efeitos inesperados que sobre nós, Humanidade, se possam abater.
Para lá de toda a imaginação e negativamente, perdido o norte de à minha Hipótese a não querermos equacionar, ameaçando, sem o querermos, a nossa cada vez mais fragilizada subsistência.
Tal constata-se nas mais variadas áreas do conhecimento, desde o equilíbrio ecológico à economia ou das ciências ditas exatas à política que longe de se anteciparem criando, pela adesão à realidade, sustentabilidade, vão, pelo contrário, dela perdendo o pé.
E tendo-se tudo alterado ligeira, quase impercetivelmente à palma dessa mesma Travessia, somam-se exponencialmente e em espiral, efeitos cada vez mais fora do nosso controle.
Vivemos na cultura do que se vê, se não se vê, não existe.
Assim e a título de exemplo, os dinossauros ter-se-iam extinto graças a um imenso cataclismo de dimensão apocalíptica cujos indícios, afanosamente, se buscam e não estamos recetivos à hipótese que, do quase impercetível, do impercetível mesmo, à luz das ferramentas que dominamos somada a uma crescente incapacidade de abstrair, de abstrair mesmo para lá dos números, isto é, encarando o imprevisível desconhecido que do quase impercetível possa desencadear, por nossa exclusiva obstinação e a prazo, mais ou menos próximo, o inimaginável apocalíptico.
Não me canso de citar Stephen Hawking do seu clássico Breve História do Tempo, Do Big Bang aos Buracos Negros, quando escreve:
(…) “Se tudo no Universo depende de tudo o mais de uma maneira fundamental, pode ser impossível aproximarmo-nos de uma solução completa investigando isoladamente as partes do problema.” (…)

Behind all imagination ou para lá de toda a imaginação.
Tenha-se, porém, em conta a minha dificilmente comprovável Hipótese a não ser pelos efeitos que à sua volta desencadeia e que em texto anterior tive o cuidado de listar.
Se tudo estiver, então, a ser abordado sem a ter em conta, pode ser que estejamos mais perto do que alguma vez pensámos, de resolver os bloqueios que nos estrangulam e constrangem.
Desde que, decididamente, a encaremos como plausível.
Assim:
Pode ser que, seja tida a minha Hipótese em linha de conta, de forma mais decidida nos dispunhamos a abordar os desequilíbrios ecológicos, desde a poluição às alterações climáticas e ao aquecimento global, todos somados de consequências imprevisíveis e tanto mais quanto, repito, se à sua luz encarados;
Pode ser que, equacionando-a, estejamos assim mais próximos de resolver a crise económico-financeira, logo começando por a encarar, centrada no Homem, noutra perspetiva;
Pode ser que as assim chamadas ciências exatas, revestindo-se do social a que não são estranhas, passem a concorrer, concertadas e multidisciplinarmente numa abordagem mais humana e eficaz;
Pode ser que a Política, globalmente e cingida a toda a democraticidade entretanto criada, pelos instrumentos de que dispomos, assuma, democrática, o posto do comando antecipando-se aos acontecimentos e não intervindo por arrasto e apenas como apagadora de fogos, isto é, como bombeiro;
Pode ser que …
E podíamos ir por aí fora, tão longe quanto a nossa imaginação o possa conceber.
Abrindo de novo a História e não presumindo fechá-la como se tivesse chegado ao fim.
Elevando-a a um novo patamar onde o que estivesse para vir tivesse de ter em conta, como referência, o ponto a que chegámos:
Aquele em que o um, o singular, pela sua determinação, resiliência, persistência, teimosia mesmo, agindo com toda a transparência, pacificamente e em nome do aprofundamento da Democracia, na congruência dos meios utilizados em função dos fins perseguidos e tomando para si apenas o residual político de referência que nesta minha Hipótese se acaba por centrar, tomasse pacifica e globalmente o poder.
Sem mais nem outro querer que não o da reservada e concertada Representação Global.
E, por fim, exponenciando o potencial que as novas tecnologias e as da informação em particular, põem ao dispor de todos e de cada um de nós.
A partir daqui, imagine-se tudo o que de positivo, até hoje, dificilmente a nossa imaginação poderia conceber.
Uma coisa é certa:
Não é possível aprisionar a História num colete-de-forças e, assim sendo, mais vale que ela passe por aqui do que por ali!
Por aqui, pela Democracia e pela Paz Global como os meios por mim utilizados o vão, não apenas demonstrando mas confirmando também.


antes por aqui do que por ali como na Síria e em nome da Liberdade
 

 

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Junho de 2012

1 comentário:

manuela baptista disse...

Gosto.

fiquei fã do face, neste pequeno pormenor :)