Chris Scarborough
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Tal como o tempo metereológico que tem feito, adensam-se nuvens, carregadas nuvens no horizonte.
A Europa amarga!
Exponencial, o desemprego cresce;
Uns atrás dos outros, países desta União, ameaçam abrir falência;
Qualquer crescimentozito de zero, vírgula, qualquer coisita, como se fosse o bastante, logo deslumbra os governos como se, em si mesmo, fosse o bastante para tranquilizar quem quer que seja;
As restrições e os apertos sucedem-se como se não persistissem já de há muito ...
E, por esse Mundo ...!
Quem me leia nesta introdução, tentado será logo a definir-me como um rotundo pessimista mas, não o sou!
Sabeis pela produção, aqui, neste meu blogue arquivada que o não sou!
O Euro, em contrapartida, permanece como a mais forte, valorizada divisa no paradoxo de a não vermos replicar-se como moeda multiplicadora de riqueza produtiva, no contexto geográfico, insubstituível, para que foi criado.
Moeda especulativa!?
De investimento em si mesma na roda da chamada economia de casino!?
Ao mesmo tempo que as falências, por essa Europa, se sucedem ao ritmo mesmo das deslocalizações sem fim!?
Como se, por arrasto, a quebra da solidariedade à economia global a não pudesse vir a arrastar atrás de si!?
Numa vaga de fundo ainda maior e globalmente mais avassaladora do que a que nos reservou o ano que findou!?
Cheio de dúvidas manifesto os meus mais profundos receios e apreensões ...!
E estas dúvidas remetem, uma vez mais, para o que há muitos anos já escrevi e que se persiste em fingir que não se vê, qual metáfora da avestruz que mete a cabeça debaixo da areia.
Para quando uma verdadeira regulação económico-financeira concertada e global que às assimetrias de que a pobreza, persistente e cada vez mais cavada no mundo nos interpela, percutindo-se, crescentemente no, assim chamado, mundo rico e que urge, com emergência crescente, atacar, libertando a solidariedade que, em crescendo, brada por nós e que, à sua míngua, nos vai, paulatinamente, atolando.
Para quando, para quando o encarar de frente uma situação de enorme complexidade transversal, é certo, mas que não há como contorná-la!?
Não gosto de me repetir mas, o que em tempos escrevi, está escrito naquela a que chamei Carta A Um Economista e que precede em muito esta minha vaga informática e que aqui não dá, pela sua extensão e profundidade, para reproduzir!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Janeiro de 2010
Jacek Yerka
Jacek Yerka
19 comentários:
..."a dimensão da crise não pode deixar de obrigar e com urgência, à projecção de explícitos sinais inequívocos de combate à ganância e à corrupção que nos conduziram, a bom ver e em prejuízo da grande maioria dos povos, até aqui.
Como frisava o Príncipe Carlos e já agora amplificando o pano de fundo dos vectores enunciados, a dimensão financeira da crise é uma brincadeira quando comparada e pior ainda se escamoteada da sua dimensão ecológica!"...
Jaime Ferreira Latino,1 de abril de 2009.
O Mundo amarga e sofre.Até quando?
...
Jaime,comentário duplicado, sorry!
Beijinhos
Grande vaga
grande onda
enorme tempestade!
o mar reflecte sempre as nuvens do céu...
Já se sabe que quem deveria responder
fica calado!
Para quando?!
Para quando??
Até quando?
Combater a ganância e a corrupção e
sentirmo-nos cidadãos do mundo
também começa em nós.
Mas o que eu sei,
é que o mês de Janeiro costuma ser longooooooooo
para caramba!
Portanto, para não pessimista
começo mal...
Vamos lá, ó economistas comentem se forem capazes!
Manuela
LINDA SIMÕES
... remete-me para o passado que é bem presente e mais:
Já para não falar da dimensão ecológica da crise, ao pé da qual, as financeira e económica são uma brincadeira, há um ano eram os bancos a abrir falência, agora ... são os países a ameaçarem ver-se arrastados por ela.
É certo que os chamados países emergentes, nos quais se conta o Brasil, conhecem ainda um fôlego que ao pé dos outros, dos europeus nomeadamente, parece invejável mas, de quanto servirá esse fôlego se os outros entrarem em ruptura!?
O Mundo amarga, como escreve e mesmo se a minha Amiga se duplica ...!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Janeiro de 2010
MANUELA BAPTISTA
Ai, Maria ...!
Os economistas ....
Os economistas enredados nos seus saberes específicos que os fazem com igual denodo dizer que sim e o seu contrário sem se entenderem e sem que nós, tão pouco, os entendamos ...
Era giro, como escreves, que entrassem à liça com as suas argumentações e defesas por aqui dentro, se era!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Janeiro de 2010
Manuela, as nuvens e o sol são parceiros e cúmplices...Beijos. Carlos
Caro Jaime,
Nota prévia: Tenho de mandar este comentário em dois envios, dada a sua extensão.
Mais do que as caras feias do tempo, nos acometem as máscaras da desgraça. Essas não perpassam na minha indiferença, certamente.
Não consigo, como tu, ser tão optimista, não obstante roçares aspectos que reflectem o contrário, logo a seguir, desmentido.
Isto de Economia, muito embora quase todos passem pelas mesmas cadeiras, academicamente, é uma coisa, na prática é outra.
Desde Adam Smith passando por Kaynes, Karl Marx, Peter Drucker Theotonio Junior, Silva Lopes Medina Carreira e muitos mais, até ao laureado Nobel de 2008 o Paul Krugman, todos se esforçaram ou esforçam, por analisar, estudar e emitir opiniões, metodologias e critérios salvadores ou conducentes a uma melhoria de vida, quer singular, quer global.
Quer queiramos, quer não, todas as teorias (e muitas de alguns dos citados, foram aplicadas com resultados) acabam por esbarrar numa barreira incontornável: a decisão política do grupo de interesses que governa, O Governo, seja ele qual for, com maior ou menor expressão representativa.
No nosso caso, constatar que somos 10,6 milhões de habitantes, com 7,1 milhões de activos, 10,3% de desempregados, com um PIB negativo que deve andar pelos 3% uma inflação negativa, um salário mínimo pouco acima dos 500 Euros e montes de pessoas com reformas abaixo dos 250 Euros, por um lado, e, por outro, constatar igualmente que há servidores de Empresas Públicas com salários de mais de 50.000 Euros mensais, outros, igualmente ex-servidores de empresas públicas (alguns com funções activas noutras zonas) com reformas singulares ou cumulativas superiores a 5.000 Euros mês…
…convenhamos que todo este exercício de compilação se poderá simplesmente considerar uma mera análise sociológica para servir de base, por exemplo, para defender uma tese económica.
Por estas e por outras razões, (como já tive oportunidade de te explicar)todas envolvendo actuações dos actuais partidos políticos, me transformei, recentemente, num abstencionista militante.
Democracia representativa?
Lamento mas é uma grande treta.
Elegem-se um grupo de rapazes, alegadamente bem intencionados que obtêm dos votos expressos, maioria absoluta ou não, ou nem uma coisa nem outra.
Que sucede?
Invariavelmente sempre a mesma coisa. Privilegiar os seus pares, os ímpares que se encostem e, em caso de necessidade estratégica, estender consensualmente acordos para que tudo siga sem grandes problemas.
Recordando a História, quer Portuguesa, quer Universal, sempre houve ricos e pobres.
Seria pressuposto, com a proclamada evolução da Humanidade (pobre Darwin e do seu paradigma biológico) que este estado de coisas mudasse.
Mas não mudou.
Aqui te dou 100% de razão Jaime.
Continua-se a fingir que não se vê.
Que há dificuldades, sim, mas não se diz que elas são sobretudo para quem não tem meios de subsistência.
Aqui vai a segunda parte do comentário.
Não se fala claro, não se chamam os bois pelos nomes e assim, continuamos, todos, os bem-intencionados, como pilecas na tourada, a tentar que o boi volte pacificamente, obedientemente, aos curros, sem o conseguir todavia.
Ele não tem nome, nem sequer o podemos chamar.
Caro Jaime, assim, lá me foste buscar ao fundo do baú da minha irritação, pois ser-me-ia mais fácil dizer-te que este tema não merecia mais palavras, e por aí me quedar.
Custa-me, podes crer que os meus filhos, não obstante o esforço que nesse sentido expendi, nunca tenham lido, nem queiram ler, Proust, Flaubert, Sartre, Kafka, Camões, Eça, Sofia, Pessoa e tantos outros.
Têm um canal muito mais apelativo, convenhamos, mais prático e exigindo muito menos esforço: a Internet.
Assim é. É do sistema? É certamente!
Do sistema, pela falta de exigência, facilitismo, se vai perpetuando a iliteracia cultural, cada vez mais inculcada, cada vez mais longe da almejada meta de termos um Planeta culturalmente evoluído, mais rico.
E assim se vão perdendo valores Humanistas básicos, cada vez mais, cada um de per si e globalmente, incitados a esgravatar, só para proveito próprio, como as galinhas.
Lamento Jaime, mas não consigo ser optimista como tu.
Um Abraço,
Bom fim de semana
José
Ps. Por cansaço (já vai longo este desabafo) não vou fazer revisão do que escrevi. Dos erros quer gramaticais, quer ortográficos, desde já me desculpo.
CARLOS
Prezado Amigo,
Sei que vem por via do blogue da Manela, minha mulher.
Seja bem vindo!
As nuvens e o Sol ...
Ah sim, sem sombra das nuvens, o Sol não se poderia esconder!
Saudações
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Janeiro de 2010
JOSÉ FERREIRA
Meu Caro,
Erros, propriamente, não os encontrei que não fosse o vício de forma, menos optimista do que o meu, é indiscutível e, por tal, não lhe chamaria erro, seria demasiado pomposo!
Mas, meu caro, o meu texto fala de nuvens, nuvens que se adensam e que nem eu próprio posso garantir em que sentido vão ou qual o seu desfecho!
Remeter-te-ia para o comentário que, acima, dirijo à Linda Simões ...
Aparentemente, o quadro é mesmo negro mas onde convergimos, isso sim, é em considerares, tu, por um lado e como causa do ponto a que se chegou a inoperância política e eu a necessidade ingente da operacionalidade política sem a qual teorias económicas são o que são e, sobretudo, não são ciências exactas.
Olha, afinal e no essencial, até parece-me que estamos de acordo tirando o nuancée mais ou menos optimista!
Abraços e um bom fim de semana
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Janeiro de 2010
Jaime!
Querido Amigo,
Aqui ainda venho só para Lhe dizer que concordo com o que escreveu e com o que por aqui se foi dizendo, pois de facto os dias que chegaram para ficar não serão fáceis.
E crise financeira é-o de inúmeras famílias que já hoje sem trabalho desesperam e afligem...e assim podemos continuar a sonhar, mesmo que nós com trabalho ?!
Sou uma pessoa positiva, mas já são muitas vezes que penso nessa realidade e me fico tão triste, será que aí a solidariedade funciona...funcionará mas não será total.
Confesso-lhe que os inícios de ano me deixam sempre constrangida por pensar talvez mais no futuro por pensar mais em tudo - "caio na real", como diria a nossa amiga Linda.
E caio para me levantar de seguida por pensar que o mundo precisa de cada um de nós, do que cada um puder...!!
Mas estou apreensiva, receosa pelo que ainda virá...porque também tenho uma filha ainda pequena e por pensar nela e nos muitos jovens como ela e no mundo que os espera...
Beijinhos são dois, já sabe Jaime....! E um bom fim de semana!
E saibamos viver um dia de cada vez ... com muito amor.
dulce
DULCE AC
Minha Querida,
Viver um dia de cada vez, com os olhos no futuro, sem perder a capacidade de sonhar, de nos indignarmos, de não nos resignarmos, porque quando se perdem estas, também se perde o presente ...
E se ele, o presente, já não é muito animador, então, pior se torna!!!
Com que então mosqueteiros ...!?
Muitos beijinhos e para Si também, um bom fim de semana
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Janeiro de 2010
JOSÉ FERREIRA
Caríssimo,
Ontem, inesperadamente, escrevia eu o comentário às tuas palavras e surgiu uma urgência:
Tivemos de ir com a nossa sobrinha ao hospital porque lhe surgiu um problema que se veio, felizmente, a confirmar não se tratar de nada de grave ...!
No entanto o que te escrevi, é para valer!
Só queria acrescentar:
Gostava de ser mosca para ver a Linda a ler o que tu escreveste e nomeadamente a compilação sociológica caracterizante deste pequeno rectângulo ...
E imaginá-la a pensar:
Então, com uma divisa tão forte mas atolados numa persistente crise como aquela que tu descreves ...
ainda ganham o que ganham!?
E depois, ouvi-La, ainda, a exclamar:
Eita, queixam-se de quê!???
Abraços
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Janeiro de 2010
Jaime olá!
Mosqueteiros sim...!!
Não três mas QUATRO...
Sim...!
Não fosse o nosso querido Amigo Padre Nuno Westwood e, pelo que gosto de ir ao seu Blog "Zimbórios", não Vos teria conhecido nem teria hoje o tanto que tenho nos meus dias.
Pelas palavras e pela partilha que vamos fazendo e, que por via desta, me desenvolvo e neste aquiescer consigo-o, viver um dia de cada vez com uma maior percepção…!
E sinto-me evidentemente reconhecida por tê-los assim a Todos por perto…!!
Abraçinhos!
dulce
DULCINHA
Um por todos e todos por um!!!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Janeiro de 2010
Pois sim!
Eita mesmo!
Nas minhas aulas de Sociologia eu deixo sempre claro um bocado de verdades que insistem em esconder.Levo sempre artigos de jornais do dia,faço comparaçoes e alerto para o fato de não se deixarem enganar por falácias, ideologias da classe dominante.
Concordo com o José quando diz"... que acabam por esbarrar numa barreira incontornável: a decisão política do grupo de interesses que governa, O Governo, seja ele qual for, com maior ou menor expressão representativa."
Não acho que devemos ser abstencionistas,
mas cada um tem seu ponto de vista e deve defendê-lo...
Em qualquer situação,ter atitude é bem importante.
...
Beijinhos ao José,ao Jaime e Manuela e também à Dulce.
Linda Simões
...E ser militante abstencionista é de uma Atitude,meu caro!
Pois sim!
Muita coragem, muita Atitude!
YESSSS!
Beijoquinhas
LINDA SIMÕES
Minha Querida,
Se não fosse uma imensa indescrição, até dava, dá para Lhe perguntar qual é o ordenado médio de um professor aí na Sua terra só para termos um termo de comparação ...
Corroborou o meu eita, não foi (?), fico com a sensação que diante do quadro sociológico apresentado pelo Zé ficou mesmo a pensar mas, afinal, de que é que nós, europeus, nos queixamos, estarei errado!?
Militante abstencionista ...
Há aqui uma contradição nos termos:
O Zé é um activo militante que, por acaso, se abstém o que o não impede de intervir como o faz.
Eita, concordo mesmo Consigo!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Janeiro de 2010
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