domingo, 13 de junho de 2010

A SUBJECTIVIDADE IMATERIAL DA BLOGOSFERA

Jaime Latino Ferreira, Cerco Verde Esperança, Sintra, Junho de 2010
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Virtual que é este suporte, em certo sentido imaterial, contém as suas limitações, aquelas que se reportam, exactamente, à sua imaterialidade física.
Expliquemo-nos:
Esta minha saga, empresa em que me meti, campanha começou, já o disse, vai para vinte e dois anos, utilizando então como arma o correio postal.
O correio postal pressupõe o suporte em papel, a carta se quisermos e esta forma literária atravessa todo esse período que se estendeu por muitos anos dirigindo-as a destinatários concretos e definidos, recorrendo a uma forma de envio ela também física e assertiva.
Assertiva porque como setas ou balas, para continuar a utilizar metáforas equivalentes à da arma, bélicas, no percurso físico que faziam a precisos destinatários se dirigiam que como alvos eram por elas atingidos.
Armas pacíficas, elas atestam por si mesmas (!), desenvolviam-se e enviavam-se em espaço físico e no tempo, sem a instantaneidade deste meu blogue, em vagas sucessivas como autênticas rajadas que em direcção à fortaleza que os meus destinatários institucionais simbolizavam os sitiavam e logo a começar por um cerco que num primeiro raid se concretizou pelo envio das minhas cartas credenciais conforme então o demonstrei e por falta de respostas ou pelo silêncio que se adensou e que sobre mim mesmo recaindo, me deixava, igualmente, sitiado, porque não podia desmobilizar nem abrir brechas nesse cerco que montei!
Havia uma precisão material timbrada sempre pela minha assinatura manuscrita, pelo manuscrito integral numa primeira fase, que eles também lhes conferia, aos incontáveis documentos por essa via enviados, redobrada autenticidade sem que se tivesse perdido toda a sua imensa actualidade, oportunidade num caminho, campanha ainda hoje susceptível de ser cronologicamente seguida, do princípio até ao seu termo, no espaço/tempo físico em que se desenrolou.
Montado o cerco físico, verde esperança, tratava-se agora, desde que ao meu blogue o criei, de disparar noutras direcções menos precisas que virtualmente atingissem o Povo, as populações que cercadas sem o saberem, na fortaleza e ao abrigo desses mesmos destinatários, as pudesse, eventualmente, qual Cavalo de Tróia que no seu interior se abre, conquistar para a minha Causa, Pública como de há muito, incansável e sem contestação o afirmo ser.
E estamos aqui, nesta imaterialidade subjectiva, virtualidade em que a precisão do alvo se dilui sem saber até onde eu já fui na consolidação, no enraizamento, numa batalha sem mortos nem feridos ou qualquer tipo de violentações, do cerco que montei!
Aqui, neste suporte, a blogosfera, nem mesmo uma carta dirigida a um destinatário concreto, sei se a terá recebido e muito menos lido ...!
Há a materialidade virtual, musical da palavra que permanece, todavia, tão contundente e acutilante, certeira como sempre.
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Meu Santo António arraial
folguedos sem terem mal
livra-me em teu segredo
destas muralhas degredo
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Junho de 2010
Jaime Latino Ferreira, Santo António de Bordalo Pinheiro, da nossa colecção particular

7 comentários:

manuela baptista disse...

e eu a pensar

que com os ensinamentos da Branca e a minha ajuda

lá saía uma página dedicada ao Santo da minha paróquia, tão António

carregadinho com o menino, sempre com o dedinho espetado, para furar um olhinho mais distraído

quem sabe o do pai...

mas não! o santo é apenas o brinde final, mais a Amália e nada de sardinhas nem de mangerico

eu até gosto de sardinhas
mas detesto o cheirete e gosto de salada mista com pimentos assados e adoro mangericos

e...

tens mesmo a certeza de que não andaste na academia militar?

Paciência!

na subjectividade imaterial da blogosfera

como é que eu como salada mista com pimentos?

e como é que ficamos a saber quem é que lê o quê de uma carta?

vou andando

procurarei o mapa da saída aqui do blogue na subjectividade imaterial da blogosfera

ao som da Amália pois então!!!

e está bonito, o santo!

Manuela

. intemporal . disse...

.

. ossos do ofício . caro amigo jaime . ossos do ofício .

. :) .

. sendo este a subjectividade mayor .

.

. ampla e longínqua . nunca tangente .

.

. abraço.O com todos os materiais que tiver à mão .

.

. :) .

.

. paulo .

.

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA BAPTISTA


Repasso as sardinhas e tranquilizo-te, não sei porquê (!?), não, não andei na Academia Militar mas se o perguntas lá o saberás porquê!

E, de facto, quem me garante que enviada, uma carta seja lida ...!?

Tens toda a razão, assim, aqui, fica ao dispôr!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Junho de 2010

Jaime Latino Ferreira disse...

. INTEMPORAL .


Paulo


Meu Caro,

Ai que me agacho não vão os materiais, de contundentes, cair-me em cima!

Um abraço imaterial


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de JUnho de 2010

Jaime Latino Ferreira disse...

. INTEMPORAL .


Paulo,

Uma vez mais:

( subjectividade mayor ) . ampla e longínqua . nunca tangente .

Foi aqui que me retive, agora a sério (!), mais demoradamente ...

Isso quer dizer, então, que de Política com maiúscula se trata mesmo!

Um grande abraço e obrigado pelo Seu toque de fina ironia.

Rimo-nos todos, a Manela, o meu Amigo, seguramente como o atesta e eu!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Junho de 2010

Linda Simões disse...

..."Há a materialidade virtual, musical da palavra que permanece, todavia, tão contundente e acutilante, certeira como sempre"

Bem dito!

...

Um abraço,


Linda Simões

Jaime Latino Ferreira disse...

LINDA SIMÕES


Obrigado, Linda!

Sempre por aí, mais cedo ou mais tarde, a mastigar o que escrevo ...!

Um beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Junho de 2010