Jaime Latino Ferreira, Vida I, Junho de 2010
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A escrita, esta e a leitura já são, em si mesmas, vida para lá da vida, ponte entre o Ser e o não ser.
Estádios intermédios e que à própria vida a redimensionam.
Se eu não escrevesse ...!?
Não viveria tudo como vivo, não veria tudo como vejo, não ouviria como oiço!
Um dia senti, senti tão forte que como sangue a escrita, quais vozes no meu caminho, se começou a derramar sem mais parar ...
E tudo se redimensionou:
A minha vida, as minhas prioridades, os meus objectivos:
Cada vez que aqui me sento, frente ao teclado e ao monitor, deixo apenas que num impulso logo me continue a esvair em seiva que se espraia por mais e mais, dela me alimentando porque a Vós, também, Vos alimento e ao sonho que assim se mantém vivo ...
Vida!
Vida e sonho são um só.
E o que aqui deixo é mnemónica, lembrete, postagem a lembrar que se estão vivos, aqui os há que conservar intactos, puros, ambiciosos como nunca quais ferretes, pé de cabra que às portas as abra mais e mais e não se fechem e que à vida, sem o sonho, a não cilindre.
Vida:
Sonho sem o qual a vida morre!
Vida!
Vida!
Vivo porque sonho acordado e logo ao sonho o materializo porque escrevo e pois se não canto mais.
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Jaime Latino Ferreira
4 comentários:
vivo tão vivo
porque escrevo
se eu tivesse um caminho vazio
não teria outra vontade
se não aquela
de o encher de letras
preenchendo-o de sonhos
e de etiquetas
cada uma apontando outro caminho
onde eu seria apenas
todas as letras
muito bonito!
Manuela
MANUELA BAPTISTA
Todas as letras que há
não foram levadas
nem são propriedade de ninguém
pois que eu as uso
e tenho
como palavras amadas
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 21 de Junho de 2010
"Prospectiva e irreverência.
Quanto à prospectiva, o meu Amigo deixou, de uma página anterior, o nosso diálogo em suspenso".
Está a ver como já lhe apanhou a pontinha, embora ainda ténue "irreverência?!..."
Sabe, na vida, muitos dos que nada fizeram que os distinguisse dos demais cordeiros do rebanho, morreram com a firme convicção de que foram contribuidores ímpares para o desenvolvimento ou enriquecimento de algo ou alguém, quando na verdade não passaram de umas pacatas vítimas da hipocrisia consensual dos outros; na verdade, viveram uma mentira granjeada por quem sempre lhe mentiu, mas... também pode ser verdade, que se despediu desta vida ao colo da maior felicidade!... Já entendeu quanto vale manter alguns cordeiros na ignorância do pasto?... Aqui a palavra chave é "cordeiros" como peça repetida de milhões de peças iguais; enfim, carne para o matadouro, consumidores de qualquer erva ou ração pronta a consumir!... Esta sociedade de consumo é terrível, não é?... Pois é!
Sou-lhe sincero quando lhe afirmo a admiração que nutro pela fina educação e a sinceridade das pessoas; quando em conjunto, é uma arte admirável!
Quanto ao esforçado elogio a Saramago, embora se possa confundir com um tateado respeito, não sei se pela obra ou pela pessoa, é visível e, demonstrando-o, o caro J. Latino F., parece ter "fugido" a sete pés da postagem do Saramago, saltando para a publicação de mais duas imediatas postagens (se não estou em erro). Isso é que foi correr e saltar uma!...
Mais logo, com mais tempo, porque o tempo não me permite uma maior profundidade, continuarei meu raciocínio que tenta acompanhar o seu. Sem garantir a certeza. Logo se verá.
É impressão minha ou sente-se mais vivo do que há uns dias atrás?... Ok, sente-se mesmo mais vivo.
Abraço
KrystalDiVerso
António Pina,
Essa coisa de fazer perguntas e logo a elas lhes responder, fica com quem o pratica!
Convenhamos que, apesar de tudo, ter repegado e ainda como o escreve superficialmente nas pontas que Lhe deixei, não Lhe fica mal.
Quanto ao resto:
Se observasse com atenção e se, para mais, lesse, constataria que o meu ritmo de produção, nada que seja decisivo na avaliação de um obra, é, todavia intenso e quase diário.
O que o meu amigo, devê-Lo-ei tratar assim (!?), ainda não percebeu é que, a minha homenagem a José Saramago, provavelmente, ainda não chegou ao fim.
E não pense que o digo por qualquer casmurrice, senão veja:
Inerte - I -, Vida - II - e ...
... e, provavelmente, ainda não chegou ao fim!
Quando não se olha para as coisas com a profundidade devida, corre-se sempre o risco de falar antes de tempo.
Agora, no meu blogue, quem impõe o ritmo sou eu, inalianável direito que me assiste!
Saudações (!?)
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Junho de 2010
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