terça-feira, 8 de março de 2011

GARROTE - II -

João de Azevedo, Garrote

Tal como na página anterior, onde em aparente fuga em frente e sem supesar cegueiras nem constrangimentos fazia a apologia da grandiosidade das culturas na matriz linguística que as molda e que a todas as deve colocar em pé de igualdade e tanto mais quanto a globalização à diversidade faz simultâneo apelo, agora, preso ao garrote que nos constrange, em aparente dualidade maníaco-depressiva, deixo-me tomar por não menor aparente asfixia que do seu progressivo aperto, a todos e às culturas nos parece tomar de assalto:
Ameaças de guerras civis que se acentuam e onde a mulher e a criança são delas o seu elo fraco;
Avalanches de refugiados que crescem e pressionam a comunidade internacional;
A crise das dívidas soberanas;
A aparente neutralização das instituições supra-nacionais;
A sistemática quebra do Contracto Social;
A subida galopante dos preços das matérias primas;
O agravamento acentuado do custo de vida;
O desemprego que não pára de crescer;
Juros, impostos, asfixia;
A inflacção, esse monstro que, de novo, ameaçador se perfila ...
( ... )
E tudo à uma!
Onde iremos parar!?
Num aperto ... quem está num aperto!?
Eu escrevo por mim:
Sempre fui um precário e que me restará esperar senão continuar a sê-lo!?
Pelo menos, não perdi a minha independência!
A capacidade que tenho, pese embora a factura que ao longo dos anos vou pagando e que já por mais de uma vez me foi cobrada, de não me deixar tolher pelo medo que uma situação contratual, adicionalmente, sempre nos cria e que nos condiciona e compromete!
Saberão, as novas gerações ou o festival da canção travestido em nacional cançonetismo de intervenção, o que é estar, verdadeiramente, num aperto sem perder, desde há muito (!), a capacidade de indignação!?
Sem perder, tão pouco, a dignidade e a compostura a que a tentação pela facilidade sempre alicia!?
E que aqui, neste meu blogue, se vai, paulatinamente e sem hesitações, expondo!?
E finalmente:
Sem perder a capacidade de discernimento de à Democracia e logo a representativa a salvaguardar de todas as ondas e tentações demagógicas e populistas que nestas alturas sempre proliferam ameaçando-a, como outrora, quando à precaridade se somava precaridade, de por em causa!
Num aperto ...!
Sede bem vindos ao mundo real!

no Dia Internacional da Mulher quando estar num aperto é está-lo desde há já muito tempo como a mulher na sua condição bem o sabe, sem vacilações nem quebra de independência nem, tão pouco, da capacidade de indignação


Concerto de Samuel Barber


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Março de 2011

5 comentários:

manuela baptista disse...

ai, ai...

anda tudo a oferecer flores às senhoras

e tu aqui com um pobre agarrotado e ainda por cima amarelo!!!!

a luta continua!

o teu texto está muito bom, mas deixa-me rir, pleaseeeeeeeee :))

manuela

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA BAPTISTA


Que fique claro:

Deixo-te rir concerteza e se outro mérito o meu texto não tivesse por esse, pelo de te fazer rir, já teria valido a pena!

Quanto ao mais:

Que me desculpes tu e o João de Azevedo por, entretanto, ao amarelo de fundo o ter feito esbater para que o desenho chocasse menos com a cor de fundo do meu próprio blogue ...

Choca, não choca!?

Pois quanto a isso também lhe estava, ao texto, por intenção.

E quanto às flores ...

Saberás bem como te as dou todos os dias!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Março de 2011

Jaime Latino Ferreira disse...

MUNDO REAL I


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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Março de 2011

Linda Simões disse...

Jaime,

texto soberano esse!

Bem dito, bem escrito, bem real.


Abraço

Saudade de vocês


Beijoquinhas

Jaime Latino Ferreira disse...

LINDA SIMÕES


Minha Querida Amiga,

Obrigado ...!

Saudades recíprocas e um grande beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 20 de Março de 2011