Joel Nakamura, Face With Hourglass And Lightbulb
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- Então, caro Jaime, vamos lá a seleccionar o que seja conveniente com vista a uma edição ...
- Seleccionar!?
- Seleccionar sim ou pensa o meu amigo que poderá editar tudo!?
- Não só penso como acho mesmo que sim!
- Vejam-me só, mas porque carga de água!?
- Olhe, ainda ante-ontem escrevia que estava com o pensamento cheio de palavras e julga o quê, o pensamento enche-se das palavras que a partir do que antes escrevi nele, nesse poema se despoletaram e nesta entrevista, por fim, desaguaram...
- Ah sim!?
- Sim e sabe porquê, porque umas coisas conduzem às outras como num ininterrupto fio de água, fluxo, processo diarístico ao qual, pleonasmo à parte, não se podem arrancar folhas ao diário ...!
- Mas, caro Jaime, por quem se toma!?
- Tomo-me por quem, por muito que finja, estou sempre fingindo aquilo que sou mesmo e, portanto, não me posso esquartejar!
- Ó messa!
- Sim, é exactamente assim, sabia que até hoje não houve uma folha rascunhada que não se tivesse transformado em folha de mim mesmo?
- Ai sim, e depois!?
- E depois, nada se explicaria sem o passo anterior e mais, desde que iniciei este meu blogue, sem as linhas de pensamento que nos seus bastidores, nas caixas de comentários ou de correspondência, se desenvolvem também, como se elas próprias conduzissem ao passo seguinte e mais, incluídas as ilustrações, gráficas ou sonoras e que, entretanto, não foram suprimidas ...
- Ora esta, repito, meu caro Jaime, por quem se toma!?
- Tomo-me por gente, pessoa de corpo inteiro que como tal, não pode ser negociada e, mesmo assim, já não falo de tudo o que para trás se encontra depositado em arquivos e bibliotecas importantes como as sejam a do Centro Nacional de Cultura ... não lhe parecerá sintomático!?
- Mas ...
- Mas, coisa nenhuma, não poderá dizer que não sou flexível, eu até estou disposto a ceder nas ilustrações gráficas e musicais e em tudo o que precede este blogue, que dirá respeito a outras edições (!), o resto é um livro interactivo que à sua própria correspondência, indissociável e instantânea, se associa!
- Mas, e o meu risco, o risco da edição poder vir a tornar-se num flop de vendas!?
- Em risco e no fio da navalha ando eu há muitos anos e, saiba, o escrutínio da arte como da pessoa que a ela, intimamente, se associa não é coisa que se negoceie ou sufrague assim pela prospecção do número de vendas, de braço no ar ou por voto secreto ... quem não arrisca, não petisca, é esse o meu lema, meu caro editor e que ela, a produção artística, nem que mais não seja, fica lançada no ciberespaço, fica e agora veja lá se àqueles que me escamoteiam quer ficar associado ...!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Janeiro de 2010
Blog In Golden Letters With Digital Book
Blog In Golden Letters With Digital Book
24 comentários:
-Srº Editor!
tenho aqui 500 páginas cheias de coisa nenhuma
a minha biografia de jogador de football, embora eu tenha apenas 23 anos e muitos cartões amarelos
as importantes palavras que inventei para enganar tolos
os conselhos que dou às tias de Cascais
a história dos meus namorados e as traições que não perpetuei
uns versos de pé quebrado
que fazem chorar as pedrinhas da calçada
e umas receitazinhas que roubei, mas claro que são minhas!
-Caríssima escritora, sucesso garantido!
Vamos já editá-la!!
As prateleiras serão poucas para tanta trica e enredos light, que já ninguém aguenta os telejornais...
...
da putativa resposta.
Manuela
O que vale é que a entrevista é putativa!
Caro Jaime, esse editor não é por acaso nenhum pertencente à extensa rede do Paes do Amaral?
No fio da navalha...(!?)
bom, coitado do Somerset Maugham!
Manuela,
julgo referir-se aos telejornais nacionais.
Para variar, tente ver o Sky News a CNN ou a BBC!
Bom fim de semana
José
.
. ai, senhor editor, se não aproveita tudo o que escrevo, olhe que acaba por não editar nada .
. é que isto de ser escritor tem muito que se lhe diga .
. as palavras foram já quase todas vendidas, as que sobram quase não rimam com nada .
. não sei o que fazer .
. isso, sim, edite tudo, publique tudo, caso contrário teremos a primeira sebenta de uma autoria concreta, que não a famosa Papelaria Fernandes .
. um abraço cordial .
. amigo Jaime, de facto, o que não falta é a falta de juízo .
. enfim ... .
. arte por encomenda? não, muito obrigado .
. que se dediquem à pesca, estes senhores editores .
. a sua escrita é ímpar .
. um bom fim de semana .
. paulo .
.
Senhora comentadora,
Da putativa resposta te direi que um dos problemas de nos colocarmos nas mãos quer de editores como de marchands é que eles julgam saber mais do que nós da Arte que, como nenhum deles, porfiamos!
E, vai daí, se não nos pusermos a pau, truncam-nos a seu belo prazer ...
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Janeiro de 2010
JOSÉ FERREIRA
Caro comentador,
Pois se ela, a entrevista, é putativa, porque me perguntas tu se a editora é da rede do Paes do Amaral!?
Quanto ao Somerset Maugham, tu próprio me o dirás mas por mim, no fio da navalha em que há muitos anos ando, respondo eu e a que preço!
Olha lá Zé,
Também não exageres porque dos telejornais que citas também há o que dizer!
Abraços
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Janeiro de 2010
. INTEMPORAL .
Paulo
Meu Caro comentador,
Diz-me que a minha escrita é ímpar e eu agradeço-Lhe ...
Convenhamos que muita Obra Prima foi feita por encomenda mas, descanse que não me desviarei nem da minha rota, nem dos meus propósitos!
Um Abraço e um bom fim de semana para Si
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Janeiro de 2010
Putativa é o Q mesmo?...
...
Com o pensamento cheio de palavras,ponha tudo para fora, Sr.Jaime.
Não se oprima,não se deprima!
Beijoquinhas
IH IH!!
putativo: ser o que não é
bom conselho!!
"oiça um bom conselho
que lhe dou de graça
inútil dormir
que a dor não passa"
Lisa, beijinhos
Manuela
LINDA SIMÕES
A Manela já se antecipou:
Putativa ou suposta, imaginária entrevista!
Sr. Jaime ... o que é isto, agora deu-Lhe para formalismos!?
Resolvi antecipar o cenário de uma suposta entrevista apenas para sistematizar argumentos.
Ponho tudo cá para fora, ponho, fique descansada!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Janeiro de 2010
AI SE DURMO
Vou dormir uma soneca
que a dor se não passa
descansa
e enquanto descansa ela seca
das desgraças que alcança
Da noite para o dia avança
minha vontade alforreca
invisível morde a pança
comichão que se defeca
É pequena meia leca
do tamanho da esperança
determinada e se peca
Acerta no alvo é lança
tem o enfoque ó messa
a certeira segurança
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Janeiro de 2010
Jaime,
Desculpa se não fui suficientemente explícito.
Sabendo-te, como sei, capcioso, quanto baste, julguei a aplicação do adjectivo, no sentido não literal, mas noético.
Neste caso, teu acto textual teria como objecto, um (o) editor, como é óbvio, abrangendo,directamente, o fenómeno da selectividade aberrante que sabemos grassa nas editoras nacionais.
Daí a minha referência corrosiva e interpelativa ao Paes do Amaral!
Quanto aos tele jornais, se reparares, sugeri-os para variar, não como solução definitiva!
Temos todavia de lhes reconhecer uma vantagem evidente, nests casos.
Estão quase sempre à frente em actualidade planetária.
Abraços,
Um bom Domingo,
josé
Bom dia. Adorei o Blog e sua forma de se expressar. Da uma passada no meu blog e comenta la http://vitinhobinho.blogspot.com/
Caro Jaime,
Ainda a propósito de editoras...
Para ti em especial e todos os estudiosos ou amantes da música.
Caso ainda não saibas, (eu soube-o através do Expresso) a Salwa Castelo Branco (que, sinceramente nunca tinha ouvido falar) editou, através do Círculo de Leitores e da Temas e Debates a " Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX"
Comporta 4 volumes, 1.500 páginas, 1.250 entradas, 155 redactores e cerca de € 25 cada volume!
O primeiro volume será presentado, com pompa e circunstância na próxima Quinta Feira, pelas 19:00H no Teatro de S.Carlos
Vem a propósito, sem demérito para o que agora a Salwa edita, recordar com saudade um programa do Michel Giacometti na TV " povo que canta" se não estou em erro.
Não sendo musicólogo, sem saber nada de música, não perdia os programas dele, do Fernando Lopes Graça, do vosso vizinho Vitorino e do Bernstein.
Pela sua acção pedagógica, passei a gostar, muito mais, de toda a música.(continuo renitente à de câmara)
Desculpa lá este desabafo desafinado.
Um abraço,
josé
JOSÉ FERREIRA
Meu Caro,
Deixa lá, eu também, ao responder-te o fazia noeticamente e seja lá isso o que for!
Quanto aos telejornais, concerteza, nada mais a comentar.
Obrigado pela informação sobre a Salwa Castelo Branco e quanto a esses programas que tinhas por favoritos, também eu, Meu Caro Watson!
Os programas e os discos LPs em serapilheira das recolhas de Giacometti e Lopes Graça ...
Música de Câmara (!?), e eu a pensar que era da sacra, da música sacra que menos gostavas!
Abraços
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Janeiro de 2010
VITINHOBINHO
Meu Caro,
Obrigado por ter gostado!
Saiba que quando tiver oportunidade logo darei uma saltada ao Seu blogue ...
Saudações
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Janeiro de 2010
CAPCIOSO
Com que então sou capcioso
ardiloso
enredante
arguto
esfuliante
surpreso num mesmo instante
põe-te a pau
querido José
não te dê um ponta-pé
NOTA
Ponta-pé, aqui, foi usado no seu sentido noético!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Janeiro de 2010
para quem ainda não perdeu o fio à meada
"bom conselho"
desculpa lá Chico (Buarque)
esta música é muito tua!
Manuela
As palavras no fio da navalha.
Resistirão sempre,Jaime!
Editores?
Para quê, se tem o mundo (web) a seus pés :)
Bjis.
Ana Cristina
Jaime, Amigo,
Essa "in extremis" alegoria ao ponta-pé, safou-te...no fio da navalha!
Já agora, para poeticamente me prevenir ao impacto: qual é o número que calças?
Música...
...não podias deixar de mordiscar a minha costela ímpia!
Sim gosto de alguma sacra, mas se puder passar, tal como a de câmara, passo!
josé
MANUELA BAPTISTA
Minha Querida,
Obrigado por me satisfazeres a minha ignorância!
Beijos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Janeiro de 2010
ANA CRISTINA
Minha Querida,
A meus pés!?
Ai que tenho cóssegas!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Janeiro de 2010
JOSÉ FERREIRA
Meu Caro,
Calço o quarenta e um de sapatos e logo:
Se noético se relaciona com noese, do grego noesis ou inteligência, acto pelo qual um pensamento visa um objecto, tens toda a razão:
Pelo acto de pontapetear viso o teu c ... e sou, por demais, noético!
Claro que o teu oui messieur não é um objecto mas se o pensamento o visa faz dele o enfoque, objecto da sua pontaria e se a medida que calço fosse maior, diria o cálculo das probabilidades que maiores hipóteses teria em lhe acertar!!!
Suficientemente noético!?
Bom ímpio me saiste tu!
Abraços
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Janeiro de 2010
Querido Jaime,
estou aqui após classificar documentos de contabilidade até às 3h manhã. Que neura... ehehe.
Mas...deparando com esta putativa "coisa" e os seus comentários trocados com tanto humor...fiquei aqui a sorrir e com um pensamento/desejo a concretizar para o futuro...
Quanto aos editores, penso que qualquer um com bom senso lhe daria a si assim como a Manuela livre escolha para publicarem o que queiram e não, o que eles hipotéticamente possam querer.
Bastará que aqui venham ler o que escrevem e os comentários que recebem.
Escrevo para os dois: seria muito bom editarem algo em papel para os apreciadores.
Beijinhos
LINDA
Minha Querida,
Se o diz, reconforta-me ...
O tempo o dirá!
Beijinhos e um piropo para o Bruno
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Janeiro de 2010
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