quinta-feira, 6 de outubro de 2011

REINVENÇÃO E CULTURA

fotografia de mb


Para variar, analistas, comentadores e políticos, destacaram do discurso do Presidente da República do dia 5 de Outubro, de ontem portanto, tudo o que lhes convinha e deixaram de parte dois que reputo como significativos períodos que, pela minha parte e em meu benefício, destaco, a saber …
O primeiro:
( … ) É justamente por isso ( pelos tempos difíceis do passado ) que, nos nossos dias, se torna tão premente reinventar o republicanismo, fundar um espírito republicano ajustado às exigências cívicas do novo século. ( … )
E o segundo:
( … ) Em tempos de escassez económica, há também que redescobrir o valor da cultura e dar prevalência à dimensão espiritual sobre a dimensão material da vida humana. ( … )
Reinvenção e Cultura …
O que é ela, a Cultura, mais do que tudo, senão a capacidade aplicada do espírito, pelo apuro, perfeição e cuidado, que lhe permita reinventar?
E o que será reinventar o republicanismo, nos nossos dias, ajustados, portanto, às exigências cívicas do nosso século, senão estendê-lo, a ele como à coisa pública, nos meandros da cultura, num soneto que seja e que, nem por acaso ao discurso do Presidente o precedeu, por via das plataformas que ao espaço público, graças às novas ferramentas que temos ao dispor, ao cidadão lhe permitem, resiliente, amplificar-se com toda a dignidade e intervir sem esmorecer?
Num simples soneto, repito, essa forma literária, cultural que nos está no genes?
E que expresso numa das línguas universais, teria de ser em inglês (!?), à coisa pública a dignificam e isto já para não falar em tudo, tudo o que ao soneto, no tempo, o precede num contexto material de dificuldades que ao autor  lhe são familiares e que não são de hoje mas que de há muito o afligem mas não demovem …
Não me demovem, como sempre!
Demonstrando à saciedade, na pessoa do seu autor, como a dimensão espiritual à material a sobreleva …!
Demonstrando, por fim, a capacidade Política de antevisão do seu autor, de ao discurso do Presidente, publicamente, o anteceder, o soneto foi publicado às zero horas do dia 5 de Outubro (!), capacidade essa em défice profundo e que, hoje mais do que nunca, se impõe reconhecer!








Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 de Outubro de 2011

3 comentários:

manuela baptista disse...

"traduttore", traidor

apenas desejo que sua excelência saiba o que diz

e não traduza o seu próprio discurso em outras tantas coisinhas vãs

o autor saberá da sua própria autoria!

. intemporal . disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mª João C.Martins disse...

Jaime

Meu amigo

Entre o material e o espiritual, acredito que será dentro da alma que o Homem se reinventará.

Só pode!

Um abraço