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O cromatismo está em nós e ele acresce, desdobra-se em transposição dimensional que a Travessia interpela e dela resulta ...
O terror, essa pecha que aparentemente nos balcaniza, remete para o subterrâneo de cada um de nós, para o ser e o não ser, por onde ir, nos limites invioláveis da singularidade individual e que o próprio terror, implacável, viola atiçando-nos na tentação xenófoba e caduca de guerras religiosas ou de culturas!
Cada vez que a ela, a essa tentação cedemos, prestamos um inestimável serviço ao terror ...
O cromatismo está em nós, nas águas subterrâneas em que nadamos e das quais emergimos na prevalência do racional, do cerebral, impregnados do indispensável humanismo que nos oriente na esperança renascida que partilhamos ...
O cromatismo é antídoto de todo o facciosismo e ele, o cromatismo abre-se, exponencial e de par em par na Travessia em que progredimos e que não se compadece nem com a demagogia nem, tão pouco, com a mentira ...
Não se compadece, também, de per si, com um simples resultado sufragista que embora seja incontornável não é o bastante!
O cromatismo alicerça-se no singular que se expõe enfrentando, paulatinamente, as forças obscuras, a era do terror sobre a qual todos nós assentamos ainda os pés e que subjaz ao Edifício Democrático, desafiando-o sempre, pela barbárie, pela corrosão, a subverter-se ...
O cromatismo, todavia, impõe-se pela sua superioridade inquestionável e assim as forças que o suportam dela, na multilateralidade que as caracteriza, da sua fecundidade se convençam e saibam abdicar do supérfluo ...
O cromatismo é tu seres assim e eu assado e podermos, todavia, mais do que pela simples tolerância, antes pela aceitação e respeito mútuos, coexistir e conviver ...
Aplacando ódios e tensões num Mundo que é um só, pequeno e frágil demais, simples aldeia onde todos temos de aprender, pelos inquestionáveis sinais políticos que do topo da superestrutura decididamente se difundam e eles tardam (!), no cosmopolitismo universal, a sermos mais e mais do que só sobreviventes, antes sua parte inteira.
Não me parece que seja pouco o que está em causa, não me parece não ...
O cromatismo, em toda a sua exuberante transparência, na resolução do negro nas infindáveis cores que dele emanam, prevalecerá!
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( O Que Está Em Causa I, II e III formam uma outra Trilogia, composição que aos três momentos, andamentos, nas suas conexões e linhas de força convoca. )
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Fevereiro de 2010
2 comentários:
é na dispersão da luz
que quero ser
a travessia viajante
de mar calmo
é diferente
aquele que nos teme
e no temor que damos e que temos
recomponho então a luz em cada ser
e sou eu mais o outro
sem tamanho
este meu poema é, como já perceberam, uma trilogia de mim...
Manuela
TRILOGIA DE MIM
És a luz tamanha
de mar calmo
minha senha
e o temor que temos
por Aquele que nos ergue
é um mar imenso
que te banha mais e mais
e a nós nos venha
dar a luz que temos não tacanha
este é o reverso nas Trilogias de nós ...
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Fevereiro de 2010
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