Da música clássica ou erudita, assim chamada, cumpre-me uma satisfação a quem me segue sobre o que me leva a fazê-la presidir às selecções por mim feitas e às quais se tem acesso premindo sobre os endereços que, de página para página, Vos vou facultando.
Antes de mais, ela é, posso dizê-lo com segurança, a minha matriz musical e que, devo acrescentar, molda, estou certo, a minha maneira de escrever de cuja musicalidade, os meus textos, acrescento ousadamente ainda, respiram e transpiram.
Eu não teria escrito a Ode anterior não fosse, previamente, ter ouvido o excerto da Ode a Santa Cecília de Haendel que a inspirou e a acompanha!
Como já Vos escrevi anteriormente, nem sempre é este o processo que em mim conduz à criatividade mas, venha ou não a música por antecipação, é naquela que se diz clássica ou erudita que me banho, como se fora a minha fonte ou nascente e desde tenra idade.
Tal não significa que não encontrem em mim receptividade para muitos outros géneros musicais que a cultivo mas o meu pulsar tem, indisfarçavelmente, esta inclinação, diria melhor, atracção irresistível.
Dos clássicos como dos eruditos reclama o meu pathos e é neles e com eles que vibro entranhadamente e me preencho num solo que, pleno de harmónicos, por fim ou por antecipação se desfalece no que escrevo.
Já muito se disse, sei-o e registado também já está, sobre o que escrevo:
Que sou poeta, filósofo, político, esotérico, contista, teólogo, crítico, esteta, explanador de hipóteses, pensador sistemático e a sucessão de epítetos não se ficaria, estou certo, por aqui, mas se me pedissem para me definir, num registo microcósmico talvez dissesse apenas que sou um cantor solista que perdeu, prematuramente, a sua voz mas que não prescindindo da música hoje se derrama num canto surdo e feito de todas as vozes que, apenas a erudição no manejo da arte dos sons conseguiu, na música clássica e pela escrita, fazer potenciar.
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( Na data da comemoração da República que celebra hoje o seu nonagésimo nono aniversário, esta alusão à música clássica, aqui simbolizada na Portuguesa, o Hino de Portugal que, ele também e como tantos outros monárquicos ou republicanos entre os clássicos já figura, música que é mais do que distinta Coisa Pública às vezes tão maltratada, não me parece, de todo, inoportuna. )
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Outubro de 2009
Alegoria ao 5 de Outubro de 1910
13 comentários:
JOSÉ FERREIRA
Caríssimo,
Seja ou não republicano o Teu abraço e gratificado pelos elogios que na caixa de comentários anterior a mim me diriges, aceita, já agora, também como tua, esta minha alusão à Implantação da República
que na música se revê.
Belo Hino!
Um abraço cheio de aniversários
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Outubro de 2009
Caríssimo,
Sem quaisquer pruridos mentais, confirmo que, se mais não fosse, por razões genealógicas - de que me orgulho - republicano assumido me confesso.
Grato, duplamente, não só pela apropriada evocação, mas também pela oportunidade de rever a letra (tão esquecida, quantas vezes) do Henrique Mendonça e a música do Alfredo Keil.
Permite-me comungar contigo:
Que Belo Hino!
1 Abraço
Zé
Manuela e Jaime, Jaime e Manuela,
Pois recebam um caloroso beijo duma monárquica que se dá muito bem ( que remédio!) nos mares republicanos do nosso País.
Filomena
Filomena e Filomena
Eu logo vi que a menina, gosta mais de Príncipes do que de ministros!
Eu também!
Beijinhos
Manuela Baptista
MANUELA E FILOMENA
Queridas,
Alguma vez e em monarquias constitucionais e democráticas, os príncipes prescindem de ministros!?
Alguma vez e em repúblicas constitucionais e democráticas, os ministros negam os príncipes!?
Que impeditivo, aliás, para que monárquicos e republicanos coexistam e desde que respeitem as constitucionalidades democráticas, isto é, a Coisa Pública!?
A Filomena é disso um bom exemplo e tu, minha querida, também!
O resto faz parte da espuma dos dias que, quantas vezes e escamoteando a serenidade indispensável à reflexão lúcida, esclarecida sobre estas matérias, tudo atrapalha e antagoniza...
Não vou por aí!
Além disso, esta data, a da Implantação da República e venham os tempos a ditar o que quer que seja, já faz parte integrante da nossa História.
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Outubro de 2009
JOSÉ FERREIRA
Prezado Amigo,
... neste caso, a letra sumida na música já que, da busca que fiz no Youtube, este vídeo me pareceu ser o mais escorreito e instrumentalmente, musicalmente mais conseguido que encontrei.
Tinha pensado numa versão digna à capella, como já ouvi numa celebração em tempos, mas, com estas referências seria como procurar uma agulha num palheiro.
Demorei, aliás, mais tempo a procurar o vídeo mais aceitável do que a escrever todo o texto e a seleccionar as imagens apropriadas!
Não se pode ter tudo e o que se tem já é melhor que nada ...!
É, é um entre os mais belos hinos que conheço e já são alguns!!!
Desde o alemão ao francês, ao inglês e ao russo, ao americano e ao chinês e pese a toada oriental que nos não é tão familiar e próxima e a muitos outros ...!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Outubro de 2009
CAROS LEITORES
Vou-me ausentar por algumas horas já que vamos visitar um familiar nosso que se encontra hospitalizado ...
A bom termo regressaremos e peço-Vos apenas que circulais por aqui com todo o à vontade e elevação!
Vosso
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Outubro de 2009
Filomena e Manuela
Cuidado com os príncipes ;)não vão eles transformar-se em sapos.
Monarquia ou República?
Fico-me pela segunda pois receio que os monárquicos tenham mesmo sangue azul e exercem sobre mim algumas represálias,já que de azul só tenho as vitórias do FêCêPê!!
Espero que o vosso familiar esteja a recuperar.
Por aqui o Outubro de Outono e chuva já começou.
Beijinhos.
Nini
ANA CRISTINA
Minha Querida,
O Outono já começou mesmo, pelos vistos pelo país inteiro.
Já fazia falta a chuva, se fazia!
Quanto aos príncipes:
Já viu o que seria um sapo de sangue azul e, para mais, do FêCêPê!?
A nossa familiar:
Trata-se de uma prima da Manela, senhora na casa dos noventa anos a quem lhe apareceu uma infecção bacteriana, julgo poder descrever assim e que se encontra hospitalizada em Santa Maria, estabilizada e em vias de recuperação, é o que Lhe desejamos ...!
Obrigado pelos Seus cuidados, um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Outubro de 2009
...Quanto à musica clássica,que MATRIZ,meu amigo.Que fonte!
...Fico muda.Sem ousar nem respirar,para sentir a MÚSICA.
E tão só a MÚSICA...
Sem bajulação.
...
Um abraço
LINDA SIMÕES
Sempre a vasculhar sem pressas e ao sabor!
Beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 de Outubro de 2009
No meio da música clássica, que muitos insistem em chamar de elitista mas que é apenas mais cuidado e aprumado por contraste com a música de consumo mais ligeiro, fica difícil achar uma boa segmentação do mercado. Por exemplo, se você quiser “estudar” o período romântico através da música clássica, como encontrá-lo no meio de tanta referência ao barroco, ao medieval e ao contemporâneo? Pois bem, nada melhor do que compartimentar bem os gêneros para não acabar confundindo Handel com Saint-Saens. E isso esse site http://cotonete.clix.pt/ faz e é admirável o modo como as rádios de música clássica se encontram assim estruturadas. Experimente!
RAÚL TOCHAS
Obrigado pela dica que me dá e, oportunamente, explorarei o site que me sugere!
Uma vez mais, muito obrigado, Seu
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Outubro de 2009
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