Eu que nestas palavras corroo
como no que quer que diga ou escreva
pinte
cante ou esculpa
sempre acontece
dando outra forma ao estar e à realidade que nos circunda
perfurando-os do que aqui deixo em perspectiva outra não tida antes em conta
sou um ácido que distorce e perfura a alva virgindade de uma caixa sem texto nem nada
que a mim se entrega passiva e pronta a ser usurpada
-
Violentada por caracteres que a conspurcam
-
Que a disformam da brancura em que se tinha
-
E que nem branco o fundo continuará a ser porque convencionado assim ao amarelo de uma folha que se dá a quem a queira ler
-
De visor para outro visor na concupiscência pública a que a exponho ditando as regras e para sua humilhação maior
-
Ai da pobre folha que manipulo
-
Que preenchida de cicatrizes tão dolorosas como as letras que em periodos saco e impulsiono
se desmancham aqui no que equaciono
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Novembro de 2009
9 comentários:
Jaime,
Ai da pobre folha que manipulo...
É isso meu caro.
Pobre folha
manipulada
corroída, violentada por
caracteres que a conspurcam...
Tal como as telas
que violento com as minhas
pinceladas de arbitrários
motivos,
colorações...
Tal como se inscrevem
diariamente, como hoje,
linhas na estória, histórica,
duma República decadente,
demente, insuficiente
ao necessário, para além do
horizonte, fútil, perceptível
no hemiciclo...
Amigo, também eu hoje estou
corrosivo.
Um abraço,
José Ferreira
JOSÉ FERREIRA
Poderás estar corrosivo mas, seguramente que inspirado também!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Novembro de 2009
A pobre folha fica rica quando poetas aparecem e escrevem sonetos,sonetinhos,poemas e mais,mais...
Pobre folha?!
Eita!
Beijoquinhas de boa noite
José
Tuas telas são poemas também, com colorações, motivos que enriquecem a alva tela que sorri feliz!
...
Manuela
Tuas folhas são magia,encantamento,serenidade...
Linda
Como já disse antes, esta folha está a transmutar-se no espaço dos Poetas e Prosadores Vivos.
Eu, modesto e amador operário, maculador de telas, aspirante a pintor, te agradeço tão generosas palavras, que não mereço.
Beijos
Um bom fim de semana para todos
José Ferreira
LINDA SIMÕES
Querida Amiga,
Ao escrever o que agora Lhe dirijo, esta janela que nada tinha corrói-se de hieroglifos que nem por sombras se aproximam do nada que ela continha ...
E tudo o que escreva, apenas por defeito se aproxima do que sinto ao lê-La naquilo que escreveu.
O silêncio, tal como a música, vai sempre mais longe e pese embora longe poder ir ...!
Muitos beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Novembro de 2009
POETAS E PROSADORES VIVOS
Poetas e prosadores
vivos em suas dores
são mais que simples sonetos
do que prosas ou motetos
São tercinas e duetos
são árias e são tercetos
são silêncios no que fores
são procissões e andores
São as não pintadas cores
que não escrevas nos livretos
que não saibas onde pores
São óperas e são quintetos
maculados pormenores
amarelos brancos ou pretos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Novembro de 2009
Nossa!
"Poetas e prosadores
vivos em suas dores
são mais que simples sonetos
do que prosas ou motetos
São tercinas e duetos
são árias e são tercetos
são silêncios no que fores
são procissões e andores..."
Ah!Eu vou ficar em silêncio, pois...
As palavras fugiram todas...
...
Beijoquinhas carinhosas aos três
Manuela,Jaime e José
Merecedores sim,sem bajulação nenhuma.Tiro o meu modesto chapeu...
LINDA SIMÕES
Querida,
... chapéu!
Usa chapéu!?
Bravo!!!!
Beijos repenicadinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Novembro de 2009
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