Campanella, Sonatina Renascentista, 1982
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Morreu a voz ficou o riso
o riso e o sonho de um canto liso
natural na vibração soprada
que era mais do que o nada
tudo e uma entrada
janela que escancarada
o erguia no sonho sem siso
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Erguia e esmagava
erguia e calava
quantas vezes e por mais
que o encanto lhe faltasse
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Refez a voz
sem saber quão mais veloz
seria o que em débito seu
teria de percorrer
arfar
sorver
o que na falta dela
se dispunha a refazer
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( No dia em que um deslizamento de terras provocou muitas dezenas de mortes no Uganda )
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 3 de Março de 2010
4 comentários:
está muito bonito!
a réplica fica para amanhã...
Manuela
MANUELA BAPTISTA
... amanhã já é hoje ...!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Março de 2010
Refez-se a voz...
E novamente a dor...
...
Um abraço amigo, na dor partilhada
Linda Simões
LINDA SIMÕES
Partilha
é cartilha
aventurada
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Março de 2010
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