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( galhofa )
- Irmão, irmã, que história amaricada é esta!?
A Tua magia religa de novo o que os tempos, as modas separaram, canta-se na Ode da Alegria ...
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http://www.youtube.com/watch?v=eq0EWNuR1H8
-.-
Algures ...
... todos nós somos estrelas!
Cada qual no seu universo e todos no Universo que partilhamos e no intenso cromatismo que a todos os caracterizam.
Enclausurados ou não, abstendo-nos num silêncio que nos invade e impregna, retirados num anonimato mais ou menos desejado ou expostos nos palcos mundanos das nossas vidas e representando , não fingidamente, como sabemos.
Por vezes, fingidamente também ...
Noutras, tão fingidamente que de tão fingida a representação se excede, sublime!
Em palcos onde somos mais ou menos capazes de sublimarmo-nos ...
Somos todos estrelas mas as estrelas não nascem feitas nem pré-destinadas.
Há uma margem, uma estreita e dificilmente mensurável margem de finos contornos sempre presente, que nos acompanha e que aproveitamos ou não para saltar para outro lado.
Da plateia, confortável e logo por nos garantir o anonimato para o palco, da vida e do espectáculo sabendo que neste como na vida, na plateia de todos os espectáculos também, há sempre um preço a pagar!
Grãos de areia quase invisíveis ao pé dos astros, é-nos sempre facultada a hipótese de ascendermos ao estrelato, sabendo-se, é certo, que tudo tem um preço ...
Munidos de arbítrio que se quer livre, intuímos, contudo, que quaisquer que sejam as nossas opções elas implicam sempre abdicar de algo mais.
E o mais elevado de todos os preços consiste, afinal, em saber como manter a estrela acesa depois de iluminada, sem que ela se esmague contra as outras ou impluda sobre si mesma.
Num fino fio de voz feminina, iluminado por certo, pode-se sentir o masculino que não deixa de o ser por cantar assim.
-.-
de tanto se porfiar
na confiança
um
já se vai a danar
outro
descansa
e as goelas abissais
de mor ganância
vão mantendo
os animais
na ignorância
- fotografia e poema de Jorge Castro
- fotografia obtida na exposição de cerâmica de Bordalo Pinheiro, em Óbidos.
-.-
( Em catalão mas facilmente compreensível )
http://www.youtube.com/watch?v=loHXTJU-Lzg
-.-
( 121 )
A CEGONHA E O LOBO
( Fábula de La Fontaine )
De tanto o ajudar, ao lobo, retirando-lhe o osso encravado da goela, a cegonha acaba por se ver em apuros ...!
De tanto manter vivas as tradições em loiça única, a fábrica de Bordalo fecha, engolindo consigo a tradição e desarmando o povo!
É a tradição que já não cola, o trabalho que não compensa ou mais do que isso!?
Na fábula a cegonha tinha, não foi escrito mas tinha (!), tem asas para voar e logo para se furtar à traiçoeira investida do lobo que com a sua ganância, em recompensa e livre do encravanço, a quer devorar.
Que asas terá o povo para voar, furtar-se à ganância traiçoeira das goelas depressoras de uma crise que o arrastam, e a poder encará-la de frente!?
Eu acho que as tem!
Talvez que abdicando do voluntarismo que um osso que se oferece para desentalar representa, assim desencrave a situação e possa, suserano, neutralizar a ganância onde quer que ela exista!!!
Resta saber como e onde estão as asas ...
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Fevereiro de 2009
-.-
http://www.youtube.com/watch?v=7txDU992Iw4
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Fevereiro de 2009
Na emoção de um viajar
real ou desejado
as noites são de escura prata
desenhando templos e catedrais
baías aldeias e arrozais
fervilhando cidades solitárias
mar revolto de monção
acendendo estrelas
nos lugares do coração
Manuela Baptista
10 de Fevereiro de 2009
http://www.youtube.com/watch?v=cDVBtuWkMS8
Fria a noite roga que seja
boa no Inverno que a acolhe
cantada nos passos que a trazem
suaves pedindo que veja
em tudo o que a tolhe
o mais que eles fazem
-.-
http://www.youtube.com/watch?v=TRg6geGIef4
-.-
E passam os sonhos no frio que a desfazem
Desculpa-se a noite da cor que a pintou
Por ser no Inverno um sono tardio
Que às horas levaram de fio a pavio
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Fevereiro de 2009