terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

MEIO CHEIO OU MEIO VAZIO


Por fora e por dentro
Meio cheio ou meio vazio
Cai o silêncio sem frio
Ao ouvir-te no meu centro
Em enorme rodopio
-.-
Nas cores das brumas
Cinzento
Escura cor que não invento
Vem a alegria que intento
Do silêncio do convento
-.-
Sabedoria de sumas
Mãos de frade
Pensamento
Que nos convida a parar
A olhar e a amar
Tudo o que traz o meu tempo
-.-
Estar no mundo ou retirado
Enche-se o copo
Na contemplação
-.-
-.-
-.-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Fevereiro de 2009

8 comentários:

Paula Raposo disse...

Gostei. Beijos.

Anónimo disse...

PAULA RAPOSO

Boa Amiga,

Obrigado!

Sinto-me, já agora, na obrigação de Lhe dar uma satisfação:

É que, infelizmente, não tenho tido disponibilidade de A percorrer no Seu blogue como gostaria de o fazer já que, espero que compreenda, ando muito concentrado pelos meus percursos habituais e sei que não me posso dispersar.

Saiba, no entanto, que quando arranjar um bocadinho A abordarei na senda dos Seus passos ...

Isto não dá para tudo é máxima que há muito integro no desfiar do novelo que persigo!

Um grande beijinho e, uma vez mais, muito obrigado, Seu

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Fevereiro de 2009

Anónimo disse...

Je suis celui qui est

O monge cego diz que "não vale a pena viver quando se suprime o pensamento de Deus"

O copo está cheio e significa que com Deus jamais teremos sede.

Há demasiado ruído à nossa volta, as pessoas falam cada vez mais alto, a música está sempre a tocar para onde quer que se vá, os varredores (homens) silenciosos foram substituídos por umas engenhocas motorizadas e barulhentas que supostamente aspiram as ruas; nos centros de saúde e nas repartições públicas as pessoas têm de estar atentas a campainhas que fazem "TLIM!! TLIM!" constantemente e com tanto TLIM deixamos de ouvir...

Até na igreja onde deveria haver silêncio, não há! As velhinhas não sabem desligar os telemóveis e outros mantêm-nos ligados decerto à espera de algum contacto divino mais urgente!
As crianças das famílias numerosas portam-se mal, os bebés choram, os pais não ouvem nada da missa e nós calamo-nos, pois quem é que ousa dizer alguma coisa às famílias numerosas?! Qualquer coisa assim como: "então não acham que o Bom Deus lhes perdoava, se um de vocês ficasse no jardim com os mais pequenos e não nos infernizassem o Domingo?!

Os solistas ensaiam, os coros cantam sempre e são raros,mas abençoados, os padres que se calam um pouco e, após a homília, ou comunhão ou seja lá o que fôr, se sentam e fazem silêncio.

Até a Terra faz ruído no seu movimento de rotação, mas esse eu não oiço...

Também temos sede de comtemplação...

Manuela Baptista
Estoril, 18 de Fevereiro

Anónimo disse...

Temos sede de contemplação!

Comtemplação não sei o que é, algum ruído?

MB

Anónimo disse...

Obrigada ao Jaime,

por ter colocado aqui neste blog algumas imagens deste filme de Philip Gröning, que esperou 17 anos pela autorização, para acompanhar a vida dos monges Cartuxos da Grande Chartreuse, nos Alpes Franceses.

O filme não tem banda sonora apenas os sons do dia a dia, as orações, os cânticos,as gargalhadas em dia de saída e brincadeira dos monges e o grande silêncio.

Não é um filme fácil, mas é comovente mesmo para os que não acreditam, porque não sendo fácil é extremamente simples na sua complexidade na procura do Absoluto!

Agora vou-me calar.
Isto de comentar a torto e a direito é contagioso ;)

Manuela Baptista

Anónimo disse...

MANUELA BAPTISTA

Meu Amor,

Comentar não é a torto e a direito ...

Bem sei que te ris no fim e com uma lágrimazinha no canto de um dos olhos (;) mas esse teu riso maroto é que é contagioso!

Se não o souberas tu ...!

Um beijo

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Fevereiro de 2009

Ana Cristina disse...

Manela

Será que o sorriso maroto era para o Jaime!?
Só pode, rsrsrssrsr!!!!
O meu riso é inocente,juro!

O silêncio é essencial.

Bjis.
Nini

Anónimo disse...

Nini,

Desculpe-me meter-me ao barulho mas a Manuela está, por ora, com a gata ao colo e a pender frente à televisão pelo que não Lhe pode vir, atempadamente, responder.

Isto só para Lhe perguntar:

Desde quando é que um riso como o Seu ( rsrsrsrsr ), para mais com quatro exclamações, pode ser considerado um riso inocente!?

Diante dele, até os monges da Cartuxa interromperiam o silêncio para se desfazerem numa imensa gargalhada!

Beijinhos,

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Fevereiro de 2009