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- A, ouviste bem (!?), foi mesmo um A que ele disse, não terá sido antes um B!?
- Não, de facto não foi um A mas um B também não foi e tanto mais quanto já devia ter falado há mais tempo, não foi um A nem um B e se foi o que queria dizer era C!
- Eu ouvi um D!!
- D é que não foi, desculpa-me, era uma vogal bem aberta, um E, ouvi bem, como quem diz que é!!!
- Vamos com calma, se atendermos aos antecedentes, ele estava mas era zangado e pronunciou um impropério, distintamente um F ...!
- Ora essa, impoluto como é, poderia lá ser, foi um G, G de gato sibilino.
- Pode ser que te parecesse zangado mas não, arfava era o que era e aspirou um H.
- H é que não foi I ...
- ... e qual carapuça (!), não paras de dizer disparates, pela postura a que nos habituou disse mas foi um J de já, impositivo!
- Perdoem-me lá, não terá sido um K ...?
- Não, K não foi, deixem-se de estrangeirismos, a sua posição nunca permitiria um já nem um estrangeirismo, quanto muito um L de lá ...
- Insisto, estava zangado e se o estava talvez tenha desabafado um M...!
- Parem lá um bocadinho e raciocinem, qual M de meia tigela, quanto muito, dada a sua posição relativa, um N ou um O!
- Ó messa, insisto, era um palavrão, uma calinada que insinuava distintamente um P ...
- Já chega, que confusão e se atendermos às suas intenções, foi um Q ...
- ... que disparate sem nome, repito, de um R até saltou para um S naquele ponto de complexidade mais densa e onde insinuou, entre linhas um T, ouvi bem ...!
- T de tu, ele não se nos dirige assim, nem c' U ... com V de Vossas Excelências, talvez!
- Olhem lá, não terá sido W de water!???
- Mas que raio de encruzilhada, eu percebi, claro como a água um X, um Y não que é coisa de ficar-se grego ou talvez antes um Z, zumbido entre dentes ...
- Hm, hm ... não terá sido antes um Alfa ...!?
( ... )
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 3 de Outubro de 2009
10 comentários:
A desconfiança Alfabetária
Será a linguagem uma torre de Babel?
Eu muitas vezes também penso que quando digo Z, os outros respondem B!
Ou quando o Cavaco diz AH! o Sócrates responde IH! e quando o Portas diz OH! ninguém responde nada?!
Manuela Baptista
Bom Dia!
Muitas vezes falar pode gerar a maior das desconfianças, porque as palavras têm um enorme poder quando ditas na hora certa e pela pessoa certa.
Mas, e quando se metem estes "pequeninos senhores do mundo", pelo caminho, gera-se uma algaraviada sem precedentes.
Filomena
MINHAS QUERIDAS, CAROS LEITORES
O princípio é sempre o mesmo e exactamente porque as palavras têm um enorme poder, como escreve a Filomena e sejam quais forem as circunstâncias!
Já temia correspondências a factos da nossa praça mas gostaria de sublinhar que qualquer correspondência com o real é mera e ainda que real coincidência.
Não me acusem de ser furtivo e, já agora, gostaria de sublinhar que, uma coisa é a palavra dita e ainda que tenha sido escrita, outra esta segunda, a palavra que como esta está escrita e não foi dita.
Acho que, à palma de tanta subjectividade e relativismo, em vez de se analisarem e interpretarem, semântica e estritamente (!), os textos escritos cai-se amiúde na redundância de a estes se escamotearem por completo à palma, escrevia, dos mais subjectivos relativismos.
De tal modo que um A pode ser todo o alfabeto ou deste derivando para o grego, o árabe, o hebraico ou o cirílico, porque não os caracteres chineses ou japoneses num interminável enredo sem fim e onde conta tudo menos tirar olhos ou o A que se disse e escreveu ...
O alimento da intriga, da qual os média e não digo que não estejam também no seu papel (!), como a intriga, que ela também desempenha um papel catársico, embora sofram de um défice de investigação criteriosa, e em que são useiros e vezeiros.
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 3 de Outubro de 2009
SERÁ QUE O ÚLTIMO PARÁGRAFO DO MEU COMENTÁRIO ANTERIOR FICOU CLARO
O que eu queria dizer:
Os média, em prejuízo, em défice de investigação criteriosa, de facto, amplificam e de que maneira a intriga a um tal ponto que, quantas vezes, acabam por pouco importar os factos sem que com isto queira dizer que esta, a própria intriga, não deixe de ter o seu papel na indispensável catarze colectiva!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 3 de Outubro de 2009
Caro Jaime,
Acho que a emenda ao teu último parágrafo está clara, com o qual estou perfeitamente de acordo. (finalmente lá de estou de acordo contigo!)
O resto...bom, quando dizes (segundo parágrafo) cito:"Já temia correspondências a factos da nossa praça mas gostaria de sublinhar que qualquer correspondência com o real é mera e ainda que real coincidência." fim de citação, desculpa mas essa não compro!
1 abraço, bom fim de semana e... não se esqueçam, amanhã comemora-se o Dia da Implantação da República, e, já agora, (só para não esquecerem)do nascimento do Zéca!
Zé(ca)
JOSÉ FERREIRA
Meu Caro,
Estava a ver que a miudagem te tinha absorvido tanto que nem forças te sobrariam para vir até aqui!
Folgo em saber que alguma coisa partilhas comigo mas, o que não compras também não está à venda ...!
Ou será que queres que estenda este diálogo até ao cirílico que, por acaso, até aprendi a ler embora o teclado o não permita desenvolver!?
Dou-te a pontinha do dedo e queres logo o braço todo, ingrato!
Obrigado pelo lembrete e amanhã, uma vez que sem discursos fico sem obrigações, sobra-me aquela de então, e só então te felicitar.
Abraços
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Outubro de 2009
Caro,
Obrigado pelos mimos. Aproveito para esclarecer que também não pretendo amputar-te!
Já agora e se tiveres paciência, dá uma saltada ao meu blogue e lê a minha última postagem.
Não te é dirigida em particular, mas depois dos email envergonhados que recebi, decidi colocar o preto no branco (neste caso azul no preto)
1 Abraço
JOSÉ FERREIRA
Meu Caro,
Copio do que escrevi na tua caixa de comentários e seguindo a tua dica:
Acabei de ler a tua página e reconforto-me em saber que, também tu, defendes a Democracia Representativa e o que te move é, já o tinha percebido, o alerta ou chamada de atenção que possa, eventualmente, chegar aos políticos na esperança de que estes, em vez de balcanizados e a falar para as suas clientelas, sem as perderrem de vista, se recentrem na busca do bem comum.
Não vi a Quadratura do Círculo já que, a essa hora, entregava-me a escrever a minha página Desconfiança a Rodos e, por isso, dela, especificamente, não poderei falar.
Mas ainda bem que escrevi Desconfiança a Rodos!
Dessa não me livro eu e, como tu, julgo que também comungamos embora eu continue a votar.
Mas, sobre isso, já escrevemos, tu e eu!
Um abraço
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Outubro de 2009
JOSÉ FERREIRA
Acrescento:
Embora eu, deva continuar a votar!!!
Mais Abraços
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Outubro de 2009
JOSÉ FERREIRA
E, agora, emendo:
No dia da Quadratura do Círculo, embrenhei-me foi no conto A PRINCESA E O CAVALEIRO, que editei já na madrugada de sexta-feira!
Sabes, de tanta produção, não estarei a ser imodesto (!?), às tantas já nem sei a quantas vou ...
De novo, abraços
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Outubro de 2009
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