Um dos problemas deste suporte como, aliás, de todos, é saber situarmo-nos.
Que quero dizer com isto?
É saber que estando aqui a escrever, não o fazendo apenas para deleite próprio, o faço tendo em mira não apenas a objectivos mas a um público e que, portanto, a ele também me dirijo.
Esta é uma das tais preocupações recorrentes que me perseguem e que me remetem, para que melhor me situe, a saber a quem me dirijo, como caracterizar esse público que, eventualmente, me leia.
Eu considero este meu blogue como uma plataforma, uma página e um arquivo que disponibilizo, página e arquivo públicos, qual espólio de jornal ou pequena folha que ao público casuístico e em geral tem também por destinatário.
Assim sendo, não posso deixar de ter em conta esse mesmo público que errado seria caracterizá-lo apenas a partir daqueles que aqui vêm depositar os seus comentários ou reflexões ...
Na sua caracterização, porém, não o defino, singularmente e na sua imensa diversidade, antagónico de mim próprio, isto é:
Se tenho angústias, perplexidades, dúvidas, palpitações ou certezas, parto do princípio que a essas, assim ou de outra forma, também aos meus leitores os assaltam.
Seria, aliás, estultícia, partir de outro que não fosse este princípio!
Não baixarei pois o nível da conversa, isto é, das reflexões aqui produzidas, não cedendo, assim, à tentação de menorizar esse meu público o que seria, afinal, o mesmo que menorizar-me a mim mesmo:
O Outro na sua indefinível diversidade é tão diverso quanto eu o sou!
Já agora e como sempre o faço, continuarei a partir do princípio de que aos meus leitores também os move a curiosidade que, não me obrigando, por sistema, a repetir, porque há, em tudo o que escrevo toda uma linha de coerência, os levará a folhear-me para trás, nesse que é, atendendo à curta longevidade que este meu blogue tem, ser já um arquivo relevante que muito me orgulha, na vontade que os anime de, vasculhando-me porque me exponho, melhor me compreenderem.
Se tal seria o que, movido pela curiosidade como sempre o sou, eu faria, também aí é nesse pressuposto que, julgo, sereis tentados a agir.
E, já agora, como tereis oportunidade de aferir, o que eu escrevo, escrevo-o sem muletas e em nome próprio, apoiando-me em mim mesmo, na complexidade, porque não há quem a não tenha, em que me vou revelando.
Escrevo em nome próprio como de outra maneira não acrescentaria valia adicional a toda a complexidade da realidade que de nós todos, pela exposição a que livremente nos sujeitemos, se acrescenta!
Roubando como o autor o faz, ele é um ladrão subtil (!), escrevendo de minha justiça e ainda que Vos pareça que iludida ou de enganos feita ...
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Outubro de 2009
8 comentários:
Palavras são coisas...
..."Sou uma coisa que pensa,isto é,que duvida,que afirma,que nega,que conhece poucas coisas,que ignora muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer,que também imagina e que sente ."
Descartes já dizia que a essência do homem é o pensamento...
...Goethe que "O homem só conhece o mundo dentro de si se toma consciência de si mesmo dentro do mundo".
...
Pois é,a "consciência do outro" exige atenção.
Bravo!
Beijos carinhosos aos dois,
Linda Simões
LINDA SIMÕES
Amado Outro,
Isto é que é, minha Amiga, que delicioso parlapié que vamos por aqui deixando!
E põe-me na companhia de Descartes e de Goethe!?
Deixa-me uma vez mais sem palavras de tão emocionado ...
Cita Goethe e transcreve:
"O homem só conhece o mundo dentro de si se toma consciência de si mesmo dentro do mundo".
É mesmo assim:
Se não nos acharmos de alguma importância no Mundo e se nele não projectarmos as nossas legítimas ambições, que conheceremos do Mundo e do Outro em nós mesmos!?
Que conheceremos de nós mesmos e como nos poderemos afirmar!?
Solidário, com um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Outubro de 2009
O Público: clap,clap,clap!!!!
A Estultícia: mas que tolice, só sabem aplaudir! O que vale é que eu também tenho imensos fãs!
O Público pateia (como é o som de patear?)a Estultícia, que cabisbaixa entra num outro universo...
Manuela Baptista
Manuel e Jaime,
Um beijinho( mais outro) para os dois
E muito obrigada
Filomena
MANUELA BAPTISTA
O som da pateada é assim:
...
Pensando melhor, não o reproduzo porque aqui não tem lugar!
Isso é lá no Universo da Estultícia com o qual, já o sabia, te irias encanitar ...
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Outubro de 2009
FILOMENA
Querida Amiga,
Não tem nada que agradecer!
Afinal, para que servem os amigos e ainda que virtuais o sejam.
Virtuais!?
Virtuais uma ova pois esta nossa amizade já teve momentos bem concretos em que se veio a revelar e esta blogue é disso mesmo uma prova!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Outubro de 2009
Encanitar?
Adorei a estultícia!
Patear é: Tap,Tap,Tap!!
MB
MANUELA BAPTISTA
Ah minha pateada tapeadora!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Outubro de 2009
Enviar um comentário