Desdobro-me dia a dia como o vento
a minha voz ecoa o que sinto
hoje já sou muito mais do que um cento
que se desmultiplica no que eu pinto
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Página após página eu me finto
encaro-me e desfio-me no que tento
contar-vos sem trair pois não vos minto
dispo-me atrás de cada peça cheio de alento
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Assalta-me o espanto num lamento
ao ver por quanto dispa como é tinto
o sangue que escondido reinvento
-
Rio-me então no labirinto
em que me perco e encontro o alimento
que me deixa repousar neste recinto
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 3 de Novembro de 2009
12 comentários:
Agora
venho explicar tudo
muito bem explicadinho, EU.
O Rei Artur anda por aqui nesta feérica ilha, como diz a música
e o soneto traz-nos Camões e o desdobramento do descobrimento
assim está bem
Manuela Baptista
Jaime,
No meu comentário anterior, quando mencionei, alegoricamente, "andarmos á estalada" quis dizer, como certamente percebeste, "disputas, contendas, dialécticas"
Espero que as(os) restantes participantes hajam compreendido o vocábulo, "estalada" sem conotações belicistas.
Entretanto...bem travado tinhas o teu exuberante caudal literário, pois mal te demos explicito apoio, a tal te acometeste!
...(neste caso em pujante soneto)
Depois, confessar-te que só do texto me regozijo (ou me exalto, replicando) pois da música - mesmo apercebendo-me da sua criteriosa escolha - não consigo acompanhar, não por comodidade ou desinteresse, mas devido à exasperante lentidão de resposta em termos de velocidade de largura de banda, que aqui consigo, normalmente não superior a 300 kbps.
Viver na província tem os seus custos, pelo menos em Portugal.(fibra óptica onde estás?)
Agora, que cansado vou ficando, dá-me espaço para dormir que bem preciso!
1 Abraço,
Zé
MANUELA BAPTISTA
Ah minha Querida,
Sintonizados novamente, nhurrice a minha!!!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Novembro de 2009
JOSÉ FERREIRA
Agora que cansado vais ficando
guardo o estaladão não replicando
espaço deixo-te eu para dormir
sonhar ou simplesmente para sorrir
Uma noite encantada te desejo
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Novembro de 2009
Cara, muito bom!
Mesmo.
É tão bom ver estes poemas regrados..
ADoroooo
Abraçãoo
Aparece por lá em casa
;)
Fui
http://www.filomena-emsegredo.blogspot.com/
Saudade é
amar um passado que ainda não passou
É recusar
um presente que nos magoa
É não ver o futuro que nos convida
( Pablo Neruda )
Saudade é
amar um passado que ainda não passou
preservar
um presente que nos possa magoar
e ver no futuro o desejo porque ansiamos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Novembro de 2009
Publicada por Filomena em 1.11.09
Etiquetas: Pablo Neruda
?
Dulce
DULCE
Minha Amiga,
Eu sei, também eu já tinha reparado mas não disse nada à Filomena ...
Em rigor deveria ser:
Saudade é
amar um passado que ainda não passou
preservar
num presente que nos possa magoar
e ver no futuro o desejo porque ansiamos
Falta apenas um éne no início do quinto verso transformando um em num!
Obrigado pela chamada de atenção, pode ser que a Filomena veja e logo corrija ...
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Novembro de 2009
MATEUS ARAÚJO
Obrigado!
Agora não posso passar pelo Seu blogue mas mais logo o farei e já reparei que ele está de cara lavada.
Estou certo!?
Um abraço
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Novembro de 2009
MATEUS ARAÚJO
Meu Caro,
Lá fui ao Seu blogue e nele deixei um poema, Pássaro Migrante!
Um abraço
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Novembro de 2009
..." Rio-me então no labirinto em que me perco..."
...
Beijinhos
LINDA SIMÕES
Minha Querida,
Imagino, imagino-A perdida no meio da sua nova casa e em Olinda, oh linda, lindinha!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Novembro de 2009
DULCE
Minha Amiga,
Hoje mesmo, dia 5, a Filomena mandou-me um mail pedindo desculpa e corrigindo o meu poema que tão amavelmente publicou, como tantos e tantos outros, em réplica a Pablo Neruda.
Obrigado pela Sua pertinente observação!
Cordiais saudações
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Novembro de 2009
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