La nudité retenue
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Passada a turbulência que me ocupou as duas páginas anteriores, retomo o formato a que Vos tenho habituado ...
Poderia, a partir de agora, prescindir das ilustrações tanto musicais como gráficas mas, se é certo que aqui escrevo na intenção que a música das palavras delas sobressaia, as ilustrações não deixam, julgo, de concorrer nesse sentido.
Sei que um texto ou vale por si e logo pela imagética musical que o emprenha ou não há ilustrações que a ele o possam dela potenciar mas, a forma que, neste caso, é já e em si mesma conteúdo, aos conteúdos intrínsecos do próprio texto os valorizam tornando-os, quiçá, mais apelativos!
É por essas e por outras que a inesgotável reflexão à volta da importância relativa da forma e do conteúdo se torna, por vezes, demasiado oca, supérflua e sem sentido.
Se me perguntam porque criei este meu blogue, responderei que o fiz pela inesgotável musicalidade contida na palavra e que de mim se jorra como o podereis ou não, ao longo deste meu blogue, testemunhar e ao encontro do desafio proposto por Maria Emília que no Seu próprio blogue , http://talqualsou.blogspot.com/, nos apelava a que explicássemos porque tínhamos feito ou criado estas nossas folhas ...
Empurrado por muitos que mesmo sem me conhecerem à minha escrita, nua e despojada incentivaram e pela Filomena Claro em particular, http://filomena-emsegredo.blogspot.com/, que nestas andanças, sem que, hoje ainda, A conheça pessoalmente, me ofereceu este blogue prontinho a utilizar, aqui estou!
Um texto, prosa ou poema, ou vale por si mesmo ou não adianta de nada alindá-lo!
Mas, se a uma coisa à outra a reunirmos, forma e conteúdo, o que se poderá daí potenciar ...!?
E no interior das caixas de comentários, que foi onde conheci Filomena Claro, onde, aí sim, deixa de se patentear o subterfúgio da forma?
Se o que aqui escrevo me responsabiliza e contém, não o escondo, outros objectivos que vão muito para lá dos literários que da minha escrita, eventualmente, se revelem, afianço-Vos que no aparente deserto sem forma das caixas de diálogos, aí sim, se põe à prova a música que é em si mesma diálogo e que está ou não presente num texto despojado e desformatado, na sua irresistível nudez!
Aproveitei este blogue que me foi oferecido como ferramenta que, valorizando a escrita, à palavra, lugar sagrado, a potenciasse como arma de dimensões e alcance ainda hoje por aferir cabalmente e nos quais me obstino em persistir.
Eis porque aqui estou, neste blogue que me ofereceram!
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saudades do manuscrito
sem mais nada do que o escrito
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Fevereiro de 2010
second skin
second skin
15 comentários:
Se é na caixa de comentários, que se vislumbra a nudez ou não das palavras... espero contribuir com esta minha singela nota musical de apreço, para uma extenso trecho musical que complementará a melodia inicial, e na interacção que se seguirá, fará fluir tal tertúlia de palavras e notas musicais, que o desfecho será tudo menos despido, e uma linda sinfonia! Abraço
Até me apetece gritar
"Jerusalem! Jerusalem!"
aqui nesta caixinha despojada mas onde as palavras alinhadas
espantadas
bem cantadas
fazem o coro perfeito contigo
e com Mahalia Jackson!
Este blogue foi uma ideia luminosa que atravessou o céu na noite de ano novo
e não apagues a música nem as imagens,só quando se justificar.
O cavalheiro, vai animar a tertúlia feminina da Maria Emília!
Manuela
Como a Manuela bem diz, o cavalheiro vem animar esta tertúlia feminina. Muito me apraz que este cavalheiro seja aquele que não consegue esgotar a musicalidade das suas palavras. Bem vindo, meu amigo. Visito muitas vezes o seu espaço e confesso que me quedo nos bastidores a tentar ler as pautas rabiscadas de notas musicais e palavras cujo sentido nem sempre atinjo e que por isso mesmo são um grande desafio.Um espírito mais atento desmacara o trocadinho e a música aparece bela e nua.
Obrigada por ter vindo.
Um beijinho,
Maria Emília
EVA GONÇALVES
Boa Amiga,
Com certeza, um diálogo ou o enredo que sempre se gera por aqui, nunca é despido ou por o ser mais musical ainda se torna!
Mas julgo que percebeu, bem demais (!), o que eu queria dizer ...
Um beijinho e obrigado pela Sua bonita coloratura
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Fevereiro de 2010
MANUELA BAPTISTA
Não, não prescindo já nem da música e nem das imagens ...
Como tu escreves, só quando se justifique mesmo!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Fevereiro de 2010
Um cavalheiro, ao Vosso dispôr!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Fevereiro de 2010
MARIA EMÍLIA
Querida Amiga,
Ora se o diz, se diz que um espírito atento despista os trocadilhos, é porque o Seu o é concerteza!
Saiba, já agora, que me fiz Seu seguidor e que se só agora aderi é porque, tem de me desculpar, por vezes sou muito distraído ...
Não tem nada que agradecer, obrigado eu pelas Suas palavras, um beijinho e uma boa semana
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Fevereiro de 2010
Caro Jaime, permite-me uma reflexão suscitada pelas tuas palavras:
Como o coração não consegue, ainda, bater em contratempos para dar vazão e expressão ao que nos perpassa ou é congeminado pela alma, houve necessidade de criar a palavra.
E ela é tão mais louvável quanto melhor acompanha os ritmos internos e externos da Vida.
Foi aí que deu entrada em cena a poesia. E a prosa nunca mais voltou a ser a mesma...
Grande abraço.
Eita!
Ainda bem que A música das Palavras existe.
E venho aqui sempre.
Lindo blog.Empatia instantanea.
E a música?Ilustração?Encanto.
Hoje preciso de palavras.Sem palavras...
Um abraço,
uma tertuliana
deste lado do mar.
ORCA
Meu Caro,
É sempre um prazer quando desces a terreiro!
Deixa-me cá ver:
Se o coração não marcasse o tempo nessa oscilação mais ou menos regular que o caracteriza no seu pulsar, no seu impulso ou expiração, direi bem (!?), nem ao contratempo como nem ao cromatismo musical haveria lugar.
À música, por seu lado, houve necessidade de traduzir, tal como aos entrecruzados sentimentos que nos afloram e daí nasceu a palavra, sua racionalização ...
Numa permanente compita e a meio termo entre a música e o seu sentir, enformada de palavras, nasceu a poesia e a prosa passou a ser texto poético!
A palavra deixou então de ser dita para ser cada vez mais coisa cantada.
Que tal, achas que vou ao teu encontro!?
Um Grande Abraço
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Março de 2010
LINDA SIMÕES
Tertuliana do além-Atlântico,
Sem palavras a música não o seria e uma ilustração impossível seria de ser descrita!
Sem palavras, eu próprio como a Linda ... não existiriamos ...
Um beijinho para o outro lado do mar, aqui tão perto
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Março de 2010
E venham mais palavras, mais música e mais imagens
Beijinhos
FILOMENA CLARO
E eu a pensar que a minha Amiga estava prontinha a dar-me tréguas!!!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Março de 2010
Jaime,
um cavalheiro que resolve dar um passo e entrar numa tertúlia feminina é de ser aplaudido...
também esses aplausos são para as palavras musicadas que leio neste blogue e que tantas vezes visito.
A verdade é que me falta coragem para o comentar...
não é fácil para tanto talento.
Hoje, não quis passar sem deixar uma nota musical...que tem a missão de lhe dizer que o seu blogue é mesmo muito bom.
um abraço
CANDUXA
Querida Amiga,
Muito obrigado!
Confesso-Lhe, no entanto, que com as suas notas musicais, melhor ele fica.
Tenha, tenha coragem porque aqui é sempre bem vinda!
Um beijinho reconhecido
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 2 de Março de 2010
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