Se de algum modo um interior é o reflexo das almas que o habitam pois aqui o tendes banhado por um sol renitente, que nesta Primavera tarda em se afirmar, talvez porque envergonhado de tanta ignomínia que não há como vitimizar nem dela fazer virar o bico ao prego e mesmo se sentados à mesa, em comunhão nos interrogamos de todos os porquês.
Do maniqueísmo à vitimização, não há como estancar o clamor indignado de quem aponta as crianças, essas sim como as vítimas indefesas do tanto mais inominável quanto a responsabilidade dos algozes as pensaria deixadas em boas mãos.
Quadros pelas paredes, marcas da nossa identidade e na cómoda uma Senhora Negra com o Menino nas mãos, o Menino, sabei-lo (!?), guardado de inconfessáveis gestos e provocatórias atitudes a quererem comparar o incomparável em colagens a fazerem esquecer o anti-semitismo no qual, ainda hoje e tanto mais nesta época do ano, a Igreja se deixa ainda tentar na lentidão analítica e auto-crítica, por um lado e na dificuldade que tem em se penitenciar, por outro.
Em fundo a lareira e a saleta de estar, observatório televisivo também, lugar de actualidade e permanente distanciamento analítico a desejar, no íntimo, um outro tempo, tempo de ressurreição, renascimento, passagem e transfiguração de uma Igreja que olhando com exigência e humildade para Si mesma se abra definitivamente com outros olhos ao Outro e ao Mundo e no diálogo consequente que clamorosamente, em reactividade carente de despojamento, vai tardando.
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Este é o espaço comum de nossa casa, pequena biblioteca, sala de jantar e saleta a comunicar com a cozinha a abrir-se em fundo em janelas que sobre os jardins se espraiam esperançosas do verde, de outros e mais vastos horizontes ...
Do maniqueísmo à vitimização, não há como estancar o clamor indignado de quem aponta as crianças, essas sim como as vítimas indefesas do tanto mais inominável quanto a responsabilidade dos algozes as pensaria deixadas em boas mãos.
Quadros pelas paredes, marcas da nossa identidade e na cómoda uma Senhora Negra com o Menino nas mãos, o Menino, sabei-lo (!?), guardado de inconfessáveis gestos e provocatórias atitudes a quererem comparar o incomparável em colagens a fazerem esquecer o anti-semitismo no qual, ainda hoje e tanto mais nesta época do ano, a Igreja se deixa ainda tentar na lentidão analítica e auto-crítica, por um lado e na dificuldade que tem em se penitenciar, por outro.
Em fundo a lareira e a saleta de estar, observatório televisivo também, lugar de actualidade e permanente distanciamento analítico a desejar, no íntimo, um outro tempo, tempo de ressurreição, renascimento, passagem e transfiguração de uma Igreja que olhando com exigência e humildade para Si mesma se abra definitivamente com outros olhos ao Outro e ao Mundo e no diálogo consequente que clamorosamente, em reactividade carente de despojamento, vai tardando.
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Olho para mim mesmo e gosto da luz que vejo-
( fotografias interiores do nosso espaço comum )
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Abril de 2010
21 comentários:
Olá Jaime,
"Olho para mim mesmo e gosto da luz que vejo"
E que bom é sentir essa luz Jaime!
Quando estamos em harmonia, tudo à nossa volta reflecte essa serenidade. Eu senti-a.
Obrigada pela partilha.
E como os limões já estão no limoeiro e a Manuela já me ofereceu uma limonada, com açucar mascavado, no blog ali ao lado, já vou a caminho. :)
Beijinhos
Branca
BRANCAMAR
Olá Branca,
Gostou mesmo ...!?
Confesso-Lhe que a Manela ficou um tanto apreensiva (!?) por aqui ter exposto este nosso espaço comum ...
Nele passamos grande parte do nosso tempo excepto quando saímos ou vamos para o computador mas, naquela mesa, pelo que escrevemos ou partilhamos à conversa, ainda hoje se desenrola muito do que aqui se passa, na escrita que expomos e que merece esta contextualização luminosa enquanto que lá em baixo os limoeiros nos continuam a proporcionar excelentes limonadas.
Venha que tem sempre lugar à nossa mesa!
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Abril de 2010
BRANCAMAR
... esquecia-me de dizer que todas estas fotografias foram obtidas à luz natural ... sem flashes!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Abril de 2010
Acolhedora e luminosa a vossa casa.
Gosto.
Beijinhos aos dois
Filomena
Jaime,Olá...!
Obrigado pela Sua partilha.
A casa espelha-Nos no que lá vamos construindo, aconchego e "porto de abrigo"
a casa é o nosso lugar onde Somos simplesmente num Ser que é tudo cá dentro...no sê-lo igualmente por fora, sem engano.
Lembrei-me da Maria Bethania... na sua Casinha Branca (Olá Manuela!...gosto demais dessa música, obrigada por tê-la trazido):
" Eu queria ter na Vida simplesmente
um lugar de mato verde
para plantar e para colher,
ter uma casinha branca de varanda um quintal e uma janela
para ver o Sol nascer..."
Quão luminosa é a Vossa Casa
"Olho para mim mesmo e gosto da luz que vejo"
estão ambos lá, Manuela e Jaime, nessa luminosidade de tanto se gostarem...
Um beijo grande.
dulce ac
FILOMENA CLARO
Minha Querida,
Espero que tenha tido uma Boa Páscoa que está em nós saber que ela perdure ...
Que bom ter gostado, que bom ...!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 vde Abril de 2010
DULCE AC
Olá Dulce,
Estão ambos lá ...
Eu também acho e saiba que quando a essa frase que cita a escrevi, hesitei entre escrevê-la assim ou Olho para nós ...
Mas depois achei que deveria ser tal como escrevi na medida em que cada um escreve por si embora ao escrevê-lo, é para mim claro, transjúcido, transparente, que estamos os dois lá!
Se estamos ...!
Um grande beijinho e até quarta-feira
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Abril de 2010
Ai, ai!
rendidas as senhoras
à luz que as atravessa, adoçadas pela limonada com açucar
pela passarada e até pela Maria Betânia...
que remédio tenho eu senão, limpar o pó à salinha de estar e dar umas boas vassouras ao clero pecador, umas farpas à nobreza que me deu a cómoda
e uns beijinhos ao povo que por aqui passa!
Jaime
o que te safa é que a música é bonita e eu gosto muito de John Dowland...
Manuela
MANUELA BAPTISTA
O que me safa ...
Diz-me lá se não gostas de ver a nossa casa, clero, nobreza e povo à parte!?
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Abril de 2010
...gosto de ver a minha casa, quando estou cá dentro!
MB
MANUELA BAPTISTA
Oh ...!
Mas quando vista de fora não menos bonita o é!
Vá lá ... um beijinho de dentro e de fora
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Abril de 2010
Aconchegante
GERALDO BRITO
Dado, meu caro,
Ou não fora o meu amigo um capricorniano como eu ...
... não que dê grande importância a essas coisas!
Seja bem vindo!
Saudações
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Abril de 2010
A Luz do Sol invade o vosso espaço, quando ele é banhado pela Luz interior das pessoas que o habitam...
Obrigada pela partilha, a amostragem só vem provar, pela frescura, luminosidade e alegria nela contida, que vocês que criaram esse espaço com tanta harmonia, são especiais!!
Um beijo para vocês da
Maga
MAGA
Boa Amiga,
Especial também é a minha Amiga por saber onde está e acrescentar frescura à frescura, luz à luz e alegria à alegria!
Um beijo, Seu
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 ded Abril de 2010
Que lindo Jaime e acolhedor.
Parabéns pelo bom gosto.
Beijinhos
LISA
Minha Querida,
Muito obrigado!
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Abril de 2010
E que espaço mais aconchegante, Jaime!
De luminosa intimidade, de harmonia.
De reflexão e paz.
Bonito espaço!
E quanto à Igreja,que se abra mesmo com outros olhos para o mundo que aí está...
Beijoquinhas luminosas
LINDA SIMÕES
Á Linda ...
Julgava que não tinha gostado da nossa casa ...!
Faça o favor de entrar!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Abril de 2010
E gostei imenso da luz dos sol passando para dentro de casa,uma casa linda!
Uma hora dessas eu chego aí,para tomar um chá,nessa poltrona,com os amigos!
Pode acreditar!
Beijoquinhas
LINDA SIMÕES
Eita ...
... não há fome que não dê em fartura de comentários!
Entre e sinta-se à vontade, um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Abril de 2010
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