NEW APPROACH

Jaime Latino Ferreira, Janela

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Desde que passei a partilhar ilustrações minhas ou que a mim, directamente, dizem respeito, parece que um outro grau de aproximação, na minha relação Convosco, progressivamente se cria.

Como se filtros ou biombos interpostos caíssem e ainda que, eventualmente, em prejuízo da qualidade das mesmas ilustrações na realização das quais sou um simples amador.

Como se um renascer, um redescobrir de mim próprio, aqui progressivamente se revelasse mais e mais transparente ainda ...

Fotografo um céu cruzado ou dou-Vos a conhecer obra pictórica por mim criada e noutras facetas o meu olhar se desvenda;

Dou-Vos a conhecer fotografias ou retratos de mim mesmo e qualquer coisa mais cai na interposição que entre os meus leitores e mim próprio, a um relacionamento mais directo, se colocava;

Mostro-Vos originais que guardo como de mim fizessem parte e mais Vos dou a conhecer nesta relação que pela escrita e nos fundos musicais que a acompanham a tornam, imperceptivelmente ou não, mais directa.

E tudo isto num grau de complexidade que por mais que se lime e tente simplificar, tornar clara, nunca pode ficar reduzida ao oito ou ao oitenta, ao bem ou ao mal, ao preto ou ao branco, no arco-íris que entre os extremos sempre nos caracteriza a qualquer um de nós e que de nós faz mulheres ou homens e sem que nos tenha que ser pedido, exigido, tão pouco, tudo ou nada para que sejamos, apenas, bons cidadãos, crentes ou não.

Um entre tantos foi crucificado e Esse, à cruz e trocando-lhe as voltas, perdoai-me a ligeireza ou melhor, consagrando-a como símbolo matemático de valorização, de somar ou de multiplicar, em catarse de Si mesmo ressuscitou!

Para que nós pudéssemos, todos e cada um de nós ir muito mais longe sem termos que ser sujeitos ao Sacrifício a que Ele o foi e já que do sofrimento e da morte, desses, ninguém se livra.

E sem que os seus executores ou herdeiros se tivessem ou tenham de fazer passar por tal diabo, avaliadores tais que nem a um seu advogado, advogado do diabo, inquisitorial, o lembraria, pela omissão, fazer ...!

É por essas e por outras que, na persistência de maniqueísmos tão extremados, como se neles assentasse a autoridade em que teimosamente se obstinam, alguns, sobretudo aqueles de quem, eventualmente, tal menos se esperaria, pura e simplesmente e na vertigem da omnipotência de que se julgam portadores como nem Deus o é, caem no inominável!

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Ai dos que fazem da Poética

vazio da ética

instrumento maniqueísta do poder

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Bach, Cantai ao Senhor um Cântico Novo, BWV 225

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Jaime Latino Ferreira

Estoril, 3 de Abril de 2010