domingo, 25 de janeiro de 2009




V Série

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Entalhe

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Entalhe de uma mala é porção
É sonho que te cabe numa mão
Da mala fica o cheiro a alfazema
Odor com que escrevo este tema

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Tem a tua alma o meu lema
A força com que escrevo minha rima
Vontade em guardar de supetão
Desejo cheio de vida sem senão

-.-

Rasgo ou ranhura se encima
Abre-se na mala o coração
Pertences se aconchegam nesse vão

-.-

A mala é só imaginação
Polvilha feminina minha enzima
Licor feito de água e pura lima

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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Janeiro de 2009
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http://www.youtube.com/watch?v=3ixRJezyGoA

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12 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia, Jaime e bom dia a todos/as bloguistas que por aqui passam. Que bem que faz passar por aqui! Não só nos maravilhamos com a escrita, com a música, com o caracter dos que aqui escrevem, como ainda nos maravilhamos com estas malas e malinhas! Também eu adoro malas e malinhas, principalmente destas que "dão mal com tudo", logo se podem "usar com tudo!". É com estas incongruências, que a vida se distingue!.
Um beijo para todos e um em especial para si, Jaime, que tão generosamente deixa aberta esta porta de sua casa. Faz-me lembrar algumas aldeias, onde ainda se deixa a chave na porta! Muito bom!

Anónimo disse...

Efémero

Se eu tivesse dez malinhas
Cheias de coisa nenhuma
Enfeitadas de florinhas
Ou de peixinhos vermelhos

Baptizava-as de esperança
Ou quem sabe de bonança
Numa guardava alfazema
Na outra salsa frisada

Quando estivesse a pingar
Levava uma aos quadradinhos
Toda vistosa
Aos folhinhos

Mas se fosse o sol a brilhar
Era uma amarelinha
Com estrelas a cantar
E eu assim a passear

Numa guardava limão
Que é para desenjoar
Uma pedra de sabão
Com bolinhas pelo ar

E na mais bela de todas
Colocava um coração
Bordado a ponto cruz
E depois fechava a luz

Manuela Baptista
Estoril,26 de Janeiro 2009

Anónimo disse...

ANÓNIMO


Quando um anónimo aporta
Nesta minha casinha
Entre não feche a porta
Pendure sua malinha

Quando é meu amor que canta
Logo a sinto juntinha
Se é anónimo não espanta
Venha daí morgadinha

Tem o lugar desta casa
O tamanho de uma horta
O que da mala se vasa
É um pomar que não corta

Malas há para o teu gosto
Poisa nelas tua asa
Copo de vinho mosto
Escolhe bem a ver se casa

Minha malinha bonita
Como brilhas nesta aldeia
De coiro cabedal ou de chita
És a luz da minha ideia


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Janeiro de 2009

Anónimo disse...

Meus Amigos;
Não há dúvida que entre a música e as palavras, ambos nos proporcionam bons momentos.

Manuela,
olhe que lhe vou" roubar" o poema e colocá-lo no meu cantinho!

Beijinhos

Filomena

Anónimo disse...

Filomena,

roube o que quizer afinal o ladrão sou eu!

Manuela Baptista

Ana Cristina disse...

De malas e malinhas,
de pano,cabedal ou pele
também eu e a Diana somos fãs
pelo que aceitamos qualquer convite e um passeio para as ver,
quem sabe comprar,
numa loja ao ar livre
entre Alcochete e Mindelo ...
onde também há um outlet
menos badalado é certo ;)
mas igualmente bem guarnecido
de lojas e lojinhas,
de marcas e candonga,
de malas e malinhas!!!

1 abraço para a Manuela e Filomena companheiras de malinha na mão.
1 ralhete para o Jaime por andar a cuscar atrás da porta.

Filomena

A Manuela tem um humor de finíssimo toque, pode crer!

Beijinhos.
Ana Cristina

Anónimo disse...

Ana Cristina,
Boa noite e bem-vinda ao clube!

A Manuela tem, quanto a mim,o dom grande e belo da escrita.
Sempre que vou ao blogue da sua irmã(não me enganei pois não?)saio sempre um bocadinho, às vezes muito triste, mas são sempre lindas as palavras da Manuela e quero crer que ao lê-las a Isabel ficará um pouco melhor, pois a Manuela diz de uma forma muito doce, aquilo que apetece ouvir, aquilo que é certo, aquilo que só quem tem um coração terno, compreensivo e amigo, sabe dizer.

Aceite um abraço

Filomena

Anónimo disse...

Manuela,
Eu sou mesmo despistada!
Há bocadinho nem reparei no seu comentário, tão entusiasmada estava a responder à Ana Cristina!
Qual quê? Ladrazinha só se for de vestido de noite e uma linda malita !
Assim uma versão feminina do " Ladrão de casaca"... ai ai o Cary Grant, bem giro por sinal...

Beijinhos

Filomena

P.S.
Gostou da imagem? Foi o melhor que pude arranjar em versão ponto de cruz( aliás um dos meus passatempos favoritos)

Anónimo disse...

É DE PERDER A CABEÇA

( O que faz uma malita )


Chamando-me à pedra, a Ana Cristina obriga-me a esta confissão:

Ontem à noite e depois de as ter estado a ouvir atrás da porta e de ter hesitado ( tenho sempre a terrível tendência para escrever o verbo como um derivado anglo-saxónico do termo exit, sair ou saída em inglês o que, paradoxo, me levou a entrar na sala ) entrei mesmo com todo o charme e aticei a tentação logo sugerida pela Filomena pela manhã e alimentada, durante o dia, em combustão lenta.

Sei que depois não descansei à procura das malitas no cardápio que a internáutica nos faculta.

Não pensem que me passou despercebida a dica dos sapatos mas se, eventualmente, tereis ficado na expectativa que me vá, agora, dedicar a eles, tirai pois daí o sentido porque tenho mais o que fazer!

Sei que não descansei enquanto não consegui compor esta página e pelo cardápio vasculhei desde desenhos animados da Walt Disney com ursinhos e saquinhos, uma putativa mala de cartão até, por fim, me reter no que viram e que oxalá, tenha sido do Vosso agrado ...!?

Agrada-me sentir a vibração desencadeada, mérito da Filomena (!) e ter trazido um anónimo ao nosso convívio, mais um(a!?) indefectível daquele(a)s que não resistem a pronunciarem-se sobre tão aliciante tema.

Pressentis, porventura, alguma ironia paternalista nestas minhas palavras?

Pois ficai sabendo que não!

Confesso finalmente:

Quando era miúdo, se havia coisa que nos dava folguedo, a meu irmão e a mim próprio, era ir à sapateira da minha mãe ... e pormo-nos em bicos dos pés!

Nini, vai continuar a ralhar comigo!?

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Janeiro de 2009

Ana Cristina disse...

Filomena

Não se enganou,não,eu de meu nome Ana Cristina Venâncio, a tia Nini do David, querido e amado filho da Isabel Venâncio.
A Manuela e o Jaime fazem o favor de ser grandes amigos e com as suas palavras,e não só, alimentarem os nossos dias mais sombrios com a calma,ternura,amizade,esperança,confronto e desafio que só eles souberam fazer na casa da Venância.

Eu vou aprendendo com eles e com a minha irmã, uma pessoa maravilhosa de coração imenso e cheio de amor.
De subtil elegância e gosto pela poesia e pela escrita,com que dá corpo aos sentimentos que só o coração de mãe sabe sentir.

Também eu Filomena,saio daquela casa quase sempre com as lágrimas nos olhos.

Por isso,o passeio alegre e gaiteiro de malinha na mão pode agora prolongar-se entre as sapatarias da baixa portuense com paragem obrigatória p'ra descanso dos delicados pézinhos,no Café Magestic na Rua Sta. Catarina.

Jaime,

Por favor,música para acompanhar a tagarelice na mesa do café!
E puxe uma cadeira aí da mesa do lado.
Vamos lá abrir os baús ao sótão das mães e brincar aos crescidos!!!

Boa noite.
Vou dormir,que as horas já pesam e o Alex já fechou as pestanas em sono profundo onde de certo sonha com corridas atrás da espuma das ondas na praia do Guincho, em dias de inverno e de ecos de silêncios perfeitos.

1 abraço para todos.
Ana Cristina/Nini

Anónimo disse...

Ana Cristina e Filomena,

Corações em ponto cruz, barradinhos de mel e manteiga

Obrigada pelos incentivos

Manuela Baptista

Anónimo disse...

Bonito blog. Parabéns.