domingo, 22 de fevereiro de 2009

MÁSCARAS

-
À superfície
De um madeiro subterrâneo
Na carne
Cutâneo
Dançam as máscaras
Nas suas mil faces
Vontades sem o saber
Destino
Obstinadas
Entrudo divino
Jogo de sombras
Claro
Escuro
Pierrot maduro
Vulto de um cisne
Enigmático
Balético
Que perguntado
Se é rei
Ou grei
Finge não ser
Nem ouvir
Traveste-se sem os ver
E dança na água
Até desaparecer
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Fevereiro de 2009

19 comentários:

Anónimo disse...

CISNE


Cobriria minhas ossadas

Da máscara de um cisne

Com ela deambularia por aí

Dizendo sim

Altivo

Mudo

De pescoço erguido

Com ele

Esguio

Acariciaria as vestes

De asas majestosas

E sobre a água

Da Terra e das gentes

Me encheria do que sentes

Até perder de vista

Todos os crentes


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Fevereiro de 2009

Anónimo disse...

A dança dos cisnes

Era um lindo entardecer,
em um lago majestoso,
tinha lindas algas e flores
e cisnes a namorar...
Corria leve o vento,
o calor era demais,
voando as andorinhas
sobre as árvores sem parar.
Era um lindo quadro,
pintado das mais finas cores,
ver a beleza do momento
que nem os artistas
conseguem retratar...
Então olhava espantava,
para o lago e vi,
muitos cisnes em par
dançando a dança do amor.
Se emproavam de forma esbelta,
dando voltas delicadas,
se esfregando sem pudor,
de lindos beijos de amor....
Todos vestidos de branco,
em lindos prantos de amizade
era tal a harmonia
que ainda sinto a paz...
Hoje ainda recordo,
com nostalgia até,
o final de tarde no lago
com a mais linda lição de amor..

Betimartins


Boa noite aos dois

Filomena

Anónimo disse...

Por agora estou cá eu, entre máscaras e cisnes e lagos.

Adeus poetas de alma forrada de penas brancas.

Manuela Baptista

Anónimo disse...

SÃO MÁSCARAS CERTAS


Alma forrada
De grandes poetas
Branca é a pena
De asas abertas

São máscaras certas

Em danças incertas
As vozes são setas
Monta-se a cena
Camada a camada

São máscaras certas


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 23 de Fevereiro de 2009

Anónimo disse...

São Danças Incertas

As máscaras certas
de almas incertas
são vozes encenadas
em penas desertas

E os cisnes poetas
frágeis e ingénuos
em águas revolvem
lodos e setas

São danças incertas

Manuela Baptista
Estoril,23 de Fevereiro 2009

Anónimo disse...

QUE PONHO E QUE TIRAS


São danças incertas
De máscaras certas
Aquelas que danço
Contigo e avanço

São máscaras certas
De danças incertas
Aquelas que ponho
Contigo e que sonho

São danças abertas
São simples ofertas
Com elas te abraço
Acerto meu passo

São máscaras fechadas
São simples fachadas
Que ponho e que tiras
Que olho e que miras


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 23 de Fevereiro de 2009

Anónimo disse...

Para Carnaval, estamos um pouco encisnemados, não estamos?

Quando eu era pequena, eu e a minha irmã mais velha e um número elevado de primos e amigos dos primos, fazíamos assaltos pelo Carnaval.

Mascarávamo-nos a preceito e irreconhecíveis e barulhentos, tomávamos de assalto a casa de um qualquer inocente e aí a festa começava ao som do rock and roll.

Nesse tempo os pais eram generosos e as casas grandes; as festas de aniversário não aconteciam nas discotecas e não existiam Mc Donald's com
balõezinhos e copinhos de plástico.

Apesar de sermos todos menores de idade os assaltos eram bem planeados e tinham enorme sucesso.

Continuamos ladrões de sonhos?

Manuela Baptista

Ana Cristina disse...

Lembro-me de acompanhar os meus pais nesses assaltos de Carnaval onde as portas se abriam sempre sem problema ou medo.
Na altura vivíamos em Arouca nos arrabaldes da Serra da Freita e da catarata da Mijarela.
Éramos ladrões de sonhos, sem dúvida!

Hoje será que temos sonhos para que alguém os possa roubar!?

Confesso que nunca me senti muito fã dos dias de Carnaval...e assim continuo apenas como observadora das más(caras) dos outros ;)

Más(caras) certas
Danças incertas
Que sonhos perdidos teimam em colar à pele.

Serpentinas de Carnaval para os dois.
Beijinhos.
Ana cRistina

Anónimo disse...

Histórias

As portas permaneciam abertas, como as deste blog, é verdade Ana Cristina!

Na nossa casa da Parede a porta "detrás", a que dava acesso à cozinha ficava sempre no trinco durante todo o dia.

Os ciganos que nos impingiam tecidos e cestos de dia, roubavam-nos as capoeiras pela calada da noite, mas tinham um código de honra: jamais entravam dentro das casas, apenas nos quintais...

De tal forma me habituei a não usar chave, que quando aluguei o meu primeiro apartamento, esquecia-me continuamente dela em casa e era salva pelos bombeiros da Parede que subiam pelas varandas dos vizinhos e me salvavam de dormir em casa de amigos.

Mas às vezes encontramos os sonhos por aí, atrás de uma árvore, dentro de um livro, numa caixa de cartão...

..."Atchim!!" Espirrou violentamente a Senhora, espalhando por um Km2 as penas do cisne branco!

"Safa!" disse o cisne. "Com um vento destes, qualquer um fica descomposto e já não sei se tenho o casaco vestido!"

"Ora aqui temos uma Senhora alérgica ao Carnaval" disse o sapo com toda a pastelice, mudando de folha e engolindo mais uma mosca.

"Atchim!! Atchim!! acho que esdou consdipada..." gemeu a Senhora com alguma tristeza.

O cisne branco, com menos cinco penas na asa direita, afastou-se com elegância e pensou:" É melhor procurar outro lago, ou àmanhã vestir-me-ei de pato."...

As melhoras para a Filomena e uma chave secreta para a Ana Cristina.

Manuela Baptista

Anónimo disse...

Atchim!
Ai, Manuela obrigada!
E é melhor não andar muito por estas bandas que ainda vos pego a constipação.

Beijinho um bocadinho fanhosos

Filomena

Anónimo disse...

A MÁSCARA DO SONHO CERTO


Era uma vez uma máscara.

Essa máscara assentava no sonho e o sonho assentava na realidade ...

Tal como o sonho, a máscara não era estática, tinha enorme flexibilidade.

Ambos, aliás, sonho e máscara, como a própria realidade que mal julgamos sem o querer ser estática, imutável, padronizada, tinham enorme poder de adaptação.

Temos absoluta necessidade de descrever a realidade, compreendê-la e racionalizá-la e a mais das vezes esquecemo-nos ser ela profundamente dinâmica, impossível de estancar ou isolar imutável no tempo e no espaço.

A realidade é como o sonho!

Assim, fazemos planos, alicerçamos projectos e ao fazê-los, esquecemo-nos sempre de equacionar esta ou aquela variável sem as quais, quantas vezes, os primeiros se esboroam, pura e simplesmente porque a sua máscara, no sonho em que se estrutura, acaba por não se poder encaixar na realidade que, entretanto, mudou como permanentemente muda.

Mas aquela não, era a máscara do sonho certo porque tal como o sonho não tinha idade nem forma definida e era tão grande e ambiciosa que ultrapassava a própria realidade, apanhando-a sempre a cada esquina, pronta a nela se encaixar.

Máscara e sonho também não podiam ser roubados e não o podiam ser porque davam-se ali e à cabeça num registo que não podia ser contornado numa formatação única e singular que não dispensava como continua a não dispensar o seu autor.

Esta é a máscara do sonho certo que nada silenciosa como o cisne nas águas do lago que por mais paradas que julguemos estarem, nunca o estão.


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 23 de Fevereiro de 2009

Ana Cristina disse...

Uma chave secreta?
Que portas abrirá...
Que segredos
Sonhos
Recordações
Pesadelos
Encontrará?

Que sentimentos...
Saudade
Raiva
Desprezo
Ódio
Amor?

Que expressões...
Lágrimas
Sorrisos
Indiferença
Gargalhadas?

Encontrará algo e isso já é tanto!
Obrigada pela chave Manuela.

Hora de sair para o passeio da noite com o Alex.
O céu está estrelado e o ar ainda morno do sol da tarde.
O Alex de olhar meigo e doce, atento a cada movimento meu,fiel,protector com um rosnar que não afugenta ninguém mas que me faz sentir rainha ... de Carnaval,rsrsr!

Ando a tentar descobrir o nome das árvores que com os últimos raios de sol se encheram de flores magníficas e surpreendentes.
Umas já sei que se chamam ameixoeiras.

Todas juntas nos passeios parecem cobertas de flocos de neve.
Quando as flores derem lugar aos frutos serão o pesadelo dos carros estacionados e dos transeuntes que se arriscam a ficar vermelhos ... de ameixa!!!

Vou indo.
O Alex já se espriguiçou e levantou as pestanas.

As melhoras para a Filomena.

Um abraço para os meus amigos de sempre e que estão sempre aí.

Grande confusão!
Deixem lá.
É Carnaval,ninguém leva a mal!

Ana Cristina

Anónimo disse...

O ENCISNEMAMENTO DO ESPIRRO

Cuidado meninas
Com a Primavera
Se bem me ensinas
É como uma fera

Já oiço os espirros
As penas que caem
Poeiras são bilros
Das rendas que traem

Atchim espirram elas
O cisne esvoaça
É código delas
Santinho tem graça


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Fevereiro de 2009

Anónimo disse...

AOS MEUS LEITORES


Desde que iniciei este blogue que praticamente todos os dias edito uma nova página.

Tem sido um desafio que não enjeito mas que me tem obrigado a uma enorme pressão.

Também não enjeito essa pressão!

Aliás, neste ritmo, o que mais me tem desgastado tem sido a investigação de ilustrações tal como dos endereços musicais ou outros que me permitam pela palavra compor e realizar, produzir o sentido estético do espectáculo.

Diria mesmo cinéfilo ...!

Sei-o da música que um ritmo em aceleração constante não é sustentável e que este tem de se quebrar, variar, interromper, intervalar de silêncios e de velocidades diversificadas.

Daí ter resolvido parar um pouco donde se explica que desde o dia 22 de Fevereiro não edite nova página e o ter decidido também intervalá-las de pausas mais prolongadas.

Pelo menos por agora ...

Daí esta explicação com as desculpas antecipadas aos meus leitores que sei, como é normal, habituarem-se às rotinas desencadeadas e que nem por um momento pretendo defraudar.

Apenas decidi imprimir um ritmo mais lento que vamos a ver, até onde se manterá.

Vosso


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Fevereiro de 2009

Anónimo disse...

Bom dia!
Jaime,
Não faça umas pausas muito longas.
Eu habituei-me a vir aqui, lê-lo, ouvir as músicas, admirar as imagens.
Compreendo que prefira a qualidade à quantidade.

Manuela,
A Menina que tem tanto jeito para as palavras, aproveite a pausa do Jaime e delicie-nos, valeu?

Nini,
Obrigada pelas melhora que me enviou. Continuo fanhosa , com p nariz vermelho e um ar um bocadinho "ganzadito"... coisas.

Beijos a todos

Filomena

PS. O ar "ganzadito" é uma expressão do meu marido. Homens!

Anónimo disse...

GANZA

Ah, maridão!!!

É isso mesmo, uma contipaçãozinha, alergia que seja, dá assim um ar de pedrada, ganza.

Filomena, minha mulher deve, tem de aproveitar esta pausa para introduzir diversidade, vou já dizer-lhe!

Em todo o caso, a pausa ou as pausas são relativas porque como já reparou, nada obsta a que continuemos a interagir por aqui nos trechos que por de palavras serem feitos, estão prenhes de musicalidade e da imagética também.

Entretanto, os meus visitantes poder-se-ão pôr a par da matéria dada, se se quiserem dar a esse trabalho, ou revisitá-la também.

Exactamente por saber que a minha amiga como outros se habituaram a este ritmo é que me senti na obrigação de dar a justificação anterior.

Além disso, estou a gostar da máscara de cisne que faço tensão de usar até ao fim da festa!

Estou em crer que não perderemos com a demora ...

Isto não é uma corrida de obstáculos e eu sou, julgo antes, um corredor de fundo.

As Suas melhoras ... ganzadita!!!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Fevereiro de 2009

marie disse...

Visitei o seu blog e achei-o digno de o distinguir com o selo “Blog Dorado” que me foi enviado por uma amiga.
Passe pelo meu blog (marieh49.blogspot.com) copie o selo e siga as instruções.
Um abraço!

Anónimo disse...

AMIGA MARIE

É uma honra!

Prometo que passarei pelo Seu blogue logo mais mas fico assim meio sem jeito para prémios ...

Saiba que aqui, será sempre bem recebida, Seu


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Fevereiro de 2009

Anónimo disse...

AMIGA MARIE

É uma honra!

Prometo que passarei pelo Seu blogue logo mais mas fico assim meio sem jeito para prémios ...

Saiba que aqui, será sempre bem recebida, Seu


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Fevereiro de 2009