terça-feira, 3 de fevereiro de 2009


V Série
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DO OUTRO LADO
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Estando do outro lado sem dar quase por isso, tudo permanece, aparentemente, na mesma.

Aparentemente ...

Resistentes, perduram os mesmos clichés!

Mas não se fala de outra coisa se não de crise:

Crise financeira, crise económica, crise de confiança que o mesmo é dizer política, sinais contraditórios de impotência susceptíveis de conduzir à desagregação dos edifícios políticos internacionais construídos a pulso e potencialmente capazes de redimir, democrática e multilateralmente, as tensões e os interesses contraditórios de todas partes.

Crise pretexto onde os mais fracos e que nunca conheceram outro que não fosse o cenário da crise, logo são as eternas vítimas expiadas e jogadas com toda a prepotência, chutadas ao abandono e no exponencial e crescente desemprego que as coloca como tropa sem comando, à míngua da solidariedade e como disponível e carenciada força de trabalho sem opções nem possibilidade de decidir.

Crise de valores e logo por ser, fundamentalmente, de confiança.

Não se confia, literalmente, em ninguém!

Passa-se de uma crença cega e bacoca, inquestionável e logo porque a mim ninguém me dá lições (!), quase questão de fé sem a ter nem professar, de uma intocabilidade erguida em pedestal para o mais abjecto lamaçal, chafúrdia sem nome, imundície pública, caldo incubador de todas as demagogias e xenofobias.

E isto porque há muito que a política, as causas, as ideologias, cada vez mais residuais, foram apeadas pelas plutocracias dos mais variados calibres e estirpes, realocadas e imiscuindo-se todas através de paraísos descontrolados, branqueando, ocultando todas as ambiguidades.

Crise que nos bastara já a nossa!

Do outro lado se vê há muito que entrámos num poço sem fundo e que à medida que ele, na queda, vertiginosamente nos arrasta sem retorno as contas se deveriam, rápida e transparentemente, passar a fazer de outra maneira e colocando ao comando a Política naquilo que ela menos tem de calculista, sufragista ou estatístico já que em um se vê o todo e no todo está o um.

Impresso no nosso código, o buraco arrisca-se qual cofre ou casa forte, a transformar-se num sorvedouro das potencialidades humanas, da confiança, sem fundo e ... depauperado!

-.-
http://www.youtube.com/watch?v=P5_Msrdg3Hk
-.-

ROUBO
-
Roubam-se as ideias pela noite
A vontade de querer ser mais do que um dado
Enclausura-se o saber com um açoite
Pois que interessa tua sorte neste estado

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 3 de Fevereiro de 2009

15 comentários:

Anónimo disse...

CONTEXTUALIZAÇÃO


Há anos, muitos já (!), que no desenvolvimento da minha Obra, reparem que a escrevo com maiúscula por dela ter a noção do seu impacto, devidamente reflectido e amadurecido também, me tenho vindo a pronunciar sobre, não só as temáticas de natureza económica e financeira como ainda, por as precederem, as de natureza política e de reflexão científica para não falar já das de natureza filosófica, teológica, estética ou ética, no contexto publicado das quais e em cujo pano de fundo surge esta agora, nos primeiros passos que dou pela blogosfera.

E se fenómenos como os da aceleração da História e da vida, da própria aceleração da globalisação e para lá de uma visão estritamente antropomórfica, fenómenos aos quais muitos outros se poderiam somar como factos ou indícios, reflectissem também a imperceptível sucção do espaço sideral em que nos situamos por um Buraco Negro, entidade astrofísica invisível mas de dimensões incalculáveis a olho nú, daí o negro da sua designação, e detectável apenas pelos efeitos colaterais que desencadeia e no tempo!?

Sim, porque a sua travessia, ter-se-ía de medir no tempo e a uma escala que à nossa finitude, relegá-la-ía como padrão!

Porque não teria sido, então, tal fenómeno detectado?

Porque, se a sua detecção, a dos buracos negros é relativamente recente e, como disse, feita por exclusão de partes e à distância, na imensidão do universo conhecido, mais difícil e com os meios tecnológicos disponíveis seria detectável estando nós no centro da sua acção transformadora!

Transformadora ...

Dizem os cientistas que a energia sugada por um Buraco Negro entra numa outra dimensão espaço/temporal apenas comunicante e de um sentido só, que se saiba (!), por acção do mesmo.

Do outro lado, a massa sugada permanece, apenas se alteram ligeiramente as leis que a organizam.

Apenas!?

Para o pior ... mas para o melhor também e tal pode fazer toda a diferença!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Fevereiro de 2009

Anónimo disse...

CONTEXTUALIZAÇÃO II

Deixei passar vinte e quatro horas sobre a publicação desta minha primeira página antes de editar Contextualização I e quase mais doze horas sobre Contextualização II e o silêncio é a tónica nesta minha caixa de reflexões!

Perdoai-me mas não posso deixar de considerar sintomático tal facto e mais a mais se atendermos ao movimento que habitualmente nela tem já lugar ...

Na página anterior, o movimento reduzido aos cantares que entre minha mulher e mim próprio se desenvolveu explica-se pelo carácter intimista que essa adquiriu.

E agora!?

Será que pela adicional perplexidade gerada!?

No entanto, será bom frisar uma vez mais, que pese embora a ousadia do que aqui se plasma, do Centro Nacional de Cultura, instituição grada e de referência da cultura portuguesa, por ofício, recebi já a informação estarem os relevantíssimos documentos meus que Este possui e que a estas questões não escamoteiam, depositados e em vias de serem organizados e devidamente arquivados com vista a uma eventual disponibilização pública, na Sua Biblioteca.

Que significado se poderá então atribuir a este pesado silêncio!?

Porque ele pesa embora a ele já esteja habituado e o tenha vindo, com o tempo, a aprender a gerir!

Estão, esses meus documentos, na companhia dos de grandes autores da língua portuguesa, como me foi dito e logo se depreende ...

E. então!?

Como deverei interpretar o silêncio senão pela força do impacto desencadeado!?

Estarei equivocado!?

Como o poderei aferir senão desta maneira, sem que outro feedback que não o silêncio me seja reportado!?

Escrevei-me pois, já que disponível estou para qualquer esclarecimento ...!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Fevereiro de 2009

Anónimo disse...

CONTEXTUALIZAÇÃO III


Quase seis horas depois ...

Venho rematar as reflexões que a este propósito me propus.

Não se veja no que escrevi qualquer metáfora ou simples alegoria, linguagem, tão pouco, exo ou esotérica!

Outros factos poderia aduzir ao que antes Vos escrevi como o exponencial desenvolvimento do conhecimento científico que de há cem ou mais anos a esta parte excede tudo o que previsível, até então, seria ou ainda os desiquilíbrios ecológicos que seria estultícia atribuirem-se antropomórfica e exclusivamente, egocentricamente, à acção exclusiva do Homem embora se outras como as que alego razões há para os melhor compreender então, redobrada terá de ser a nossa atitude em face da fragilização exponencialmente, ela também, desencadeada na travessia de um Buraco Negro.

E termino, dialogando com Stephen Hawking, Prémio Nobel da Física, quando no seu clássico livro Breve História do Tempo, do Big Bang aos Buracos Negros, logo a iniciar, nos diz:

" ( ... ) Mas, a ciência moderna tornou-se tão técnica que apenas um número pequeno de especialistas é capaz de dominar a matemática utilizada para as descrever. ( ... )"

E tentando ao longo do livro explicar essas noções, interrogando-se, inclusivé, sobre os caminhos percorridos e as respostas a dar-lhes, eu respondo-lhe:

É na poética que está a chave da compreensão humanista do Universo e a matemática, a não ser por esta guiada, torna-se fria e sombria, incapaz por si de nos ajudar a comprendê-lo e a ciência, na sua linguagem matemática, então, pouco mais poderá fazer do que servir-se a si própria!

Mas com a poética, o mesmo é dizer, o espírito humanista a guiá-la, então sim, a travessia de que Vos falei poderá tornar-se numa esplendorosa aventura, tornando o futuro e o sonho em realidade mais próxima do que, alguma vez, teriamos imaginado ...

Então sim, fazendo toda a diferença, para o melhor seremos encaminhados.

Então sim!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Fevereiro de 2009

Anónimo disse...

Ups!

Jaime, perdoa-me a descontextualização mas não sei o que comentar...

Fiquei com a massa cinzenta completamente sugada!

Eu já há muito tempo que entrei noutra dimensão, daí estar sempre nas calmas, mas atenta, porque dos buracos negros tenho imenso medo...

Eu hoje estou muito bem disposta e apetece-me fugir da doçura e da serenidade!

Ó Filomena como é que faz voar as borboletas?!

Vá lá dorminhocos blogistas, acordem e respondam-nos à letra.

Beijinhos a todos.

Manuela Baptista

Anónimo disse...

Jaime e Manuela;
Se calhar não há comentários porque está tudo com receio de cair no buraco negro!
Se calhar porque há também uma crise de palavras!?
Se calhar porque as pessoas preferem discutir assuntos mais leves!
Manuela, quanto às borboletas;vá ao blog da Paty, através do meu blog e clica lá nas borboletas dela.
Foi o que eu fiz.
Ela arranja sempre umas coisas bonitas e eu copio.
Um beijinho grande para os dois.
A crise de palavras é tão grande que nem eu sei o que dizer no meu blog, vejam lá... é a crise.
Beijinhos de novo

Filomena

Anónimo disse...

Tenho um post sobre a Crise mas muito simples. Tem somente um pouquito de humor :)
Espreite-o quando lhe apetecer :)
Um abraço

sofia disse...

Boa noite,isto é que vai cá uma crise já lhe escrevi e deu erro!!Estou sem tempo ,ontem fiquei a saber que Salvador partiu não estava a contar senti-me triste,enfim faz parte ...

Tenho que ir volto com mais calma,no meu serviço oiço muitos comentários sobre a crise económica.

Até breve.
Um beijo
Sofia.

Anónimo disse...

TRIÁLOGO


- Mulherzinha danada, não sei se te perdoe ou se te contextualize de suite!!!

- Oh Filomêná, vous avez perdu la tête!?

Com os meus botões:

- Raios as partam mais a crise de palavras e desculpem-me o mau jeito, mas se estais mesmo já noutra dimensão, uma mais a Condessa de Ségur cuja leitura deixarei para depois, ups (!) essa sim merece-o e a outra com vontade de esvoaçar por aí numa de levezinha que logo percebereis, tendes medo de quê, de coisas sérias!?

E, continuando com os meus botões:

- Prometo que não volto à carga com os ditos buracos, eu já sabia, cria-vos mas era medir o pulso e ele está firme do outro lado, passaram-no mesmo sem se darem por isso e instalaram-se nele fazendo contra-peso e agitando maravilhas ...

- Danadas!!!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Fevereiro de 2009

Ana Cristina disse...

(...)A monotonia das vidas vulgares é,aparentemente,pavorosa.Estou almoçando neste restaurante vulgar,e olho,para além do balcão,para a figura do cozinheiro,e,aqui ao pé de mim,para o criado já velho que me serve,como há trinta anos,creio,serve nesta casa.Que vidas são as destes homens?Há quarenta anos que aquela figura de homem vive quase todo o dia numa cozinha;tem umas breves folgas;dorme relativamente poucas horas;vai de vez enquando à terra,de onde volta sem hesitação e sem pena;armazena lentamente dinheiro lento,que não se propõe gastar;adoeceria se tivesse de retirar-se da sua cozinha (definitivamente) para os campos que comprou na Galiza;está em Lisboa há quarenta anos e nunca foi sequer à Rotunda,nem a um teatro, e há só um dia de Coliseu-palhaços nos vestígios interiores da sua vida.Casou,não sei como nem porquê,tem quatro filhos e uma filha,e o seu sorriso,ao debruçar-se de lá do balcão em direcção a onde eu estou,exprime uma grande,uma solene,uma enorme felicidade.E ele não disfarça,nem (há)razão para que disfarce.Se a sente é porque verdadeiramente a tem(...)

Fernando Pessoa
(Bernardino Soares)
"Livro do Desassossego"

Jaime

Sabe que podia mudar o contexto deste texto de um café para o meu local de trabalho,as suas personagens para algumas das pessoas com quem lido em termos profissionais e a mensagem passaria exactamente da mesma forma,com a mesma interrogação e espanto!?
Sabe que conheço pessoas que vivem à 30 anos nos arredores do Porto e nunca foram à Fundação Serralves,não conhecem o Magestic, de certo nunca entraram no Teatro Nacional de S.João (mesmo quando ele era um dos grandes cinemas da Invicta), mas cantam as cantigas do Tony Carreira e até vão assistir,excepcionalmente,a um musical do La Féria?
Sabe que conheci pessoas no meu circulo profissional em Cascais que nunca tinham entrado na Fundação Calouste Gulbenkian,não sabiam qual o último livro que tinham lido,nunca tinham assistido a um espectáculo de ópera ou bailado,não compravam um jornal há anos(para quê se liam as notícias diárias no Destak...), mas compensava-as conhecerem todas as praias da costa vicentina ou algarvia!?
Sabe que estou a falar de pessoas que têem uma formação superior(!?), que vivem em grandes cidades, que têm acesso à informação, cujos rendimentos lhes permite eleger prioridades,mas que se mantêm por opção à margem do conhecimento,da discussão,da opinião e da cidadania?

Sabe,Jaime, este é quanto a mim um dos grandes factores da reprodução, transgeracional de décadas, da nossa tão badalada crise.
Somos pouco curiosos.
Somos pouco ambiciosos.
Somos pouco afirmativos.
Somos pouco destemidos.
Vivemos pouco a vida.
Contentamo-nos em vivê-la pela metade!

A nossa Crise somos Nós e perdurará enquanto não quebrarmos o ciclo da ignorância,do "podia ser pior",da apatia e do autismo.
A nossa Crise anda e andará por aí, alimentada por Nós que dela parece dependermos para a pouca vida que vamos vivendo.

"Quando a minha filha aprender a falar inglês,pensarei em fazer uma viagem a Londres..." - sem contextualização,aliás,totalmente desnecessária!

1 grande abraço para si e para a minha querida amiga Manuela (medo de buracos negros!? dahh ;))

Ana Cristina

Anónimo disse...

Nunca se meta connosco!
Não há buraco negro que nos resista!
Só economizamos as palavras quando queremos!
E eu, bem, eu estou sempre de cabeça perdida.
A comentarista Sofia referiu o desaparecimento do Salvador.
Eu não vi as entrevistas que ele deu na televisão, ou melhor, não quis ver... apercebi-me do que era e mudei de canal... doenças assim trazem-me sempre más recordações.
Mas em Agosto, nas férias, andando de blog em blog fui ter ao Catedral e a um outro mundo... o mundo onde a dor e a esperança andam de mãos dadas com a coragem.
E volto sempre a esses blogs esperando sempre ler boas notícias.
O desaparecimento do Salvador também a mim me entristeceu.
Outros ficarão e vencerão a batalha.

Anónimo disse...

Ai a minha cabeça!
Nem me despedi!
Beijinhos grandes, Manuela e Jaime

Filomena

Anónimo disse...

Minhas Queridas Amigas,

De repente, tinha acabado de escrever o comentário anterior e a Sofia dá-me a informação da morte de Salvador Vaz da Silva!

Fui logo ao Seu blogue onde já há uns tempos não entrava e dou-me conta da confirmação formal, desculpe-me Sofia mas é que nem percebi bem ...

Estive até agora a tentar introduzir um tributo meu no blogue de Salvador mas, não o consegui fazer, não sei porquê ...!?

Deixo-o aqui e desculpem-me se agora, voltado a minha casa e dando-me conta de tantas novas mensagens, me cinjo ao tributo que Lhe desejaria ter prestado em Sua casa:

Salvador Vaz da Silva, conta-se seguramente na estirpe de homens capazes de enfrentarem os bons e os maus momentos, Seus e dos outros, não deixou de me prestar um louvor numa das Suas páginas e não estando eu, tão pouco, doente, e com ele me iniciei neste percurso da blogosfera que não mais parou.

Minhas Queridas Amigas,

Presto-Lhe a Ele e a Sua família a minha homenagem e com ela me recolho no silêncio que me diz valer a pena viver de cabeça erguida.

Disse,

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Fevereiro de 2009

Ana Cristina disse...

Também eu passei no blog do Salvador pouco tempo depois do meu sobrinho David ter morrido e agradeço também as palavras solidárias que ele deixou na "casa" da minha irmã.

Soube aqui a notícia da sua morte.

Tal como o David, o Salvador lutou pela vida e transmitiu coragem a quem o rodeava.É um herói!

Outros continuam a lutar.
Alguns ganharão a batalha.

Ana Cristina

Anónimo disse...

A Pura Face

Como encontrar-te depois de ter perdido
Uma por uma as tardes que encontrei
Ó ser de todo o ser de quem nem sei
Se podes ser ao menos pressentido?

Não te busquei no reino prometido
Da terra nem na paixão com que eu a amei
E porque não és tempo não te dei
Meu desejo pelas horas consumido

Apenas imagino que me espera
No infinito silêncio a pura face
Pra'além de vida morte ou Primavera
E que a verei de frente e sem disfarce

Sophia de Mello Breyner Andresen, Livro Sexto

Para Salvador Vaz da Silva

Manuela Baptista
Estoril, 6 de Fevereiro 2009

Anónimo disse...

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