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Liberta-me, liberta-me Senhor!
2ª Voz:
Se valorizares a Arte não apenas como bem transaccionável mas, sobretudo (!), como usufruto disponível, a todos disponível da beleza, da integridade, da libertação, do sonho e do bem estar, libertar-te-ei, sem dúvida.
1ª Voz:
Mas como, dizei-me como Senhor, povoados da guerra como vivemos, das mal-feitorias, da opressão ...!?
2ª Voz:
Inspira e expira com sageza, olha para longe, levanta a cabeça e usufrui do belo, do belo que se ergue a cada esquina, que não é pertença de ninguém (!) e que tu próprio crias por tuas mãos em maravilhosos legados que povoam a tua História, essa sim com maiúscula e que enchem de Obras os teus museus que não são túmulos de história morta!
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Mas como Senhor, se me deixo abater ao peso das más notícias, dos meus próprios tormentos, dos sufocos que me não deixam respirar!??
2ª Voz:
Pinta, esculpe, fotografa, filma, canta tu próprio e se o não sabes fazer levanta-te na Arte de Viver e mesmo se a ilusão do real se abate sobre ti e te deixa, aparentemente, sem saída!
1ª Voz:
Mas como, se não tenho tempo, se me sinto a ele, ao tempo escravizado ...?
2ª Voz:
Tu próprio o dizes, dizes que te sentes sem tempo e escravizado, mas não escamoteando o que sentes, procura uma saída por cima, no amor que a ti próprio logo te deves, onde a estética e a ética se reencontrem, se apaziguem e cantem requiems à guerra e logo numa simples lágrima ou num suspiro que deixes soltar!
1ª Voz:
Mas como ...!?
2ª Voz:
Assim, exactamente assim como tu fazes, com os meios que tens ao teu dispor e não com aqueles que acharias, erroneamente acharias serem os necessários ou ideais e que, ficando deles à espera, nunca mais os encontrarás!
1ª Voz:
Que dizes, sugeres-me que assim, escrevendo como escrevo e pontuando os meus escritos com imagens sonoras e visuais!?
2ª Voz:
... !?
1ª Voz:
Silencias agora e deixas-me entregue ao destino que construa, é isso que tu queres de mim, que deixe de sublinhar o negativo, não escamoteá-lo mas que o deixe de sublinhar e que cante hinos erguidos do choro da multidão que se condoe!?
2ª Voz:
Porque perguntas então, se tu próprio já ousas responder e mesmo se não me ouves o que, se queres com honestidade saber, não é particularmente relevante desde que pelos outros, em ti faças o melhor, o melhor que saibas e possas!?
1ª Voz:
À guerra cantarei então um requiem e mesmo se para a contrariar à Paz a tenho que defender (!), o que logo farei cantando hinos ou exaltando-A, clamando-A em simples louvores!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 3 de Abril de 2009![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi24GhAnXS90YsQmXE6EILJDB0pTCNnIeN-zKauSni5ZKcIZua3qDI96qekIVQkYFJROp-YM2lyQ2zOQagPiCgdPMN8VjYLYs5dZgI9E7XVTm7zWJlgbDC2j2bZb2ryoaqJuw7zCF0OhyphenhyphenU/s200/PF_897679_27701~Guggenheim-Museum-New-York-City-Posters.jpg)
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1 comentário:
SILÊNCIO
Prescruto o silêncio que ressoa nesta caixa e oiço os tambores da guerra que definham mas persistem em vigília contrastante com um requiem.
Guerreiros que nunca outra coisa fizeram senão odiar-se, apontando a dedo bodes expiatórios quais quixotes sem moinhos e sem vento, renitentes, não desarmam.
Da liberdade fogem e a agridem como se a opressão fosse ela mesma a razão da sua crença.
Infiéis armados de traiçoeiros expedientes, julgam que por escondidos estarem e erguendo-se contra o Mundo, se redimirão do que sem eles se tornariam em nada na morte que persistem em semear implacavelmente.
Não ouvem a música nem vêem as artes, convictos de outras tantas tentações elas serem do diabo no demo em que se transfiguraram.
Com medo da luz nas trevas que semeiam e na cegueira de não olhar a quem.
Persistindo, facciosos no medo do contágio nem se apercebem que já se ouvem cânticos de Paz.
Cegos de uma cegueira extrema, sequestram povos e culturas, religiões e abominam a Arte que destroem implacávelmente.
E ... profanam, sistematicamente profanam a Deus!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 3 de Abril de 2009
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