-
Não tenhais medo
-
Todos temos os nossos paradigmas e neles nos escudamos como referências
-
Também eu tenho o Meu
-
Por os termos
impedirá
tal facto
que outros brilhem
-
Só mesmo quem não confie
suficientemente
em si próprio
ou nos seus paradigmas
poderá
em rigor
impedir
no medo
que os outros brilhem
-
Ou que
no receio
se refugie em silêncios omissos
sitiantes
autofágicos
-
Se não brilharmos nem deixarmos brilhar os outros
apagar-nos-emos
dilacerados
num cinzentismo triste
demolidor
sufocante
-
Seremos esmagados pela desconfiança
matriz da Crise
-
Se brilharmos e deixarmos os outros brilharem
porém
o brilho libertar-nos-á
redentor
-
Diz a fábula
que a cobra não suportava o brilho do pirilampo
e
por isso
o comeu
-
Eu já tropecei em muitas cobras
mas não deixei de brilhar
e o meu brilho não ofusca
muito antes pelo contrário
-
Nem é suposto que ofusque ninguém
-
Por dever fui mais longe
e tenho o direito que tal me seja reconhecido
e sem medo
para que mais longe ainda possa
todos possamos ir
-
Quem tem medo não tem o direito
como tantas vezes o faz
de obstruir o caminho dos outros
-
Eu tenho o dever de ir mais longe
e não posso ser acusado nem
por tal
penalizado
-
( A propósito de A Cobra e o Pirilampo, in Zimbórios de 28 de Abril de 2009 )
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Abril de 2009
13 comentários:
Muito obrigado pelo poema que deixaste em meu blog. Pode ter a certeza que o guardarei como uma grata lembrança...
Só descobri agora que vc é de Portugal... estou pretendendo fazer uma ós graduação em coimbra no ano que vem, em direitos humanos ( eu sou advogado também). depois me diz aí como é sua terra?? vc já veio ao Brasil?
abraço e seu blog é incrível viu!
Jaime,
Bom Dia!
Como sempre os seus textos"batem", "tocam" na mouche, vêm a propósito, têm tudo a ver com qq coisa que me diz respeito.
Espero, mais logo, poder passar por aqui e explicar-me melhor.
Agora vou tomar o pequeno-almoço( sempre a comer) e vou para as aulas.
Todo o dia.
Haja saúde!
Beijos para a Manuela e para Si
Filomena
ROBERTO NEY
Caro Amigo,
Não, nunca estive no Brasil mas saiba que gostaria muito de o visitar!
O que Lhe escrevo aqui, na minha caixa de comentários, vou também editar na Sua, não vá o meu Amigo não me ler aqui ...!
Sabe, o que aqui se vai desenvolvendo nestes diálogos, para mim é tão importante como as primeiras páginas, os posts que os encabeçam.
Com que então, uma pós-graduação em direitos humanos em Coimbra!
No que Lhe poder ser útil ...!?
MINHA TERRA
Minha Terra pequenina
Ao pé do Brasil uma esquina
Um vãozinho sobre o mar
Vontade de respirar
Desejo de ver mais longe
Que o horizonte a nadar
É um barquinho que rima
Com tua vontade de estar
Tens cá tudo é uma mina
Retrato do navegar
Tens a língua que me enquina
Que não pára de sonhar
É pequenina esta sina
Mas expandiu-se sobre o ar
É como traje de monge
Que voou sobre o altar
Ao Seu dispôr, um Abraço
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2009
FILOMENA
Querida Amiga,
Obrigado!
Tocam e batem ...
Acho que, modestamente, acertou na mouche!
Com o tempo aprendi a distanciar-me sem que, todavia, me ficasse por um olhar frio e analítico, não comprometido ...
... não interpelativo!!
Até logo e bom dia de trabalho, comilona!!!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2009
"Eu não transmito luz aos outros, tento apenas desocultar a luz que há nos outros"
Agostinho da Silva
Manuela Baptista
AGOSTINHO DA SILVA
Prezadíssimo,
Saudades Suas e das conversas que tivémos ...
... e acha pouco, Meu Amigo!?
Sobretudo se quem como eu sabe do brilhozinho nos olhos com que tentava e ainda hoje tenta desocultar essa luz que há nos outros!
Não seja tão modesto!!
E tu também não, minha querida mulher!!!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2009
REALMENTE
Oh Agostinho ...!
Realmente, como te atreves a escrever que não transmites luz!?
Lembraste daquela incursão que fiz com as minhas Cartas Credenciais, há vinte anos atrás e das quais te fiz meu destinatário entre dezenas de outros, institucionais como particulares!?
E lembraste do que me escreveste em singelos cartões de visita que guardo entre o meu vastíssimo espólio!?
Esse luzeiro em que muito positivamente te pronunciavas e com ironia acrescentavas que vinham aí as férias mas que, depois, as respostas não se deixariam de fazer ouvir!?
E quantas se fizeram ouvir desde então!?
E quantos, aparentemente, se remeteram a umas férias que já levam vinte anos de omissão silenciosa e castrante!?
E, finalmente, como a tua luz, nos cartões que me enviaste, ao todo dois, se conserva brilhante para quem a queira ver!?
Oh Agostinho,
A muitas gerações, afianço-te, também transmitiste luz!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2009
E os gatos? Esqueceste-te dos gatos?
Manuela Baptista
MANUELA
Minha Querida,
Vai ao blogue Pintada de Fresco e lá encontrarás um testemunho dos meus encontros com Agostinho da Silva onde me não esqueci dos gatos.
Não dá é para estar sempre a contar a história do princípio!
MIAU
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2009
Boa tarde!
Pois foi!
Hoje, durante todo o dia este seu texto Meu Amigo, não me saiu da cabeça.
Este texto, dava pano para mangas.
Se calhar, vou-Lhe" roubar" um bocadito e colocá-lo, com os devidos créditos, no meu espaço.
Obrigada e um Beijinho dividido pelo dois
Filomena
Filomena,
O vizinho feiticeiro está a ver telejornais.
Acho que hoje, a bola de cristal não lhe deu informação suficiente...
Bora dividir o pano que lhe sobrou das mangas?
Manuela Baptista
Ai Menina Manuela!
O marido "feiticeiro", o vizinho" adivinho" o "devorador dos telejornais" deu-me cá um jeito que nem lhe passa pela cabecinha!
E mais não digo, porque não posso
( uma menina mal-comportada, de quando em vez, deve dar um ar de boa rapariga)
Beijos
Filomena
FADINHAS DO LAR
Vá, entrecruzem os vossos linguarejares com panos para cá e mangas para lá, telefonemazinhos enternecedores, obrigado Filomena pelas Suas incontáveis atenções (!), estrebuchem que nem umas donas de casa desesperadas, cortem-me na casaca com quantas forças tenham que eu, impávido passo e exclamo-Vos:
NÃO TENHAIS MEDO!
... que eu também faço por o não ter.
Beijinhos às tortuosas fadas
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2009
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