Chamei-lhe em tempos, à data da sua morte e simbolicamente, o climax final da mestria do maestro da mão direita!
Com ele, a simbiose entre regência e orquestra era quase total e os seus gestos, majestáticos, baléticos, dramatizados na contenção quase perfeita conduziam a orquestra e em bloco na encenação intencional que aqui, não casuisticamente, se faz, num cenário de estúdio montado para o efeito, estou certo (!), se faz, escrevia, realçar como um legado para a posteridade.
À sua esquerda os violinos, no centro os sopros e à direita as restantes cordas, violas de arco, violoncelos e contra-baixos, em anfi-teatro romano, ele no palanque e sem partitura, interiorizado o guião como se ele próprio o fosse.
Magnético!
Apenas uma indispensável dessintonia de fracções de tempo entre ele, Karajan e a orquestra, por um lado e ele e a sua sombra, inevitável (!) e essa sim, síncrone, fundida com a mole dos instrumentos todos.
Entre a sombra e a luz o maestro, ele sim precoce e anunciador!
Espelha-se nesta produção, realização, encenação e interpretação uma alma depurada, adensada e fria tal a força decidida da sua, simultaneamente, enorme contenção e que se esconde mas paradoxalmente projecta de uns olhos quase sempre fechados e onde o semblante quase que é tudo num mimetismo contagiante, a alma que se reflecte então, num ultra-romantismo aprés la lettre e de vigor dificilmente ultrapassável, na superfície lisa e brilhante do reflexo auditivo.
O som torna-se, ele próprio, em soberano esmagador!
6 comentários:
LUGAR À MÚSICA
Electrizante!!!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Abril de 2009
Ouvir
Sem palavras.
Ana Cristina
SOMBRA E LUZ
Karajan é verdadeiramente electrizante ...
Chamei-lhe em tempos, à data da sua morte e simbolicamente, o climax final da mestria do maestro da mão direita!
Com ele, a simbiose entre regência e orquestra era quase total e os seus gestos, majestáticos, baléticos, dramatizados na contenção quase perfeita conduziam a orquestra e em bloco na encenação intencional que aqui, não casuisticamente, se faz, num cenário de estúdio montado para o efeito, estou certo (!), se faz, escrevia, realçar como um legado para a posteridade.
À sua esquerda os violinos, no centro os sopros e à direita as restantes cordas, violas de arco, violoncelos e contra-baixos, em anfi-teatro romano, ele no palanque e sem partitura, interiorizado o guião como se ele próprio o fosse.
Magnético!
Apenas uma indispensável dessintonia de fracções de tempo entre ele, Karajan e a orquestra, por um lado e ele e a sua sombra, inevitável (!) e essa sim, síncrone, fundida com a mole dos instrumentos todos.
Entre a sombra e a luz o maestro, ele sim precoce e anunciador!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Abril de 2009
"O ambiente é a alma das coisas"
Fernando Pessoa
1 abraço.
Ana Cristina
Em cima de um espelho
É isto o romantismo musical?
Manuela Baptista
ESPELHO DA ALMA
Espelha-se nesta produção, realização, encenação e interpretação uma alma depurada, adensada e fria tal a força decidida da sua, simultaneamente, enorme contenção e que se esconde mas paradoxalmente projecta de uns olhos quase sempre fechados e onde o semblante quase que é tudo num mimetismo contagiante, a alma que se reflecte então, num ultra-romantismo aprés la lettre e de vigor dificilmente ultrapassável, na superfície lisa e brilhante do reflexo auditivo.
O som torna-se, ele próprio, em soberano esmagador!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Abril de 2009
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