Se não fosse o 25 de Abril de 1974 e a progressiva estabilização e institucionalização da Democracia Representativa e do Estado de Direito pergunto-me, que seria deste mundo em que circulo e publico este blogue?
Já para não falar da internáutica em sentido lato, que seria da blogosfera?
Desta profusíssima teia de jornais particulares, pessoais as mais das vezes, onde tudo se diz, onde se estampa essa ânsia de comunicar, quantas vezes sem que os próprios se dêem conta da responsabilidade, isto é, da consciência política, pública que tal acarreta e onde, virtualmente que seja, a liberdade se expande e sem limites que possam ser verdadeiramente perceptíveis, calculados ou mensuráveis?
Dir-se-á que estamos na esfera do virtual, mas tem ou não, esta realidade, projecção ou impacto na que o não é?
É ou não a palavra, em si mesma e já de si, uma virtualidade?
E que impacto não tem ela tido e sempre, desde os confins da História?
Dispersas as individualidades nesta profusão de blogues que eventualmente poderão como não, ser trazidos à tona, ao destaque, à ribalta, adquirem ou não e em potência, os seus autores, acrescida voz e logo pela democratização no acesso às ferramentas que lhes permitem amplificar a palavra escrita?
E desde quando é que, num regime fechado, autoritário, ditatorial como o era o que precedeu o 25 de Abril, estes instrumentos poderiam estar como o estão hoje, ao livre dispor e arbítrio do cidadão comum?
Adquiriu ou não este, o cidadão comum, anónimo, desconhecido maior peso relativo?
E no quadro do exercício multifacetado da cidadania?
Da autoridade política que, eventualmente e em potência, o cidadão possa adquirir?
Finalmente:
A autoridade, a importância da voz que por escrito comunica e se regista, perpetuando-se como a blogosfera o permite fazer, é intrínseca ao que é escrito, está lá ou não, para o pior como para o melhor e reflecte o autor que a escreve.
Assim sendo perguntar-se-á, num contexto democrático como aquele que o 25 de Abril permitiu fazer desabrochar, até onde e quão longe poderá ir e por seus dedos (!) o cidadão comum?
A Democracia que implica o uso dessa virtualidade maior que é a palavra, não é propriedade de ninguém.
Não é cabide que se possa fechar à chave em armário, antes é chave do progresso e é também o direito inalienável que tenho em ver, por quem de direito, serem respondidas, entre muitas outras (!), estas minhas doze perguntas.
Pela minha parte, prefiro antes dizer e escrever que sou, eu próprio, por opção e isso sim (!), refém da Democracia.
Já para não falar da internáutica em sentido lato, que seria da blogosfera?
Desta profusíssima teia de jornais particulares, pessoais as mais das vezes, onde tudo se diz, onde se estampa essa ânsia de comunicar, quantas vezes sem que os próprios se dêem conta da responsabilidade, isto é, da consciência política, pública que tal acarreta e onde, virtualmente que seja, a liberdade se expande e sem limites que possam ser verdadeiramente perceptíveis, calculados ou mensuráveis?
Dir-se-á que estamos na esfera do virtual, mas tem ou não, esta realidade, projecção ou impacto na que o não é?
É ou não a palavra, em si mesma e já de si, uma virtualidade?
E que impacto não tem ela tido e sempre, desde os confins da História?
Dispersas as individualidades nesta profusão de blogues que eventualmente poderão como não, ser trazidos à tona, ao destaque, à ribalta, adquirem ou não e em potência, os seus autores, acrescida voz e logo pela democratização no acesso às ferramentas que lhes permitem amplificar a palavra escrita?
E desde quando é que, num regime fechado, autoritário, ditatorial como o era o que precedeu o 25 de Abril, estes instrumentos poderiam estar como o estão hoje, ao livre dispor e arbítrio do cidadão comum?
Adquiriu ou não este, o cidadão comum, anónimo, desconhecido maior peso relativo?
E no quadro do exercício multifacetado da cidadania?
Da autoridade política que, eventualmente e em potência, o cidadão possa adquirir?
Finalmente:
A autoridade, a importância da voz que por escrito comunica e se regista, perpetuando-se como a blogosfera o permite fazer, é intrínseca ao que é escrito, está lá ou não, para o pior como para o melhor e reflecte o autor que a escreve.
Assim sendo perguntar-se-á, num contexto democrático como aquele que o 25 de Abril permitiu fazer desabrochar, até onde e quão longe poderá ir e por seus dedos (!) o cidadão comum?
A Democracia que implica o uso dessa virtualidade maior que é a palavra, não é propriedade de ninguém.
Não é cabide que se possa fechar à chave em armário, antes é chave do progresso e é também o direito inalienável que tenho em ver, por quem de direito, serem respondidas, entre muitas outras (!), estas minhas doze perguntas.
Pela minha parte, prefiro antes dizer e escrever que sou, eu próprio, por opção e isso sim (!), refém da Democracia.
-
Fechada à chave
Traça que traça
Não é livre como ave
Solta não passa
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Abril de 2009
Fechada à chave
Traça que traça
Não é livre como ave
Solta não passa
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Abril de 2009
15 comentários:
Bom dia Jaime
Só quem viveu antes de 1974, pode com convicção falar do que representou o 25 de Abril...
Pelo menos uma coisa ganhamos, O DIREITO DE EMITIR NOSSA OPINIÃO!
De certeza que antes não teríamos hipótese de andar por estes espaços virtuais (mesmo que existissem), porque a sensura não permitiria o acesso.
Beijinho e bom fim de semana
Marie
MARIE
Minha Amiga,
É isso mesmo, hoje não estaríamos aqui neste espaço, a dizer, escrever que sim ou que não, que assim ou que assado, como autênticos institutos, assim nos queiramos e saibamos constituir e emitir, amplificar a nossa opinião escrita e livremente.
Este simples previlégio, todos o podem imaginar (!), não tem preço
Um bom fim de semana para Si, um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Abril de 2009
ALIMENTO
Não só de pão vive o Homem ...
A Palavra também O alimenta!
Estou em muito boa posição para o dizer e escrever!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Abril de 2009
LIBERDADE
A Arte e a Cultura, não o miserabilismo ou o cinzentismo tristes e nem tão pouco saudosismos caducos e parados no tempo (!), são, elas sim, o alimento da alma, o rastilho da Liberdade.
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Abril de 2009
A ARTE DE COMUNICAR
Eu não estou em dívida para com as gerações que me precederam no generoso acto fundador da Liberdade que nos facultaram.
Tenho sim e por opção, o dever de a amplificar aprofundando-A e Esta só se aprofunda, verdadeiramente, alimentando-A e nomeadamente, pela Arte de comunicar.
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Abril de 2009
SUSTENTEBILIDADE
No estreito e exigente caminho da retoma, a prospectiva que a Arte e a Cultura fornecem como autênticos balões de oxigénio, é imprescindível na sustentabilização da Liberdade e da Democracia, condição incontornável da primeira.
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Abril de 2009
SUSTENTABILIDADE, QUERIA EU ESCREVER!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Abril de 2009
Foguetes matinais em dia de Liberdade.
Viva o 25 de Abril,sempre.
1 cravo vermelho da
Ana Cristina
ANA CRISTINA
Minha Querida,
Bons olhos A vejam!
Com um cravo da cor que entender, uma rosa ou malmequer, flor a que quiser, Lhe retribuo ...
Um beijo
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Abril de 2009
Poder Pensar
Apenas ouvi foguetes virtuais, porque aqui no Estoril o anunciar da festa com os ditos cujos, ficou-se pela Parede...
Pois, se ainda estivessemos no antes, este blogue não existia e os seus autores e colaboradores teriam ganhado pelo menos uma enorme dor de cabeça!
É por isso que quando oiço
as várias tribos dizerem coisas assim como "o 25 de Abril ainda não se cumpriu"
ou "fizemos um, podemos fazer outro", desejaria apenas que de repente se vissem outra vez em 1963 ou em 1970 e acordassem em Caxias, por exemplo.
Há 35 anos, a esta hora, eu estava aos berros exactamente à entrada da cadeia de Caxias. Esperávamos a libertação dos presos políticos, que aconteceu mais tarde na noite.
Foi bonita a festa pá!
Manuela Baptista
!?
O pá é comigo!?
Pois que seja que eu não me acanho, minha!
É como dizes, quando essas tais tribos fazem as afirmações a que aludes o que elas fazem é confundir desejos com realidades.
Do mesmo modo quando passadisticamente se invoca esta data, nela se chora, afinal, o que se desejaria que tivesse sido e que não foi ou então os sonhos entretanto trucidados pelas realidades que os esmagaram.
E quando assim se procede e por cima ainda se lamenta, eventualmente, a indiferença das gerações posteriores ao que neste dia se celebra, mal se reflecte na relação entre essas atitudes no alimentar dessa mesma indiferença!
Daí o meu texto que se situa no presente e que interroga, reportando-me a esta ferramenta que, claro (!), na altura não existia mas que se existisse, à véspera, estaria bloqueada, censurada e seria, provavelmente, de acesso tão restrito que só a Pide a poderia utilizar e exclusivamente para dar conta da sua ignóbil função.
Abril cumpriu-se e cumpre-se todos os dias e de cada vez que qualquer um de nós cumpre os seus deveres democráticos, exige dos seus direitos ou emite fundada opinião!
Cumpre-se quando se dialoga sem fugir com o rabo à seringa e desenvolvendo o contraditório!
Cumpre-se quando não nos calamos e aqui escrevemos!
Cumpre-se quando aqui afirmo que sim, que valeu apena porque a diferença vai do dia para a noite entre exercer, responsável (!), a Liberdade ou esconder-me num medo atávico, herança do antes e que chegou, empedernida, até aos nossos dias!
Quem cala, consente ...
Dantes não se podia dizer isto porque quem calava, amordaçava e fazia-o porque não consentia de todo!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Abril de 2009
O Pá era connosco...
"Foi bonita a festa, pá
fiquei contente
'inda guardo renitente, um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
mas, certamente
esqueceram uma semente nalgum canto de jardim
Sei que há léguas a nos separar
tanto mar, tanto mar
Sei também como é preciso, pá
navegar, navegar
Canta a Primavera, pá
cá estou carente
manda novamente algum cheirinho de alecrim"
Chico Buarque
Manuela Baptista
SEMENTE
Uma semente no canto
No canto do meu jardim
Não murchará com a festa
Que nasce dentro de mim
Por muitas léguas de mar
Que se cavem ao tentar
Colher a flor do alecrim
Onde estará o teu sim
É bonita a festa pá
Seja por cá ou por lá
Venham os cravos rosados
Que se pintam bem talhados
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Abril de 2009
Belo texto... exlatar a liberdade em todas as suas dimensões e criticar toda e qualquer forma de autoritarismo é sempre pertinente.
e que nossas vozes nunca se calem. Parabens pelo blog!
abraço
ROBERTO NEY
Seja bem vindo a esta minha casa e sinta-se nela tão à vontade como em Sua!
Ainda agora escrevia no seu blogue, depois de a ele me filiar como o fez comigo, quão impressionante é esta velocidade ou vórtice que derruba fronteiras e distâncias pondo-nos assim em contacto para lá da distância que o Mar nos separa!
Instale-se e sinta-se bem, é um prazer conhecê-Lo
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Abril de 2009
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