terça-feira, 28 de abril de 2009

REPTO SEM PONTUAÇÃO

Parafraseando exorto
-
Não tenhais medo
-
Todos temos os nossos paradigmas e neles nos escudamos como referências
-
Também eu tenho o Meu
-
Por os termos
impedirá
tal facto
que outros brilhem
-
Só mesmo quem não confie
suficientemente
em si próprio
ou nos seus paradigmas
poderá
em rigor
impedir
no medo
que os outros brilhem
-
Ou que
no receio
se refugie em silêncios omissos
sitiantes
autofágicos
-
Se não brilharmos nem deixarmos brilhar os outros
apagar-nos-emos
dilacerados
num cinzentismo triste
demolidor
sufocante
-
Seremos esmagados pela desconfiança
matriz da Crise
-
Se brilharmos e deixarmos os outros brilharem
porém
o brilho libertar-nos-á
redentor
-
Diz a fábula
que a cobra não suportava o brilho do pirilampo
e
por isso
o comeu
-
Eu já tropecei em muitas cobras
mas não deixei de brilhar
e o meu brilho não ofusca
muito antes pelo contrário
-
Nem é suposto que ofusque ninguém
-
Por dever fui mais longe
e tenho o direito que tal me seja reconhecido
e sem medo
para que mais longe ainda possa
todos possamos ir
-
Quem tem medo não tem o direito
como tantas vezes o faz
de obstruir o caminho dos outros
-
Eu tenho o dever de ir mais longe
e não posso ser acusado nem
por tal
penalizado
-
( A propósito de A Cobra e o Pirilampo, in Zimbórios de 28 de Abril de 2009 )
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Abril de 2009

13 comentários:

Roberto Ney disse...

Muito obrigado pelo poema que deixaste em meu blog. Pode ter a certeza que o guardarei como uma grata lembrança...
Só descobri agora que vc é de Portugal... estou pretendendo fazer uma ós graduação em coimbra no ano que vem, em direitos humanos ( eu sou advogado também). depois me diz aí como é sua terra?? vc já veio ao Brasil?
abraço e seu blog é incrível viu!

Anónimo disse...

Jaime,

Bom Dia!

Como sempre os seus textos"batem", "tocam" na mouche, vêm a propósito, têm tudo a ver com qq coisa que me diz respeito.

Espero, mais logo, poder passar por aqui e explicar-me melhor.

Agora vou tomar o pequeno-almoço( sempre a comer) e vou para as aulas.

Todo o dia.

Haja saúde!


Beijos para a Manuela e para Si


Filomena

jaime latino ferreira disse...

ROBERTO NEY


Caro Amigo,

Não, nunca estive no Brasil mas saiba que gostaria muito de o visitar!

O que Lhe escrevo aqui, na minha caixa de comentários, vou também editar na Sua, não vá o meu Amigo não me ler aqui ...!

Sabe, o que aqui se vai desenvolvendo nestes diálogos, para mim é tão importante como as primeiras páginas, os posts que os encabeçam.

Com que então, uma pós-graduação em direitos humanos em Coimbra!

No que Lhe poder ser útil ...!?


MINHA TERRA

Minha Terra pequenina
Ao pé do Brasil uma esquina
Um vãozinho sobre o mar
Vontade de respirar

Desejo de ver mais longe
Que o horizonte a nadar
É um barquinho que rima
Com tua vontade de estar

Tens cá tudo é uma mina
Retrato do navegar
Tens a língua que me enquina
Que não pára de sonhar

É pequenina esta sina
Mas expandiu-se sobre o ar
É como traje de monge
Que voou sobre o altar


Ao Seu dispôr, um Abraço


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2009

Jaime Latino Ferreira disse...

FILOMENA


Querida Amiga,

Obrigado!

Tocam e batem ...

Acho que, modestamente, acertou na mouche!

Com o tempo aprendi a distanciar-me sem que, todavia, me ficasse por um olhar frio e analítico, não comprometido ...

... não interpelativo!!

Até logo e bom dia de trabalho, comilona!!!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2009

manuela baptista disse...

"Eu não transmito luz aos outros, tento apenas desocultar a luz que há nos outros"

Agostinho da Silva

Manuela Baptista

Jaime Latino Ferreira disse...

AGOSTINHO DA SILVA


Prezadíssimo,

Saudades Suas e das conversas que tivémos ...

... e acha pouco, Meu Amigo!?

Sobretudo se quem como eu sabe do brilhozinho nos olhos com que tentava e ainda hoje tenta desocultar essa luz que há nos outros!

Não seja tão modesto!!

E tu também não, minha querida mulher!!!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2009

jaime latino ferreira disse...

REALMENTE


Oh Agostinho ...!

Realmente, como te atreves a escrever que não transmites luz!?

Lembraste daquela incursão que fiz com as minhas Cartas Credenciais, há vinte anos atrás e das quais te fiz meu destinatário entre dezenas de outros, institucionais como particulares!?

E lembraste do que me escreveste em singelos cartões de visita que guardo entre o meu vastíssimo espólio!?

Esse luzeiro em que muito positivamente te pronunciavas e com ironia acrescentavas que vinham aí as férias mas que, depois, as respostas não se deixariam de fazer ouvir!?

E quantas se fizeram ouvir desde então!?

E quantos, aparentemente, se remeteram a umas férias que já levam vinte anos de omissão silenciosa e castrante!?

E, finalmente, como a tua luz, nos cartões que me enviaste, ao todo dois, se conserva brilhante para quem a queira ver!?

Oh Agostinho,

A muitas gerações, afianço-te, também transmitiste luz!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2009

manuela baptista disse...

E os gatos? Esqueceste-te dos gatos?

Manuela Baptista

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA


Minha Querida,

Vai ao blogue Pintada de Fresco e lá encontrarás um testemunho dos meus encontros com Agostinho da Silva onde me não esqueci dos gatos.

Não dá é para estar sempre a contar a história do princípio!

MIAU


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2009

Anónimo disse...

Boa tarde!

Pois foi!

Hoje, durante todo o dia este seu texto Meu Amigo, não me saiu da cabeça.

Este texto, dava pano para mangas.

Se calhar, vou-Lhe" roubar" um bocadito e colocá-lo, com os devidos créditos, no meu espaço.

Obrigada e um Beijinho dividido pelo dois


Filomena

manuela baptista disse...

Filomena,

O vizinho feiticeiro está a ver telejornais.
Acho que hoje, a bola de cristal não lhe deu informação suficiente...

Bora dividir o pano que lhe sobrou das mangas?

Manuela Baptista

Anónimo disse...

Ai Menina Manuela!


O marido "feiticeiro", o vizinho" adivinho" o "devorador dos telejornais" deu-me cá um jeito que nem lhe passa pela cabecinha!

E mais não digo, porque não posso


( uma menina mal-comportada, de quando em vez, deve dar um ar de boa rapariga)


Beijos


Filomena

jaime latino ferreira disse...

FADINHAS DO LAR


Vá, entrecruzem os vossos linguarejares com panos para cá e mangas para lá, telefonemazinhos enternecedores, obrigado Filomena pelas Suas incontáveis atenções (!), estrebuchem que nem umas donas de casa desesperadas, cortem-me na casaca com quantas forças tenham que eu, impávido passo e exclamo-Vos:

NÃO TENHAIS MEDO!

... que eu também faço por o não ter.

Beijinhos às tortuosas fadas


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2009