I - A Idade da Inocência
Quando a Música era a Palavra, eu ainda não tinha nascido.
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Nos anos cinquenta e longe de Lisboa, as crianças acompanhavam os pais nas suas idas ao cinema. Os mais pequenos dormiam e os mais crescidos divertiam-se à grande vendo filmes que não eram para sua idade. Claro que nesse tempo meio cinzento, onde os fiscais eram nossos vizinhos, os filmes eram inocentes e as pessoas deveriam ser felizes.
Eu pertencia à categoria dos que dormiam, mas estou certa que mesmo nesse estado de inconsciência, ouvia os sons, as palavras e a música.
E depois veio o cinema Tivoli do Arquitecto Raul Lino, o Ódeon, onde ainda hoje parece trinar o "Joselito o pequeno tudo", o Monumental onde assisti à estreia de "Lawrence da Arábia" na 1ª fila e pensei que morria com tanta areia, o S. Jorge e todos os que me apareciam pela frente e onde existisse um écran.
O primeiro filme de que tenho memória, está intimamente ligado a um senhor simpático que antes do filme grande, nos mostrava desenhos animados e a forma como eram feitos. O príncipe por quem me apaixonei era filho dele.
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Os Verões da infância eram eternos e na Parede, para onde mais tarde nos mudámos, tínhamos duas salas de cinema o "Royal Cine" e o "Parque Oceano", este ao ar livre e que funcionava apenas à noite.Era bom ver filmes com um tecto de estrelas, das verdadeiras, das que não dão autógrafos, era bom e mágico ver e rever os mesmos filmes todos os anos, como se viam e reviam os amigos que vinham para a praia.
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Na Parede existia (e existe ainda) o "Café Limo Verde" um nome apropriado para uma praia sempre cheia de limos, daqueles que as pessoas diziam fazer bem à saúde antes de, no final de Agosto, começarem a cheirar mal!
No terraço do último andar do edifício deste café, havia uma esplanada onde se podia dançar ao som de uma Jukebox. Era só juntar moedas e podíamos dançar a noite toda...
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Nesse tempo e ainda hoje assim a considero, a Maria Celeste era a minha maior amiga e com o seu nome celeste acompanhava-me nessa paixão hollywoodesca de histórias e faz de conta. Planeámos, um pouco mal é certo, uma fuga para a América.
No entanto a nave espacial que nos vinha buscar, nunca apareceu...
Manuela Baptista
Estoril, 21 de Abril de 2009
25 comentários:
Manuela
A nave espacial não apareceu mas tenho a certeza de que com a sua amiga Celeste no terraço do Limo Verde, chegarm a ouvir os acordes musicais que a anunciavam.
Um beijinho.
Ana Cristina
Manuela,
Apenas isto: lindíssimo
Um beijo
Filomena
À 100ª
Não,Nini, a nave espacial apareceu, mas foi mais tarde! A história fica para depois.
Ainda bem que não escolhi, um cartoon da vaca Anabela da Disney, porque senão a Filomena não jantava...
Beijinhos às duas, mas estejam certas que a Democracia vem aí...
Manuela Baptista
TOC, TOC, TOC
As senhoras dão-me licença?
Ou estou a incomodar!?
Não, não venho fazer nenhum ultimato ...
Não venho, tão pouco, quebrar o Vosso enlevo do qual, aliás, partilho!
( Silêncio prolongado e constrangido )
Permitem-me uma palavrinha apenas ...?
Cá vai:
Boa Spolinha ( um dos muitos tratamentos íntimos que dou à Manuela ), cria suspense não lhes vá cair a nave em cima da cabeça!
Afinfa-lhes com o disco voador!!
O disco ou a ... Democracia!!!
( Tem sido um enorme prazer circular por aqui longe das primeiras páginas neste descomprometimento informal de democracia participada! )
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 21 de Abril de 2009
FASQUIA
Desta vez, bem podiamos chegar aos cem comentários ...
... sem papas na língua!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 21 de Abril de 2009
sentei-me na cadeira, ainda a medo. Os olhos foram-se abrindo cada vez mais e encheram-se de sons e movimentos esquecidos (as princesas de agora já não se movem assim!)
Não sei o que vai acontecer mas tenho espaço para acreditar que a democracia nasceu numa nave espacial e que as cegonhas têm um armazém em Paris.
Viajar assim é um prazer. Obrigada
FOI NO TIVOLI
Foi no Tivoli, ainda no antigo cinema, sentados na primeira fila do primeiro balcão e em ecrã gigante, não tinha o meu filho ainda seis anos, que vimos, os dois, o ET.
É daqueles sublimes e mágicos momentos, aquele em que as crianças, montadas nas suas bicicletas e transportando o ET fogem à perseguição policial e por força dos poderes do amigo extra-terrestre voam por sobre a cidade até aterrarem longe e ao encontro da nave que finalmente recuperará um dos seus na enternecedora cena do reencontro final.
O João e eu acho que voámos com elas e perto, muito perto estivemos do espaço intergaláctico!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 21 de Abril de 2009
MIRTILLO
Seja bem vinda ao nosso blogue.
Ainda bem que gostou de viajar, viaje e volte sempre!
É um prazer, Seu
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Abril de 2009
A todos os que têm andado por aqui e aos que chegaram de novo, digo mais uma vez, nós somos as histórias que contamos.
Até à próxima paragem!
Manuela Baptista
CHIÇA
O aluno endiabrado da última fila e ainda com o fogo no rabo da incursão anterior, senta-se, finalmente e olha para o quadro e surpreende-se:
- Já, já estamos na centésima lição (!?), chiça!
A professora, fula e pouco dada a tais intimidades, falo então escrever a palavra cem vezes no quadro.
Chiça ...!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Abril de 2009
Venho aqui pedir desculpa à vaca Clarabela, amiga do Zé Carioca e do Pluto, por lhe ter trocado o nome.
Vou ter que escrever cem vezes "enganei-me no nome da vaca"?
Manuela Baptista
SETE MARES, JORGE CASTRO
Desculpa mas não consigo introduzir a mensagem que se segue na tua caixa de comentários.
Aqui fica:
TELAS ( 3 )
FORTE
Forte
Forte
É o sentir para lá das ondas
É o que se apruma
Forte
No seu porte
É o tocar
Voar
Bater-se à sorte
De ir por todo o Mundo a cantar
Forte
É o teu querer
E o saber
É a errância forte
Do não ter
É lançares-te assim
Nesse teu sim
É ires para lá do Mar
Do Norte enfim
É toque de magia
Onde se fia
A tua
Vontade minha
Que enquina
A mesquinhez
Que tenta aos meus porquês
Sitiar
Na vã glória de mandar
Forte
Como tu
Eu serei mais
Ao ver-te resistir
Sem desistir
Na afinação
Serei tudo e teus ais
Tudo verei e esses teus portais
Forte
Te erguerás como os cardais
Terrenos que se picam são frontais
Libelos
Que incomodam e são tais
Que aos lamentos
Tristes
E se insistes
Depressa te erguerão mais do que os ventos
Mais forte
Como eu
Virá a sorte
Por mais
Que não te queiram e aos teus sais
A essa tua pesca
Que inventa
Fiel
É o amigo como o mel
Que se impõe por tua boca sem ter fel
( Em Balula Cid, a todos os artistas que se reinventam )
Jaime Latino FerreiraEstoril, 22 de Abril de 2009
Jorge Castro, meu capitão
Coloque lá o poema do Jaime no sítio certo!
1º porque é bom
2º porque lhe é dirigido
3º porque pertence a um outro Mar, que desta forma ficará mais rico
Obrigada e que o vento continue bonançoso para as suas pinceladas de luz.
Manuela Baptista
JAIME!!!
CHIÇA?!?!
Mas... cem vezes!?!?
Eu realmente não sirvo mesmo para TUTORA! Os meus mENINOs estão cada vez piores!
Cem vezes!?!?
É já para o canto da sala e a bater com a cabeça na parede... CEM VEZES e depois quem vai falar com os VOSSOS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÂO vai ser a NINI.
Eu já atirei com a toalha!
Beijos e muitos e sempre imensos
Filomena
):
(:
):
(:
E mais não digo
"Um coro de alunos mal comportados", foi o que me pareceu quando aqui cheguei, agravado por uma professora demissionária a chutar para canto ( que sou eu ...)a tarefa fabulástica de conversar com os encarregados de educação.
Ora esta, estes alunos já são maiores e vacinados e a Filomena quer que eu me meta em alhadas com eles a representarem-se a eles mesmos!!!???
Acho que aterrei noutro planeta depois da nave espacial da Manuela me ter raptado algures entre a Boavista e a Rua do Choupelo.
Alô, Terra, estão aí ou continuam de no quadro preto a escrever os erros?
Se assim fôr, Jaime, pode juntar mais um castigo, a saber : na frase por si escrita "A professora, fula e pouco dada a tais intimidades, falo então escrever a palavra cem vezes no quadro.", o verbo fazer deve ser escrito fá-lo e não falo (O termo falo remete à simbologia dada às representações da imagem de um pênis ereto,in Wikipédia)....!!!!!
Toca a corrigir os erros dentro da próxima meia hora.
Sim porque isto de dar castigos exige prazo de cumprimento definido.
Mesmo com tantos castigos e depois do perdão da vaca Clarabela, deixo-vos um grande abraço certa de que continuarão a primar e a surpreender pela excelência que os vossos leitores e visitantes merecem !
Beijinhos.
Nini
OH DIACHO
Diabo
Diabinho
Diabrete
Vejam-me lá o lembrete
Fa-lo-ei
No meu sinete
Ao falo
Mas que topete
Ai as meninas
Sabidas
Com as toalhas erguidas
Com as suas investidas
Brincam folgadas
Que finas
Imperdoáveis
Combinas
Ai ai ai
Minhas queridas
No que dá ir ao cinema
Aproveitam toda a cena
Fazem chacota sem trema
Se pensam que me intimidam
Gozem mais
Milho aos pardais
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Abril de 2009
BOA
Yesss!!!
A partir de agora, repararam (!?), apareço a azul.
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Abril de 2009
Mais um azulinho é sempre benvindo!
Nada de más interpretações.
Azulinho remete para a cor do FêCêPê e não para os comprimidinhos Viagra ;)
Esta explicação torna-se essencial na sequência da referência ao falo,não uma forma do verbo falar, mas o outro!!!
Aguente-se com as diabruras que eu bem sei que está divertido e capaz de dar cambalhotas tal qual o cão Pluto da Manuela, rsrssrsr!!!
Eu disse cambalhotas!?
Vá,esqueçam, vamos mas é dormir.
Hoje não há cinema que me aguente o sono.
Beijinhos.
Bis morgen.
Nini
(a minha mãe faz amanhã 81 anos!)
AZUL
Para mim, azul tem outros nuances:
A cor do céu e do mar;
Rapsódia azul;
Os personagens azuis de Yellow Submarine;
Os nossos nomes, claro;
A metáfora da antiguidade dos nossos sangues, de todos aqueles que chegaram até hoje e que se perdem em vastíssimas genealogias e gestas nobiliáricas.
Fêcêpê, o que é isso!?
Quanto a Sua mãe, amanhã falamos.
Schlafen Sie gut, bis Morgen!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Abril de 2009
QUADRO PRETO
fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, falo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo, fa-lo ...
Falo ...!
Chiça, tanto fa-lo!!!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 23 de Abril de 2009
ESCREVA DUZENTAS VEZES
FÁ-LO!!!
( Não sei que palavrão diga a seguir!? )
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 23 de Abril de 2009
81
Arminda de Seu nome
Conte muitos
Conte-nos a História
Desses belos
Anos que se passam
Como selos
Enfeitam da beleza
De quem saiba vê-los
Muitos parabéns e desejos de saúde e alegria!
Manuela e Jaime
Estoril, 23 de Abril de 2009
Meninas e Menino Jaime!
Bom dia e façam a festa toda que hoje aqui esta, vai passar o dia iNTEIRINHO PRESa na escola.
Quando voltar nem devo ter forças para dar um castiguito pequenito.
Divirtam-se e pintem a manta.
O menino Jaime, esse já não tem emenda.
Beijos
Filomena
PRESA NA ESCOLA
Presa na escola
Estarola
Quem me liberta
Isola
Livra-me na hora certa
Que não trocaria por esmola
( Que filme! )
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 23 de Abril de 2009
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