Dreamscape, Ian Plant
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Planto o que avisto
e de escape
germina a semente
que por muito que se tape
se alicerça no que aqui ponho
e que vai da raiz ao meu sonho
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Por mais que se cubra de xisto
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Planto o que avisto
e de escape
germina a semente
que por muito que se tape
se alicerça no que aqui ponho
e que vai da raiz ao meu sonho
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Por mais que se cubra de xisto
a paisagem que dele sai
ao medo o corta rente e ao medonho
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não são as adversidades antes o medo que impede a concretização dos sonhos
13 comentários:
por mais
que escreva no xisto
as palavras que aqui ponho
cresce o sonho
é raiz
na paisagem que componho
da semente do que fiz
e às vezes que medonho
é o medo de um país
manuela
MANUELA BAPTISTA
O medo é tudo o que se diz quando não se tem mais nada para dizer e que por dizer-se, nada acrescentando, ao sonho lhe retira valor.
Não foi, seguramente, esse o teu caso!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Novembro de 2010
E que bom Jaime que se sinta nesta paisagem de sonho e que se concretizem todos é o que lhe desejo.
Também eu aqui acabei por me sentir sonhando.
É uma verdade que as adversidades não impedem a concretização dos sonhos e o medo sempre o tomei como algo muito abstracto, um estado psicológico.
Afinal o que é o medo?
Alguém me saberá explicar?
Beijinhos
Branca
E que bom Jaime que se sinta nesta paisagem de sonho e que se concretizem todos é o que lhe desejo.
Também eu aqui acabei por me sentir sonhando.
É uma verdade que as adversidades não impedem a concretização dos sonhos e o medo sempre o tomei como algo muito abstracto, um estado psicológico.
Afinal o que é o medo?
Alguém me saberá explicar?
Beijinhos
Branca
BRANCAMAR
Querida Branca,
O que é o medo?
O medo, por mais abstracto ou estado psicológico que o seja, como escreve, tolhe-nos e ao tolher-nos transforma-se em coisa bem concreta:
Paralisia, descrença, falta de objectivos, de horizontes, incapacidade de prosseguir, de fazer opções, falta de coragem, desconfiança permanente ...
Estou ainda a ser subjectivo?
Pesadelo!
E o que é isso?
Catastrofismo, visão apocalíptica das coisas ...
Incapacidade de decidir por achar-se não valer a pena, querer estar bem com tudo e todos, com Deus e com o diabo, não fazer ondas nem agitar as consciências.
Escolher o caminho mais fácil!
Perdermo-nos no imediato e por ele nos deixarmos afogar omitindo o sonho dele nos demitindo ...
O medo é vivermos para o Presente, sem Passado e nem Futuro!
É não termos opinião própria e fazermos dependê-la, comiserados, de terceiros.
O medo é sermos incapazes de nos confrontarmos connosco próprios a isso fugindo, num obreirismo obcecado, em permanência.
O medo é, em suma, a ausência de valores aplicada à nossa vida individual e concreta.
Espero tê-La ajudado na resposta à questão que aqui, em duplicado, me deixou!
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Novembro de 2010
PAISAGENS I
Um pontinho vermelho aceso em Circleville, Ohio nos Estados Unidos!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Novembro de 2010
Belíssima definição Jaime e muito bem explanada, nada subjectiva, visto assim o medo por esse ponto de vista, mas precisamente por nos poder fazer isso tudo, pode-se supor que ele existe, mas no fundo é assim uma espécie de sofrimento por antecipação, alguma coisa que nos ficou das histórias do "homem do saco" para comer a sopa ou do "medo do escuro", outras vezes de más experiências de vida.
Mas, curiosamente nem todos reagem da mesma forma ao medo e por isso como muito bem diz no seu poema e conclui as adversidades podem também eliminar o medo, prepararem-nos para tudo.
"Por mais que se cubra de xisto
a paisagem que dele sai ao medo o corta rente e ao medonho".
Bonita mensagem.
Parabéns
Branca
Jaime
Meu amigo
Ora aí está, o tal de que falámos...
E estando praticamente tudo dito sobre o medo, na excelente resposta que escreveu ao comentário da Branca, eu apenas acrescentaria que o medo também pode provocar reacções inadequadas e exacerbadas de agressividade, autoritarismo e prepotência.
Um beijinho
É verdade Jaime, é verdade também o que diz a Maria João, por isso é que a palavra medo devia ser banida da face da terra e o sentimento que lhe está subjacente.
Quando os meus filhos eram pequenos eu dizia-lhes que o medo não existe, que foi inventado pelos adultos para assustar as crianças, para as dominar ou quando tinham pouca paciência para elas. E fazia-lhes a pergunta que fiz aqui - "O que é o medo? - não é nada que exista", mas a vida encarrega-se de lhes trazer outros medos, nos tempos de hoje por exemplo o medo de não terem emprego, embora isso possa ser contrariado com o acreditar.
Eu sou uma optimista nata e contrariadora de negativismos, embora consciente da dura realidade, embora acreditando demasiado e por isso deixo votos de dias felizes, sem medos.
Beijos
Branca
BRANCAMAR
Minha Querida,
O que eu digo no meu poema é que não são as adversidades antes o medo, que existe, se existe (!), que impede a concretização do sonho, o mesmo é dizer que é a realização deste, porfiar no sonho ou na paisagem que se vislumbra que ao medo o cerceia!
Obrigado e um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Novembro de 2010
MARIA JOÃO
Querida Amiga,
Ao que escreve apenas acrescentaria:
Replicantes, agressividade, autoritarismo, prepotência e medo, associados que estão, alimentam-se uns aos outros!
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Novembro de 2010
BRANCAMAR
Boa Amiga,
Deixe-me ainda precisar:
Em si mesmo, termos medo, e há tantas e tantas razões para o ter, logo o medo da morte de que nenhum de nós se livra (!), não é um mal em si mesmo, pelo contrário, é uma bitola que nos ajuda a sabermos situarmo-nos e a ter a noção das coisas e da razoabilidade em particular.
Não, o medo existe e não há como fugir-lhe, o problema está em nos deixarmos tolher por ele.
Esse é que é o ponto!
Outro beijinho com iguais votos de dias felizes que implicam que sejam, também, por ele, pelo medo calibrados
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Novembro de 2010
PAISAGENS II
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Novembro de 2010
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