domingo, 27 de fevereiro de 2011

RONDA

Vincent van Gogh, A Ronda dos Prisioneiros

Depois de feita uma ronda que se arrasta há um mês e desde Não Cairei, testando da direita à esquerda, de uma ponta à outra do espectro, as potencialidades do meu discurso e tendo por pano de fundo o turbilhão que sacode o Norte de África e o Oriente Próximo, recentro-me e enfoco-me, de novo, como se o tivesse perdido (!), no meu fio condutor na vigília que, em permanência, o testa como põe à prova.
No permanente repúdio por quaisquer derivas a que a volatilidade dos tempos, em mim como em qualquer um de nós, nos possa induzir!
Estabilidade e convulsão não são, não podem ser fins em si mesmos!
Prisioneiro de mim mesmo, nesta ronda, constato:
Se alguma coisa comprova a imparável convulsão que varre a margem sul do Mediterrâneo, essa coisa é, tão só, quão universal é o valor da Liberdade.
O mundo árabe dá-nos, no que se desenrola diante dos nossos olhos, uma monumental lição!
A Liberdade é um fim em si mesmo.
Tal como a Democracia é o seu próprio garante.
E é à luz delas que convulsão e estabilidade se entrecruzam, chocam, se justificam como não.
Claro que na ausência do pão como da paz, Democracia como a própria Liberdade não passam de miragens, de sonhos distantes por realizar.
Democracia pressupõe a prevalência da vontade popular e esta, apenas se pode aferir pelo sistema do sufrágio secreto e universal que lhe garanta a representatividade necessária sem a qual a estabilidade não faz sentido nenhum.
Pressupõe, ainda, a divisão de poderes.
Mas este sistema é para ser levado a sério e não apenas em função dele convir ou não aos nossos próprios interesses particulares ...!
A convulsão justifica-se em momentos de mudança na incerteza da realização da própria Liberdade.
Liberdade de culto, liberdade de opinião política como de outras, liberdade das minorias, respeito destas na prossecução das decisões maioritárias e vice-versa, uma ordem livremente consentida, a liberdade, responsabilidade maior de ser-se livre!
O não fazer-se tábua rasa da História ...!
A liberdade que a todos nos leva do exílio à terra prometida, esta, a nossa, a única Terra possível e onde todos teremos de aprender, uns com os outros e em Paz, a conviver.
Outra coisa não faria sentido nenhum ...
Ela é pequena, a nossa Terra, única e nela tem de haver lugar para todos!


Mozart, Rondó


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Fevereiro de 2011

7 comentários:

manuela baptista disse...

só há uma Terra???

mas eu provei que há muitas outras

e um campo pequeno debaixo do mar

manuela

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA BAPTISTA


Hmmm!

Bom saber-se que te tenho a ti por aqui!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Fevereiro de 2011

Jaime Latino Ferreira disse...

RONDAS I


24 710 = + 90 visitantes nas últimas vinte e quatro horas!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Fevereiro de 2011

. intemporal . disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jaime Latino Ferreira disse...

PAULO


Meu Caro,


... e ambas, mote e a trote, os ingredientes!

Para Si também, óptima semana com um Abraço


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Fevereiro de 2011

Mª João C.Martins disse...

Jaime


Monumental lição!

Haja quem a queira aprender, ou recordar, ou não esquecer...


Aquele abraço

Jaime Latino Ferreira disse...

MARIA JOÃO


Minha Querida Amiga,

Feita a ronda e perseguindo-a desde mais abaixo ... agradeço-Lhe muito!

Outro beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Fevereiro de 2011