Já por mais de uma vez que aqui utilizei a expressão ética republicana.
O que é a ética republicana?
Identifica-se ela ou não com um regime, seja ele monárquico ou republicano?
À segunda pergunta respondo liminarmente que não, ela tem a ver com a deontologia exercitada ao serviço da coisa pública que existe, deve existir tanto em monarquia como em república da parte daqueles que, independentemente do regime, a servem.
Assim e remetendo agora para a primeira das perguntas direi que ética republicana tem a ver com a maneira como se exerce aquilo que é público, também com aquilo que se torna público e que não pode estar desprovido de um sentido ético, deontológico e tanto mais quanto como público se assumir.
Quando eu torno público aquilo que escrevo e tudo o que escrevo é tornado público sou, em permanência, assaltado pelo dever ético, deontológico que, se quiserem, me obriga e antes de mais perante mim próprio, a ser consistente, consequente, coerente e congruente com aquilo que escrevo e o que escrevo vai-se tornando, paulatinamente e quer se queira quer não, em coisa ( res ) pública ( publica ).
Quando, portanto, à ética republicana a invoco, é neste sentido lato que a refiro e é também nesse sentido que a minha Obra se vai tornando, na preocupação permanente da transparência, da ética portanto, em coisa pública.
E se a Obra é pública não menos escrupuloso terei de ser no exercício da ética republicana que para mim, no Serviço que presto, também e apropriadamente invoco.
No resto, tento ser equidistante na avaliação distanciada que faço das opções de regime e das vantagens comparativas de ambos e sejam eles o republicano ou o monárquico.
A ética republicana deve, por isso, assaltar e não pode deixar de imbuir quem quer que tenha a veleidade de lidar com aquilo que é público.
Quem quer que tenha a veleidade de ser público.
Ela não é um exclusivo daqueles que ao serviço do Estado, do que é público em sentido estrito, se afirmam.
O anónimo assim como o desconhecido que sou podem ter o apurado sentido da ética republicana da qual, aliás, ninguém se pode pretender ser detentor do monopólio ou dela estar, pura e simplesmente, isento.
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Julho de 2009
2 comentários:
como sempre, palavras pertinentes e sensatas.
devemos levantar todos os dias exercitando essas idéias e ideais, mas, principalmente, colocando-os em prática.
grande abraço!
roberto ney
ROBERTO NEY
Meu Caro,
... e colocando-os em prática, é isso mesmo!
Um Abraço
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Julho de 2009
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