Canto a Vida
Canto e o encanto
Canto a vontade do meu espanto
Canto a teimosia
Que volvida
Me traz sempre de volta
A maresia
Canto e o encanto
Canto a vontade do meu espanto
Canto a teimosia
Que volvida
Me traz sempre de volta
A maresia
Canto a revolta
Que me escolta
Canto esta canção
Do coração
Escreve-se a noção
Numa poesia
Em repto
Texto
Prosa
Ou numa glosa
Ou numa glosa
Canto com meu ceptro
Espanto o espectro
De ver os meus irmãos sem alegria
Em tudo o que canto
Um eu que fita
Agiganta-se
Esmaga a hipocrisia
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http://www.youtube.com/watch?v=-3ofOoNsoys
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Março de 2009
13 comentários:
CANTO II
Canto um canto surdo que do fundo
Vem da minha alma com fervor
Ele enxota o medo e o pavor
Afaga o meu querer e todo o Mundo
Espanta os fantasmas e o terror
É um canto forte e rubicundo
Tem a cor do sangue e é fecundo
Sara as minhas feridas e a dor
O meu canto tem imensa cor
Vem cheio de clamor e é rotundo
Não sabe parar e eu não iludo
Arte marcial é como o judo
Tem a paciência e o valor
Não conhece o canto o seu estertor
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Março de 2009
CANTO III
Ai se eu me calo
Que seria
Do canto nesta voz
Rouca
Porfia
Estragava-se o encanto
E morria
O espanto com que canto
Esta alegria
-.-
Ai se me calasse
Agonia
De minha
Outras vozes
E vencia
Hipócrita
A maldade
Nostalgia
-.-
Ai não calarei
A voz do dia
Nem darei lugar
À gritaria
Canto meu será
Me renderia
À sorte de a ter
É Ser
Desfia
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Março de 2009
Jaime, Bom Dia!
Andando agora mesmo a pesquisar este ou aquele poema, encontrei um que acho divinal.
É do Joaquim Namorado.
Aqui vai:
Pois bem, confesso:
fui eu quem destruiu as Babilônias
e descobriu a pólvora...
Acredite,
a estrela Sírius, de primeira grandeza,
(única no mercado)
deixou-me meu tio-avô em testamento.
No meu bolso esconde-se o segredo
das alquimias
e a metafísica das religiões
— tudo por inspiração!
Que querem?
Sou poeta
e tenho a mania das grandezas...
Talvez ainda venha a ser Presidente da República...
Beijos e uma óptima segunda feira
Filomena
GRANDEZA
Enamorado, Joaquim
A grandeza está em todos nós e ela, em si mesma, não tem mal nenhum.
A grandeza é grande!
E se não fôr cada um de nós descobri-la no âmago de nós próprios, também não nos podemos queixar da mediocridade em que, eventualmente, mergulhemos.
A grandeza da Poética está em cada um de nós!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Março de 2009
Exactamente Jaime!
Nós e que nos entendemos!
Pelo menos nas questões poéticas!
Agora vou fazer uma coisa que de poético não tem nada!... corrigir provas de avaliação...
Beijinhos
Filomena
e quem CANTA assim, REZA duas vezes!
PARÓQUIA DE S.JULIÃO DA BARRA
Emudecido, fico assim sem jeito e sem saber o que dizer!
Canto
Canto
E volto a cantar
Olho para o Forte
Vejo o mar
Estende-se o areal
E o horizonte
Diz-me que o cantar
É água e sal
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Março de 2009
Cantinho I
Para grande alegria da Filomena e de muitos outros entre os quais me incluo, "Canto" adormeceu poeta e acordou em verso.
Muito bonito!
Cantinho II
Às vezes canto baixo
para não acordar
o pó que repousa
calado e quieto
pelos cantos desta casa
como pássaro ou insecto
com um grãozinho na asa
que a brisa descola
e cola assim a brincar
pelo ar
Manuela Baptista
O Joaquim Namorado inspirou-me!
Eu acho que votaria num político que tivesse a mania das pobrezas.
MB
Jaime e Manuela
O dias lindos de sol de Março, inspiraram ainda mais,se possível, o vosso duplo canto em poesia.
Como estou a ouvir o Rui Reininho a cantar a versão da cantiga das Doce (!!!) só me apraz dizer BEM BOM !
Continuem a cantar assim mesmo se o sol de Março se toldar.
Lindos também os poemas que publicaram no último post do blog da minha irmã.
Manuela, o seu "Sentido Porto" arrepiou ; é caso para dizer que "com os anos é como o vinho do Porto está cada vez melhor ..".
Beijinhos aos dois com amizade.
Ana Cristina
Bem bom, bombom
"Je vous ai apporté des bonbons
Parce que les fleurs c'est périssable
Puis les bonbons c'est tellement bon
Bien que les fleurs soient plus présentables
Surtout quand elles sont en boutons
Mais je vous ai apporté des bonbons"
Jacques Brel (Les Bonbons)
Para a Ana Cristina uma flor e um bombom, com um grande abraço
Manuela Baptista
CANTINHO I
Meu amor querido
Dos bombons e dos beijinhos
Dos cantos
Pós e insectos
Pardacentos
Predilectos
Olha que das pobrezas
Manias deram proezas
De arrepiar as altezas
E deixar sem pão as mesas
CANTINHO II
Canto até que a voz me doa
Mas como digito à toa
Fica a voz com o bem bom
Marcam os dedos o tom
CANTINHO III
Mesmo na avaliação
A poética tem lugar
Pode ser uma canção
Num infinito querer dar
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Março de 2009
Assim deveremos todos cantar, sem nos calarmos. Gostei. Beijos.
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