domingo, 12 de julho de 2009

CONSTRUÇÃO

Na minha linha não passa
um comboio sem ninguém
é esta linha uma ideia
povoada do que tem
-
Na minha estrada aberta
anda tudo o que ela tem
é uma estrada segura
criativa cheia vem
-
Nesta imensa lagoa
de água fértil parada
molha-se transtornada
minha poética à toa
-
Nesta segura ponte
o que se espera é nada
é tudo de uma assentada
o que jorra desta fonte
-
Neste meu aeroporto
os aviões são um voo
que se levanta e aterra
do preço com que o povoo
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É minha Obra cimeira
construção que à sua beira
se preço tem pago-o eu
com tudo o que tem de seu
-
( Inspirado num texto de autor conhecido que me foi enviado por Ana Cristina Venâncio. Sei que a Nini a ele me gostaria de ter visto fazer uma réplica em forma mas a minha forma hoje, não me permite mais e o que aqui deixo já não é mau )
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Julho de 2009

8 comentários:

manuela baptista disse...

Pela estrada fora com Vivaldi!

O menino colocou a cabeça de fora e Zás! Tomem lá mais uma página.

Boa fonte inspiradora.

Manuela Baptista

manuela baptista disse...

À Filomena e à Maria Emília, que têm enviado votos de melhoras,

à caladinha Nini,

e a todos os outros,

Beijinhos do Jaime e meus.

Manuela Baptista

Ana Cristina disse...

Meus queridos amigos

Tenho andado caladita pelo muito trabalho que quero deixar em ordem antes de começar as férias na próxima 2ª.feira dia 20.

Mas então, Jaime, que se passa?
Doente?
E ainda vem publicar uma página onde associa o meu nome!
Meu amigo, já devia ter vindo aqui deixar um abraço e desejar as melhoras.
Amanhã telefono a saber como estão os dois.

1 grande abraço com amizade e rápidas melhoras,
da Nini!

jaime latino ferreira disse...

ANA CRISTINA


Minha Querida,

Doente com uma estopada de uma chatice!

E se não tem dado febre e doído!!!

Na expectativa do Seu telefonema já estou, imagine (!), a delinear a nova página, uma página sobre a dor, centrada na dor física, não sei se para hoje, se para amanhã, se para depois ... conforme as forças ...

Há um sintoma de melhoras, sabe qual é!?

Já estou a fumar mais umas cigarrilhitas ...

Veja lá como me bateu e forte!

Beijinhos,


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Julho de 2009

jaime latino ferreira disse...

AOS BLOGUES COM OS QUAIS NORMALMENTE INTERAJO


Apenas para Vos dizer que neste entretanto, enquanto prevalecer este meu estado de doença, nem sequer me atrevo a Vos abrir porque já sei ao que tal me obrigaria.

Pelo facto peço-Vos as minhas desculpas, Vosso


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Julho de 2009

manuela baptista disse...

Boas Férias para a Ana Cristina!

Arrume depressa os papéis e saia a correr, que faz bem à alma e ao sistema cardio...bem, a todos os sistemas.

A paiginite aguda do Jaime é que não tem cura!
Até pede desculpa por não abrir os blogs...

Vamos lá arrumar a doença no armário, porque estou tentada a publicar as minhas SEM PÁGINAS, com "Fim de semana alucinante VI"

Beijinhos

Manuela Baptista

Ana Cristina disse...

Ao final do dia costumo passear com o Alex (o meu cão!) nos jardins da Quinta da Boeira.

Atravesso a rua entre o movimento da hora de "regressos a casas", entro pelo portão de ferro verde e acolhe-nos um amplo espaço arborizado que esconde uma casa amarela apalaçada,de traça senhorial, escadas de granito e azulejos pintados à mão que retratam o rio Douro e o barco rabelo.

Em tempos esta foi uma das muitas quintas situadas na encosta do rio Douro, em Gaia , propriedades de famílias inglesas ligadas ao comércio do vinho do Porto.

A quinta está muito bem recuperada, é um espaço privado(restaurante e espaço de eventos), mas felizmente aberto ao "público" que gosta de passear no seu jardim.

Nestes fins de tardes de Verão, quando a luz do sol em tons de lusco fusco pouco antes de se pôr no Atlântico, o jardim da Qta da Boeira oferece um ambiente magnífico, fruto das grandiosas árvores - magnólias,castanheiros, jacarandás, secóias, oliveiras, acácias ...- que de certo contam histórias de muitos séculos.

É entre as folhas destas árvores que os raios alaranjados do sol de fim de tarde, teimam em observar e acompanhar os meus passeios tranquilos com o Alex.

Num destes dias a luz estava, se possível, ainda mais misteriosa e criava um ambiente de sombras invulgar, talvez potenciado pela levre brisa que movimentava levemente as folhas.

Ao cimo do caminho que já sabemos de cor o Alex parou com o olhar fixo no muro de pedra que o ladeia.

Orelhas espetadas, cauda esticada, pose perfeita de cão atento a eventual ameaça.

Ao vê-lo assim, olhei em direcção ao muro e percebi que a causa de tal situação era um gato (pardo,certamente) que, imóvel, se mantinha em cima do muro entre a folhagem iluminado pelos raios de sol.

Rapidamente o Alex abandonou a sua pose de cão "de caça" e continuou languidamente o seu percurso sem outras preocupações.

Estranhei pois esperava a usual, se bem que infrutífera, corrida atrás do gato que ali,parado,nos "provocava".

O Alex já lá longe entre os arbustos,levantou a cabeça e olhou para mim, ali parada a perceber se estava ,ou não, um gato "pardo" em cima do muro.Deve ter pensado que os meus reflexos deixavam muito a desejar!...

Desconfiei, então, que a luz alaranjada do sol, as folhas de árvores sábias e a brisa do vento estariam de certo a brincar com os meus olhos , mas antes de ir ter com o Alex, não resisti a atirar uma pedrita na direcção do muro para ver se o gato "pardo" me presenteava com um pequeno movimento felino.

Pura ilusão,o gato "pardo" não estava mesmo lá, coisa aliás que rapidamente o meu cão tinha concluído e por isso avançado no seu passeio tranquilo.

Já eu,envolvida pelo jogo de luz e sombra que me tinha iludido,deambulei com um sorriso nos lábios pelos caminhos da Boeira,imaginando as vidas passadas e futuras que por ali andaram ou andarão entre árvores frondosas e centenárias, imaginando gatos pardos ou barcos rabelos descendo o rio até ao cais da Ribeira.

O Tony chegou de S.Paulo para uns dias de férias.

"Sabes Xeixa,vi o David,num sábado de manhã quando passeava no mercado da Rua dos Artistas à procura de músicas e sons de outras épocas.Era ele.
O andar,o cabelo,a barba rasa,o perfil,o modo de andar.
Ainda o chamei,mas não se virou e não consegui ver-lhe os olhos."


1 abraço para os meus amigos do Estoril que por estes dias recuperam de dores e incómodos físicos :)

Ana Cristina

manuela baptista disse...

Ana Cristina,

Há mundos paralelos, no mundo dos gatos e dos homens.
Às vezes é só preciso chamar, outras fica apenas a ilusão.

Boas férias para o Tony também!

Um beijinho

Manuela Baptista