segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O ARTIFÍCIO DA FICÇÃO

A utilização do artifício da ficção tem toda a legitimidade sem o qual, a própria literatura como a arte não existiriam.
Ficção ou invenção, fabulosa ou engenhosa, fábula ou dissimulação, suposição, acto ou efeito de fingir como a define o Novo Dicionário Lello da Língua Portuguesa.
Abrilhanto, sem dúvida (!?), o meu discurso mas não finjo, invento com engenho mas não ficciono, não me separo de mim mesmo nem dissimulo e exorto para o quanto, a realidade, ela própria, transcende e em muito qualquer efabulação que se faça como os estritos cânones em que progride, e de outra maneira não poderá progredir (!), a experimentação ...
E não me separo de mim mesmo preservando a relação directa, o link que à realidade, a mim e à minha própria circunstância nela as conjugam, porque essa foi logo uma decisão que desde o início deste meu processo, eu próprio fiz, não me escamoteando e sopesando as consequências!
Como quem diz que, sem excluir a ficção, investir no real é, por demais, merecedor, desafio que falta e vai a tempo, imprescindível para soltar as amarras que nos mantêm bloqueados, asfixiados num devir que, necessariamente, não nos tem de aprisionar e sobre o qual, pesem como pesam e têm de pesar todos os saberes, poderemos, deveremos ser soberanos e interactivos.
Nós e cada um de nós de per si!
Como se os livros, quando o mereçam e nas clausuras em que sustentadamente sejam, tenham que ser avaliados, saíssem das academias para os claustros e revivessem em pleno o que a História lhes dita, tocando marchas fúnebres por um tempo fechado sobre si mesmo mas que é imperioso que se abra, transversal, helicoidal, de par em par.
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Setembro de 2009
Catedral de Segóvia, claustro

5 comentários:

Jaime Latino Ferreira disse...

FILOMENA


Minha Querida,

Que quer, tenho esta capacidade, mesmo dando calinadas na gramática (!), que não desarma mas que também não aponta derrotados.

Se há vitórias elas são de nós todos, da nossa capacidade coloquial e que não se extingue, nem em Si, nem em mim e que tem de reverter, isso sim, a favor de todos nós!

Um beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Setembro de 2009

Branca disse...

Olá Jaime,

Vim só dizer boa noite porque já é muito tarde e deixei-me de noitadas, que me faziam mal à saúde. Isso era no tempo do Salvador Vaz da Silva, lembra-se? Embora tenha outra menina que gostava de salvar e a Filomena sabe quem é.
Descobri agora o blog da Manuela, que lindo!
Já lá deixei uma nota, amanhã volto para vos ler os dois, mais cedinho. É sempre um prazer.
Beijinhos
Branca

Jaime Latino Ferreira disse...

BRANCAMAR


Minha Querida Amiga,

Acabei de ler o Seu comentário no blogue da Manela e ali logo Lhe respondi!

Se me lembro do blogue de Vaz da Silva!?

Como não o poderia lembrar, por tantas razões e também porque nele fiz a minha primeira rodagem pela blogosfera ...!

Também porque nele fiz amigos como a Filomena, a partir dele acedi à Casa da Venância ou conheci a minha amiga.

Sempre pronta a ajudar alguém ...!

Apareça quando e se puder, aqui não há ciumeira e é sempre um prazer revê-La.

Um beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Setembro de 2009

Linda Simões disse...

É urgente a necessidade de soltar amarras,seja na ficção ou na realidade.

Deveremos sim,ser soberanos e interativos.

Viva a liberdade! Mesmo cerceada..

...

Beijinhos

Jaime Latino Ferreira disse...

QUERIDA LINDA


Só para Lhe dizer que a realidade comporta toda a ficção e a ultrapassa!

Viva a Liberdade que só será cerceada se o deixarmos!!!

Beijinhos


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 11 de Setembro de 2009