sexta-feira, 11 de setembro de 2009

QUE APRENDI EU

Que aprendi eu
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Aprendi tudo o que do nada se faz grande
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Deixei cair ferramentas
aos saberes a mim os moldei
na helicoidade temporal em que se fundem
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Declinei títulos e graus honoríficos
a burocracia que impera
e não deixa ver
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Canto e não canto
toco e nada toco
sei e nada sei
choro o que deixei
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Pouco ou nada sou
na papelada que esqueci
nem cito
o que não vi
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Que serei eu no que aprendi
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Sou
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Sou o que se vê
e cresce
neste lugar
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Sou
o que do nada eu escrevi
e escrevo
e canto
e toco envolto em manto
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Sou ou não sou
dizei-me em vosso espanto
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Se não sou
o que é que é isto
-
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 11 de Setembro de 2009
António Teixeira Lopes, Eça de Queiroz, Lisboa
'Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia'

3 comentários:

manuela baptista disse...

Sob um espesso manto
somos sombras e nevoeiro
mas na transparência do futuro
sabemos o que aprendemos mas sobretudo aquilo que vivemos

Muito bonito!

Manuela Baptista

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA BAPTISTA


Sabemos sim, oh se sabemos!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Setembro de 2009

Linda Simões disse...

...São flores e frutos
Céu e mar
Mar e Sol
...

Sintonia perfeita.


Beijo aos dois