Que aprendi eu
-
Aprendi tudo o que do nada se faz grande
-
Deixei cair ferramentas
aos saberes a mim os moldei
na helicoidade temporal em que se fundem
-
Declinei títulos e graus honoríficos
a burocracia que impera
e não deixa ver
-
Canto e não canto
toco e nada toco
sei e nada sei
choro o que deixei
-
Pouco ou nada sou
na papelada que esqueci
nem cito
o que não vi
-
Que serei eu no que aprendi
-
Sou
-
Sou o que se vê
e cresce
neste lugar
-
Sou
o que do nada eu escrevi
e escrevo
e canto
e toco envolto em manto
-
Sou ou não sou
dizei-me em vosso espanto
-
Se não sou
o que é que é isto
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 11 de Setembro de 2009
António Teixeira Lopes, Eça de Queiroz, Lisboa
'Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia'
3 comentários:
Sob um espesso manto
somos sombras e nevoeiro
mas na transparência do futuro
sabemos o que aprendemos mas sobretudo aquilo que vivemos
Muito bonito!
Manuela Baptista
MANUELA BAPTISTA
Sabemos sim, oh se sabemos!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Setembro de 2009
...São flores e frutos
Céu e mar
Mar e Sol
...
Sintonia perfeita.
Beijo aos dois
Enviar um comentário