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Pode morrer o corpo
estas mãos de pensamento inacabado
que esse meu trabalho subsistirá
e eu lá estarei para dizer que sim
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Repesquei estes versos, os versos finais do meu poema, da página anterior ...
Não seria insensato, um desperdício até (!), que fosse preciso eu morrer para que fosse reconhecido!?
Não adquiriria tal gesto, o gesto do reconhecimento em vida, dimensão e oportunidade outras que ao que está escrito e ao próprio reconhecimento os potenciassem em valia Política de implicações ainda vagamente pressentidas como logo o escrevi na Trilogia E SE UM SÓ HOMEM!?
Coisa que nunca acontecerá caso o reconhecimento venha, apenas, post mortem!?
Não tenho eu dado toda a margem para que tal possa vir a acontecer e logo nesta minha atitude eivada de uma praxis congruente que não faz da edição em livro da minha Obra, condição prévia!?
Que se entrega e dá assim sem cartas na manga!?
E, finalmente, não é a ambição legítima!?
Dependendo dos meios utilizados que desafio, quem quer que seja (!), a acusar-me de ilegítimos, toda a ambição, humana entenda-se, é legítima ...
Quem não a tenha, quem não tenha fasquia ou bitola, seguramente que não dará o melhor de si próprio!
Estamos ou não estamos, da figura pública ao mais anónimo dos mortais, rico ou pobre, poderoso ou não, em pé de igualdade!?
É ou não a Democracia, no que de mais profundo ela comporta, um verbo de encher!?
Para mim, em definitivo, não o é, é muito mais do que isso:
É verbo que enche e preenche!
E revendo-se a Democracia na palavra e na contradita, que força e que soberania não lhe deverá ser, então, reconhecida, concedida!?
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Setembro de 2009
3 comentários:
QUATRO
Quatro
que contam consigo
do burro
ou do jumento
trazem consigo o lamento
que empurrado pelo vento
mostram à sua imagem
a coragem
seu sustento
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Setembro de 2009
Safa! Que esta página está muito Shakespeariana!
Alguém viu por aí Macbeth?
Olha que "Les Talens Lyriques" cantam melhor acordados do que a dormir.
Manuela Baptista
TALENTOS LÍRICOS
Se cantam melhor acordados, os talentos líricos, é ao sono que vão buscar a força para continuar ...
Shakespeariana dizes tu ...!
Pois é, teria Shakespeare um sono leve ou pesado!?
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 de Setembro de 2009
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