Porque me respondes Tu, tantas vezes e nomeadamente nesta forma sublimada que é a música, a arte e mesmo se não Te entendo bastando que Te oiça e Te sinta!?
Te pressinta no que, em resposta Te escrevo!?
Seguindo os contornos do que de Ti eu oiço e dando asas a este impulso que não precisa se não que a Ti eu me ponha, espontaneamente, a escrever!?
Ouvindo-Te num registo antigo ou moderno, contemporâneo e onde sempre e com plena actualidade Te renovas pelas sublimes mãos de Teus artistas!?
Que me dizes Tu na gravidade com que sempre me abordas!?
E que Te hei-de então responder que não seja interrogando-Te exclamativamente!?
Não será interrogando que melhor Te posso responder!?
Até porque, para Te responder e já que me interrogas, não há, não haverá melhor maneira de o fazer!?
Quem sou eu para fazer afirmações peremptórias, a Ti que me interrogas!?
Que me dizes Tu no meio de todo este ruído que não passe, não pressuponha a valorização do silêncio, cadinho da música e das artes, do conhecimento e da sabedoria que a mim me permita também chegar mais perto de Ti!?
De Ti e do Outro, dos outros meus pares e iguais, reflexos de Ti nesta e em muitas outras interrogações que a Ti e aos Outros Lhes poderia fazer e faça!?
Interrogação ...
Interrogação que não é outra senão a abertura exclamativa em que Te imagino e creio e em que Tu nos concebeste!?
Que interessa o nome que Te dê, se me respondes sempre tão bem!?
Mais sublime ainda do que um Te Deum em que a Ti e por Tua via aos Outros eu Te louvasse!?
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Junho de 2009
5 comentários:
IMAGINA
Imagina que Te faço a Ti, Tu que me lês (!), estas perguntas, perguntas exclamativas, como responderias Tu a elas!?
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Junho de 2009
Esta complicada e exclamativa conversa tem que ficar para amanhã, porque assim de repente e após um arraial...
vou ver O Eixo do Mal
Manuela Baptista
MANUELA
Como sempre, oportuna e de uma finíssima ironia, esta tua reflexão ...
Às vezes ... até às pedrinhas da calçada exasperas!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Junho de 2009
Respondendo
porque quando o vento sopra
quando uiva a tempestade
quando os pássaros cantam
e os insectos esvoaçam
os vossos ouvidos divinamente concebidos
inventam os sons que eu criei
as vossas bocas
cantam em afinadas vozes
reconstruindo melodias
que embalam os vossos filhos
motetos
sinfonias
adagios
e harmonias
mostrei-vos as cores
e vocês inventaram as telas
agitei as flores
e vocês dançaram
contei-vos histórias
e vocês escreveram livros
dei-vos grutas
e construiram casas
eu sou grave porque sou eterno e nesta eternidade solitária chamo-te porque preciso de ti
imagina o tamanho do universo
e saberás que mesmo ele
é pequeno para mim
faço-te perguntas
porque até eu não tenho
todas as respostas
por isso vos criei
no silêncio da minha casa
o ruído existe
porque as contradições
se chocam como placas
de gelo frio
mas todos os dias
me espanto com a vossa força
admiro a vossa tibieza
E o meu nome verdadeiro
é aquele pelo qual
o vosso coração responde
Manuela Baptista
MANUELA
Minha Querida,
Não perdes pela demora ...
Logo à noite vou-te editar este texto.
Agora, porém e antes, vou editar o que estava já na calha e descansar, descansarmos que bem precisamos!
Um beijo
Jaime Latino ferreira
Estoril, 14 de Junho de 2009
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