http://www.youtube.com/watch?v=22yoYf8d3_E
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Tenho de Vos confessar que ao longo do tempo de vida deste blogue, seis meses que em breve se perfazem, com uma produção de originais mais do que diária, é esta a 189ª página e que vai correndo ao ritmo dos dias e das notícias, dos comentários e das efemérides, das dicas e da espuma do momento que se sucedem e no encadeado que ao texto o coreografa com a música e as imagens e pese embora às vezes poder parecer o contrário, não tenho dado o tempo como perdido.
Se pensamento transportava de trás derramou-se agora aqui, flexibilizando-se a todo um outro ritmo e capacidade de síntese a que este suporte, pela sua natureza, logo me obriga.
Depois, coloco sempre essa interrogação (!), põe-se também a questão do destinatário:
Quando me limitava a escrever por correio postal, os meus destinatários eram concretos por muitos que fossem e ao discurso o tinha sintonizado para essa plateia composta por um público alvo definível nos seus contornos gerais;
O que escrevia também tinha um ritmo diferente, não apenas no tempo, no seu espaçamento mas também na extensão dos textos que um tal suporte permitia;
Depois, passando às mensagens universais enviadas por e-mail, embora se tivesse, em muito, alargado o espectro do meu público alvo sem perder a sua caracterização em traços gerais, a natureza do veículo, permitiu-me imprimir outra cadência e pôr à prova a minha capacidade de síntese;
Agora, se, é certo, ainda mais desafiante se tornou atestar essa mesma capacidade e a aceleração do ritmo de produção, perdi, no entanto, a possibilidade de caracterizar o público a que me dirijo.
Sei que não escrevo para o vazio como sei que não perco de vista todos os destinatários que nas fases anteriores cultivei como continuo a cultivar e quer me leiam, quer não;
Sei que o meu pensamento, de então para cá, não se alterou;
Sei que o meu blogue me possibilitou ganhar ritmo;
Sei, por fim, que a flexibilidade que me tem facultado adaptar a novos suportes e em benefício próprio e de quem me lê não menos me tem permitido continuar, sem falsas modéstias, a desenvolver o meu pensamento.
Subsiste, porém, a questão de como caracterizar, agora, o público a que me dirijo e aí, importa frisar que, como sempre, escrevendo em linguagem comum mas sem o menorizar, ao público alvo, encaro-o inteiro como a mim próprio sem abdicar da qualidade que, se quero que valha para mim entendo que, por maioria de razão, para o público terá de valer.
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Junho de 2009
3 comentários:
Um pensamento é um Amor-Perfeito!
Manuela Baptista
Jaime!
Este pensamento, esta conclusão a que o Jaime se refere nesta página, já foi tema de algumas conversas que tivemos.
Compreendo o seu ponto de vista.
Muito bem.
Nunca sabemos quem nos lê, é verdade.
Mas o que o Jaime escreve é seu, são as suas reflexões, são as suas crenças. Tudo o que escreve faz parte do seu mundo.
Por isso, Meu Amigo continue a escrever e ( se quiser um conselho desta aqui) se por vezes escrever o público invisível para quem escreve melhor!
Um beijinho ,para os dois e bom sábado
Filomena
( hoje, tarde com o meu Pai )
FILOMENA
Minha Querida,
Antes de mais, obrigado por me ter editado em primeira página em A Companhia das Rosas!
Depois e, se como escreve a Manuela, um pensamento é um Amor-Perfeito, sempre que me imponho exigência e julgo que o faço sempre, faço sempre por ser exigente e mesmo quando, eventualmente, com o meu público desabafo, revejo-me também no vasto e indefinível público para quem escrevo!
Um bom fim de Semana, cumprimentos a Seu pai
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Junho de 2009
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