quinta-feira, 25 de junho de 2009

NEM SÓ DA PALAVRA VIVE O HOMEM

http://www.youtube.com/watch?v=N-9yNTSdAQs
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Será que estaremos todos de acordo em que não só da palavra vive o Homem!?
A expressão inversa, aquela em que, em resposta à tentação do diabo após a condução ao deserto onde jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, Cristo terá afirmado que nem só de pão vive o Homem ( Evangelho Segundo São Mateus 4, 1 - 11 ) é por todos, crentes e não crentes conhecida.
Agora, nem só da palavra vive o Homem!?
É claro, pelo menos para mim, que quer em sentido estrito como em sentido lato, nem só de pão vive o Homem!
O Homem, a Humanidade, não vive apenas de coisas materiais, físicas, vive de muito mais do que isso:
Vive, Ele também da palavra, tomada em sentido estrito como aquilo que se diz ou escreve na sua relação coerente com o que se faz ou em sentido lato, para quem acredite, tomada esta como o Verbo ou sinónimo da palavra de Deus, de Deus em suma;
O Homem vive da realização espiritual;
Vive também da Arte tomada naquele sublimado sentido do real que o transporta para lá dos estritos horizontes do momento ou do projecto de vida que para si mesmo defina e no qual se abalance e persista.
Nem só de pão vive o Homem ...
Mas o inverso, sem cair em qualquer tipo de deriva de que não partilho, também é verdade!
Por alguma razão, logo a Igreja perpetua a celebração do Mistério no qual o corpo de Cristo se faz pão e é dado, em comunhão, à partilha dos fiéis ...!
O próprio jejum tem de ter uma duração limitada sob pena de nem da palavra nem do pão podermos usufruir!
E eu estou em muito boa situação, privilegiada, diria, para afirmar que nem só da palavra vive o Homem!
Essa posição resulta de quem, incansável e num compromisso que, em certo sentido (!), me tem obrigado a um infindável jejum no comprometimento que à palavra me obriga, me compromete e quer ela seja tomada em sentido estrito como lato.
Já lá vão vinte anos de compromisso, de compromisso à palavra dada, escrita por maioria de razão ...
Não se deduzam daqui comparações abusivas ou pretensões ilegítimas, messiânicas que a minha Obra, desde o seu início, aliás, refuta!
Mas a palavra, no mundo dos homens, só faz sentido se for congruente com a práxis de quem a utiliza e se for para ser tomada a sério ...
A sério ou a brincar desde que a sério ...!
E nesse sentido, pelas opções que tenho sido obrigado a fazer em prejuízo, e de que maneira (!), da minha vida profissional, estou em muito boa posição, se estou (!), para dizer que nem só da palavra vive o Homem!
Afirmo-o com a autoridade de quem sabe e em congruência age e portanto o pode, com todo o à vontade, afirmar ...
Afirmo-o com a autoridade de quem dá soberania à palavra!
Nem só da palavra vive o Homem, Ele também vive do pão.
Quem o poderá, com seriedade, negar!?
Enamorado, qual Orlando, o autor, por vezes, indigna-se!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Junho de 2009
Gustave Doré, ilustração para Orlando Furioso de Ariosto

3 comentários:

manuela baptista disse...

Nel profondo cieco mondo

De Orlando enamorado a Orlando furioso...

No final do episódio narrado por Mateus, em que Jesus rejeita os bens terrenos falando da Palavra de Deus que o alimenta, " vieram os anjos e serviram-no"!

Um grande banquete, presumo.

Estamos de acordo?

Angélica Não Furiosa
(identidade secreta de Manuela Baptista)

manuela baptista disse...

Para a Filomena,

Burocracias à parte eu acho que os seus alunos merecem uma boa Directora de Turma, que, afianço-lhe pode fazer toda a diferença.

Será fácil falar, agora que já estou livre dos papéis...

Fui durante 8 anos directora de uma escola com Creche, Jardim de Infância e básico, mas de facto nessa altura dava-se mais importância às pessoas do que às avaliações, mesmo assim os adultos davam-me volta à cabeça!

Mas também acho que ninguém deve ser seja o que fôr, se não se sentir bem nesse papel.

Beijinhos

Manuela Baptista

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA


Angélica Querida,

Nunca te senti uma fúria e sempre te tive a meu lado, agora também, indefectível!

Merecerei eu maior graça!?

Um beijo de amor


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Junho de 2009