Sim, e depois veio a música e com este texto encerro aquilo que, se começou por ser uma tetralogia, a um sexteto conduziu e se conclui agora num septeto, do número sete, número do Homem e sempre guiado, também, pelos comentários que me foram, nas respectivas caixas, deixados.
Compõe-se este septeto das páginas que com esta preenchem, por ora e na íntegra, todo o campo em aberto do meu blogue e desde Eu e Tu Mulher.
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E DEPOIS VEIO A MÚSICA
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Veio essa linguagem maior onde num acorde
no soar de várias notas em simultâneo e instantaneamente se transmitem emoções
sensações únicas e de múltipla e aberta descrição
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Que interessa o que o autor
com elas pretendia transmitir se em bloco e no ressoar simultâneo das notas
a plenitude
por hipótese
se contém e projecta
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Que interessa se por essa polifonia ou expressão simultânea de vozes
muitas vozes
o que as palavras descrevam
apenas por aproximação dele
do acorde ou da música se aproxima
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Em que sequência musical se reveria aquilo que em sete textos
bem sei que sintéticos mas logo sete
o que escrevi se teve de estender
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E que abertura
para lá das palavras em que se conjugue
que abertura e universalidade a música
em si mesma
transporta
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E não é a música uma linguagem que requer simbologia própria
conceptual e que nos transporta
de novo
ao Verbo sem necessidade
tão pouco
de tradução
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Como ela o era e hoje é no seu legado histórico que explodiu em luz nos últimos séculos
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E depois veio a música
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E com a música o Verbo flexibilizou-se
amadureceu
ginasticou-se
humanizou-se e acabou dançando
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Maior
o Verbo efeminizou-se num Eu escrito em tonalidade sublime
musicalmente dita
na sua superior amplitude
como menor
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Setembro de 2009
Vermeer, A Guitarrista
12 comentários:
A OUVIR
De acordo com a fonte, OedipusColoneus, a ouvir a Missa em Dó menor de Mozart, em Estocolmo e no concerto do Prémio Nobel de 2008, o público e a Família Real da Suécia escutam-na embevecidos.
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Setembro de 2009
NOTA
O comentário anterior foi removido por mim próprio por, sem o querer, o ter editado ao primeiro em duplicado.
Exerci pois a auto-censura!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Setembro de 2009
E agora
completado o Eu
multiplicada a música
em septetos nos tornamos
e emocionados
podemos já falar de festa
Manuela Baptista
MANUELA BAPTISTA
Folgo em saber que continuas danadinha por um pézinho de dança.
Eu também!
Estou, aliás, a pensar deixar o septeto em front page durante uns dias que permitam aos leitores, que vão crescendo em número e em progressão geométrica como indicia o crescendo de consultas ao meu perfil, toda a disponibilidade para o lerem, apreenderem e dele tomarem posse ou liminarmente o repudiarem.
Enquanto não vem a festa, que achas?
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Setembro de 2009
"
e depois veio a música
"
no #sílabar# frenético e erudito
.
tenho estado por aqui
.
em silêncio
.
deixo um abraço, sentido .
.
[7]
s
e
t
e
na mais bela composição de um número perfeito .
. re.abraço meu .
.
um bom fim de semana
.
Bom dia, jaime.
li começando do fim e chegando ao começo a primeira linha, e tudo pareceu me ser mais fácil de entender. Pois sabes sou lenta, mas amei ler assim...
Beijo
Renata Vasconcellos.
.PAULO.INTEMPORAL.
Meu Caro,
Fico assim sempre a modos que sem jeito com os Seus comentários gratificantes e que a minha mulher, a Manela, diz serem sonoros e a que eu acrescentaria serem gráficos.
Quer uma como outra coisa caracterizam todos os comentários escritos que se façam, é certo mas os Seus são de uma sonoridade gráfica muito especial.
Tão especial que me deixam, repito, sem jeito e, no entanto, o que eles não transmitem ...!
Reabraço-te a ti
Paulo
numa escala
ou sete notas musicais
sem um abalo
Nas sílabas sincopadas do silêncio
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Setembro de 2009
RENATA VASCONCELLOS
Minha Querida Amiga,
O que caracteriza uma composição feita em módulos, de dois a ene ( n ) como esta que tem sete, daí ser um septeto é, entre outras coisas o facto de, embora todos eles se entrelaçarem ter, cada um dos módulos, a sua autonomia.
O facto de, lido um, ele se bastar a si mesmo no enrequecimento que, todavia, todos os outros módulos lhe possam acrescentar.
Dito isto, torna-se, portanto, irrelevante lê-lo, ao septeto, do princípio para o fim, do fim para o princípio ou começar a lê-lo a partir do módulo central e continuar por onde se entender.
Quanto à lentidão, cada qual tem o seu ritmo que não pode ser alvo de qualquer tipo de censura e é, exactamente, a pensar nisso, no diversificado ritmo dos meus leitores, a pensar que o septeto cabe na íntegra na front page do meu blogue o que Vos facilita a leitura integral e a pensar ainda que de uma leitura integrada do conjunto, ele obriga a digestão reflexiva, que decidi fazer uma pausa o que me leva a não publicar nada de novo ainda hoje.
Fico contente de saber que gostou, gratificado Lhe agradeço.
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Setembro de 2009
A música é a linguagem do coração...
...
Melhor impossível.
Beijinhos
LINDA SIMÕES
Pois é ...!
A música é a linguagem arquitectónica do coração que em harmónio o radiografa:
Ela tem altura, largura, profundidade e às três dimensões convencionais do espaço acrescenta-lhes ainda as menos convencionais do sentir que tantas vezes são obliteradas e que ao relevo deste o redimensionam noutras mais dificilmente descritíveis mas que ao espaço o religam de outros relevos menos perceptíveis.
Numa profundidade que ultrapassa as aparências e num dinamismo mais do que quântico ...
Maior do que todos os beijinhos que se dêem, irmanando-nos.
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Setembro de 2009
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