domingo, 21 de junho de 2009

CARTA

( A Obra )
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Minha Querida,
Há obras e obras e estas, sendo-o, não devem ser postas nos pratos da balança como se para aferir qual delas vale mais ou qual tem maior peso relativo.
Não estando em causa ou avaliada que esteja a sua oportunidade basta que o sejam, que sejam obras e que, portanto, tenham na mira o bem da Comunidade para que, sem hesitar, se lhes reconheçam os méritos sendo que feitas, está nas nossas mãos, em certa medida de todos nós (!), fazer com que concorram para o melhor, potenciando-as e delas permitindo tirar pleno partido.
Há obras físicas, infraestruturais e que obrigam a árduo labor, cuja construção não se eterniza no tempo e que uma vez concluídas há que dar-lhes destino para que todos, rapidamente, delas possam usufruir sendo que com maior celeridade se esquece o que ali antes não existia ou o que em seu lugar ali estava, a memória é curta (!), e com o tempo, acaba por parecer impossível que essas obras, uma vez concluídas, não tivessem estado sempre ali, ao dispor de todos!
Têm todo o mérito, essas obras, e há que felicitá-las!
Há também obras que se arrastam indefinidamente porque criadas a pulso no tempo, feitas de palavras e cujos méritos nem sempre ou muitas vezes tardam em ser reconhecidos ...
São essas obras menos valiosas!?
Terão elas um impacto mais limitado!?
Ou deverão elas, igualmente, ser reconhecidas!?
Como ...?
Há obras e obras e nenhuma delas deixa de ser necessária!
Uma casa é uma casa e sem a termos, dificilmente poderemos cuidar daquela outra mais preciosa que é cada um de nós.
E dessa casa, aquela que nós próprios, indivíduos singulares somos não há como cuidá-la, carinhosamente, senão com aquele que é o seu adubo de excelência e pesem todos os desencontros que se possam gerar e que a História abundantemente ilustra, o adubo da palavra.
Umas casas sem as outras não teriam prosperado mas não vale insistir na construção física das primeiras para que depois, inconsequentemente, e desabrochadas as segundas, não se lhes reconheça a estas últimas os méritos que lhes são, por hipótese, devidos.
A não serem reconhecidos esses méritos, para que servirá, então, uma casa!?
Um beijinho,
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( A uma Amiga, AV, que apertei hoje nos braços, após prolongada ausência )
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 21 de Junho de 2009

6 comentários:

Jaime Latino Ferreira disse...

ANA CRISTINA


Minha Querida,

Na página anterior, reparou, na caixa de reflexões, tratava-se do esboço de uma carta que aqui, agora, surge em definitivo, depois de burilada e tornando-a universal e acessível a quem a leia.

Fico muito contente por saber que chegou bem e por se ter dado ao trabalho de o comunicar-nos.

Se julga que não está com bom aspecto, engana-se, esse não é um atributo exclusivo dos sulistas!

Descanse bem e tenha uma semana em cheio.

Beijinhos


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 21 de Junho de 2009

Anónimo disse...

Manuela e Jaime!

Que bom abraçar uma Amiga que já se não vê há uns tempos!

Aposto que disseram-se muitas vezes: "Lembra-se?"


É bom rever os Amigos


Beijinhos


Filomena

manuela baptista disse...

Autor,

Meu Querido,

Aqui recebi a sua universal e acessível carta depois de ter circulado pelas caixas de reflexões.

Isto de reflectir na caixa tem muito que se lhe diga, primeiro porque a caixa é redutora e só responde passado um grande bocado, segundo, porque assim sentimos melhor o silêncio e a dita cala-se quando a mandamos calar!

As pessoas são a essência das obras, origem, meio e fim.
Não interessa discutir as grandes ou as pequenas, as reconhecidas ou as desconhecidas, as passadas ou as futuras.

Uma casa só tem alma se for habitada e se nela as pessoas se sentirem bem.
É a essência da casa.

Não quero obras nem casas assombradas e falo de tijolos e de ideias.

Voilá!

Espero que aquela Casa de Deus que ontem inaugurámos, se encha com os habitantes daquele bairro, que rebente com os seus cantos alegres, com a vitalidade dos jovens bons que por ali existem, que a irmã Elvira não tenha saudades da sua pequena e improvisada capela e faça também daquela a sua casa.

Um enorme parêntesis para a música e para a Corte de Anne d'Autriche! É impressão minha ou os músicos e a soprano são todos bonitos?
É da calma ou é da Alma?

Meu querido Autor, deixo ao seu critério insultar ou aplaudir esta caixa, tirar-lhe ou não o som, mandá-la ou não dar uma curva.

Veja lá se também descansa um bocadinho, que isto de dar conselhos e não os seguir tem muita graça!

Beijinhos

Manuela Baptista

manuela baptista disse...

Olá Filomena!

Aqui lhe envio um abraço mesmo sem a ver!

Beijinhos

Manuela Baptista

jaime latino ferreira disse...

CAIXA


Será abuso perguntar-lhe se quer vir dar uma curva comigo!?


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Junho de 2009

manuela baptista disse...

Ora tenha a bondade de abusar!

MB