sábado, 6 de junho de 2009

ESTERTOR

O que se arranca de mim
Que vai do princípio ao fim
Bolha de tempo que invento
E sopra para lá do vento
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Estampa-se no meu intento
No que escrevo neste tempo
No que arranco e ao que vim
Amostra que me diz sim
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Tecido de célula ruim
Que se extirpa num momento
Acorde e meu trampolim
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Queima-se em lume lento
Vontade de arlequim
É meu cantar e sustento
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 de Junho de 2009

Moisés, Michelangelo Buonarroti

3 comentários:

jaime latino ferreira disse...

NOTA


Corrigido e ilustrado do comentário anterior.

Aos meus leitores Lhes peço desculpa por alguns erros que, nas caixas de comentários e por estes serem nelas escritos directamente, não evito dar.


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 de Junho de 2009

manuela baptista disse...

Do Moteto ao Soneto

Para fingir que sou erudita explico:

Moteto (de "mot" em francês)é um género musical polifónico que surgiu no século XII, inicialmente com textos distintos para cada voz.

O soneto será então um género romântico/dramático aqui muito bem esgalhado e inspirado, pese embora a minha suspeita (ou insuspeita?) quezília com a palavra estertor.

Já a Paula Rego, sendo a insuspeitíssima pintora do meu imaginário,usa e abusa dos estertores!

Vá lá, estão perdoados.

Bom fim de semana a todos os que andam e não andam por aqui, anunciam-se nuvens carregadas a noroeste e uma superfície frontal neste blog.

Abraços

Manuela Baptista

P.S.Um segredo que se divulga, continua a ser um segredo?
Sabem porque é que o Jaime fingiu que dava erros ortográficos e postou rapidamente mais uma página?
Para eu não avacalhar o seguinte mote:
"O Berçor do Estretário", plagiando "...deste estertor ao berçário".

Peço desculpa pelo meu sentido de humor um pouco Timburtiano.

MB

Jaime Latino Ferreira disse...

SUPERFÍCIE FRONTAL TIMBURTIANA


Manuela,

( Dispenso adjectivos !)

Como tu sabes ir do berçor ao estertário ...!

Esta surgiu-nos ontem em várias versões, ao fim da noite, ao deitar.

Nada de abusivas interpretações ...

Mas lá conseguiste um ponto e eu, mantendo a compostura e agitando a Paula Rego, elementar minha querida (!), lá vou do estertor à erusiva acidez ...!

Nem tu me dás descanso!!!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 de Junho de 2006