Na minha circunstância
e diante dos acontecimentos
que me rodeiam
desempenho um papel
que vou criando
árvore que se enraíza
sou actor
-
Sou o actor
não divorciado do real
a tempo inteiro
de corpo inteiro
-
Actor
-
Sou actor e o sustento
autor de tudo o que invento
-
E o que invento
está lá
aqui
nada de novo eu tento
ou vi
a não ser o que escrevi
-
E se escrevi
foi porque estando eu atento
nas máscaras que vesti
o ouvi
e o senti
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Agosto de 2009
1 comentário:
ISABEL VENÂNCIO
Nunca se foge ao tema desde que se tente abordá-lo ...
Gostar de música é, afinal, a condição para dela se saber!
Naturalmente que percebo que preferiria a Flauta Mágica mas essa, já por mais de uma vez a ilustrei aqui, coisa que ainda não tinha feito com o D. Giovanni.
Eventuais desvios ...!?
A História é a permanente tentativa, aproximativa, de acertar o que para sempre se desvia e a Arte, nessas encruzilhadas, fica, para sempre, como o sublime reencontro!
Seja um filme como Amadeus que não tem a presunção de ser um documento historiográfico ou a própria música de Mozart que o não escamoteia nem amputa do que nele é essencial, a sua criatividade.
O que está escrito, está escrito e ... é ele!
É ele próprio, quer o que se interprete, quer o que das suas interpretações a nós nos toque, o público, seu destinatário.
O autor é tudo, a sua circunstância mas também a sua obra que é, essa sim, incontornável.
Um beijinho,
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Agosto de 2009
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