Arpad Zsenes, Entre a Luz e a Luz
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O ABISMO CELESTE
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É o céu um mar imenso
sem fundo altura ou noção
nesse mar sem ter medida
é o imaginário razão
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Celestes os corpos navegam
geométricos em suas rotas
há corpos no céu que transfegam
a dimensões outras quais portas
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São esses outros abismos
mais infindos que o universo
sorvedouros são de meus versos
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Neles se entra sem ver
invisível combustão
que acelera o meu chão
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E se, a esta luz, aquecimento global, aceleração histórica e globalização, ganhassem maior e mais consistente verosimilhança, pela travessia de um Buraco Negro a que tivéssemos sido, imperceptivelmente mas com sucesso, sujeitos?
Imaginário real, quem poderia garantir que, pura e simplesmente, nos desintegraríamos!?
Não, não se trata de uma metáfora, de uma imagem poética!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Agosto de 2009
Fernando Calhau
5 comentários:
Que o Universo tem uma porta, lá isso tem!
Quanto à travessia de buracos negros, a minha posição continua a mesma, não me pronuncio.
Urano é um planeta especial,por ser o sétimo talvez. Tem o eixo inclinado, uma cor azul-esverdeada e um dos seus anéis é azul.
Será Mágico?
O poema está muito bonito!
Manuela Baptista
MANUELA
Antes de mais, que fique claro que não pretendo forçar um pronunciamento teu!
Mas, o que é um facto, é que outros e eventualmente mais apetrechados do ponto de vista técnico e científico também não se pronunciam ...
Uma vez, alguém que apanhado de chofre diante da minha hipótese, técnica e cientificamente mais bem apetrechado do que tu ou eu, comentou:
- Bem, nessa eventualidade, o mais certo é que logo nos desintegrássemos!
Ao que eu lhe respondi:
- O mais certo talvez mas não necessariamente!
Eu sei que insisto nesta tónica mas não é por acaso que o faço.
Ela é, digamos que axial e nela peso bem as palavras que utilizo.
Mesmo tratando-se de um poema que, como tu dizes, está muito bonito!
É axial e matriz de um feixe múltiplo, astronómico de hipóteses que a não ser encarada poderá fazer com que estejamos a olhar para tudo partindo das permíssias erradas e insusceptíveis de atacar com sageza os múltiplos problemas globais e logo os do equilíbrio ecológico!
E partindo da perspectiva errada, talvez que aí sim, viesse a dar razão a quem com a hipótese da desintegração me respondeu ...!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Agosto de 2009
...o que é isso de mais bem apetrechado do que eu?
Mesmo do ponto de vista técnico, apetrechos são apetrechos, ou é assim uma muniçãozinha mais pequena?
Estou descaradamente no gozo, não me respondas, please!
Manuela Baptista
MANUELA
Já sabia ...
... e se eu te respondesse!?
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Agosto de 2009
MANUELA
E, no entanto, tens toda a razão:
Apetrechos são sempre apetrechos e a verdadeira munição, para usar uma expressão tua, está na nossa individual capacidade de interpretação e incluindo dos dados que os apetrechos nos possam, eventualmente, fornecer.
E sejam as munições grandes ou pequenas!
Sei que estás a brincar mas, a brincar a brincar se diz o que faltava dizer.
Obrigado
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 20 de Agosto de 2009
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