( monólogo )
Sabias que me identifico, desculpa-me a imodéstia mas identifico-me e de que maneira (!), com Mozart!?
Mozart ...
Mozart introduziu flexibilidade discursiva de tal maneira que à música a libertou de espartilhos que a levaram a expandir-se, desbloqueada, oxigenada em todas as direcções.
Mozart, também, em poucos anos, tantos quantos foram os da sua curta vida, deixou um legado verdadeiramente revelador da sua incontida criatividade.
Eu sei que no meu escrever, não me escamoteando a mim mesmo mas libertando o discurso o impregnei, na tentativa permanente de fidelidade ao real, da magia que dele, do real se liberta quebrando cânones vigentes mas, ao mesmo tempo, tentando ser-lhes, numa certa continuidade, fiel e quanto à criatividade, diz-me meu destinatário fidelíssimo, porque neste permanente dirigir-me ti isso se demonstra (!), pois me mantenho, a ti, fiel, se não é digno, o meu escrever, do grande Mestre!?
Tal como Mozart, no traço que me caracteriza, ele reflecte e tenta, apenas, aproximar-se, dessacralizado, do real que em si mesmo ultrapassa por si só e sempre a criatividade humana e por mais exuberante que ela seja.
O traço da música versus o traço da palavra ...
Para além dessa, com uma diferença a julgar por Amadeus, o filme, pela boca de Salieri:
Eu aprendi, libertei-me e fiz as pazes, reconciliei-me ainda em sua vida, com meu pai, afinal, o molde da minha própria sabedoria!
( ... )
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Agosto de 2009
8 comentários:
Estas são as tuas SEM PÁGINAS DE UMA ARTE.
Tiraste-me as palavras da boca.
Manuela Baptista
MANUELA
Quando se tem, como tu, uma destinatária de sempre assim e muito mais (!), se te tiro as palavras da boca, que direi eu!?
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Agosto de 2009
Gosto muito de Mozart e gosto muito do Jaime.
Mozart é alegre e ao mesmo tempo profundo.
O Jaime é um brincalhão de primeira e
introspectivo que chegue.
Beijinhos
Filomena
Às vezes o silêncio significa tão só a perplexidade perante as palavras escritas.
O actor está no palco como peixe na água.
O público de certo está lá mas como as luzes não se acendem dificilmente o vislumbramos.
De uma destinatária de sempre em 2ª./3ª.linha.
1 abraço.
Ana Cristina
FILOMENA
Minha Querida,
Se eu soubesse que esta minha trilogia se poderia resumir numa conclusão tão feliz e sintética como a Sua, ter-lhe-ía encomendado o sermão e ido para a praia curtir as ondas!
Lá que foi assertiva, foi ...
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Agosto de 2009
ANA CRISTINA
Minha Querida,
Ah ...!
Fico quase sem saber que Lhe diga mais ...
Escrevo-Lhe, no entanto, isto:
Se pegarmos numa citação de autor consagrado mas lhe retirarmos a fonte autoral, as luzes, quem a utilizará?
Se, no entanto, a essa citação lhe juntarmos a autoria, acendermos as luzes, quem é que a não utilizará?
Nini, saiba que me comoveu!
Destinatária de sempre desde que passou a sê-lo.
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Agosto de 2009
Olá, Jaime
De Moledo, lhe confesso que gosto de Mozart.
Não sou "grande sabedora" em música; limito-me a gostar.
E, na altura, gostei do filme Amadeus que nos trouxe um génio da música, visto de forma não sagrada; se é que me faço entender e apesar de eventuais desvios da verdadeira história ou biografia.
Talvez por ser professora (defeito de profissão), achei que esse filme teve a vantagem de mostrar que se pode "filmar a música" de forma a agradar a muita gente que, à partida, diria "que seca!".
Já, em tempos, me lembro de ter visto uma série de episódios dedicados à música e vida de Giacomo Puccini (ou engano-me?)que adoptou a mesma forma de narrar a música.
Afinal, estamos na casa da Música das palavras...
Mostrou-nos o sério D. Giovanni.
Eu gostaria de juntar a Flauta Mágica.
Fugi ao tema, não é?
Um beijo
Isabel
Olá, Jaime
De Moledo, lhe confesso que gosto de Mozart.
Não sou "grande sabedora" em música; limito-me a gostar.
E, na altura, gostei do filme Amadeus que nos trouxe um génio da música, visto de forma não sagrada; se é que me faço entender e apesar de eventuais desvios da verdadeira história ou biografia.
Talvez por ser professora (defeito de profissão), achei que esse filme teve a vantagem de mostrar que se pode "filmar a música" de forma a agradar a muita gente que, à partida, diria "que seca!".
Já, em tempos, me lembro de ter visto uma série de episódios dedicados à música e vida de Giacomo Puccini (ou engano-me?)que adoptou a mesma forma de narrar a música.
Afinal, estamos na casa da Música das palavras...
Mostrou-nos o sério D. Giovanni.
Eu gostaria de juntar a Flauta Mágica.
Fugi ao tema, não é?
Um beijo
Isabel
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