Ao longo dos anos, muito mais do que os sete meses de longevidade que leva este meu blogue, nunca me tenho furtado a dizer ou a escrever aquilo que penso quando acho ser oportuno.
Tal tem sido conseguido a troco de um elevado preço que, ele também, me não tem coagido.
De que preço escrevo eu?
De achar que a frontalidade acarreta represálias em consequência ou tão só de achar antes que esta, a frontalidade, mais do que aos outros a mim mesmo me põe à prova nas opções que livremente tomo?
Um pouco das duas coisas mas, fundamentalmente, por achar que ela, a frontalidade, é a mim que me põe, antes de mais, à prova.
Facto é que a reacção dominante que pela minha frontalidade se exprime no silêncio tem sido a prova que sistematicamente me exige, se quisermos, a contra-prova, aquele movimento ou desafio que a mim me vai obrigando, mais e mais, a desfiar este novelo mantendo inabaláveis as expectativas que apenas e à medida que a Obra cresce e pelo ritmo a que se exponencia, se reforçam ainda mais.
Mais porque o silêncio gerou uma Obra que em crescendo se consolida!
Tendo-se escrito e se dos destinatários não vier qualquer resposta, qual será, por regra, a reacção mais natural?
Voltar a escrever, insistir, desistir ou partir a loiça?
Mas se eu mais não lhes parar de escrever como agora, por este meio o continuo a fazer, concedendo-lhes todo o benefício da dúvida, fundamentando e sustentabilizando aquilo que escrevo sem jamais depreciar os meus destinatários e pese embora o seu silêncio, o que poderá acontecer?
Tudo, nada, alguma coisa?
O quê!?
E a eles, aos meus destinatários, num tempo em que se invoca, a torto e a direito, a Educação de que nem por um momento me aparto, com que coerência ficarão eles se não me derem, mais cedo ou mais tarde, qualquer resposta e, sobretudo, tendo em conta a Obra que vou publicamente desenvolvendo?
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( quando morre um actor, humorista e homem bom como Raul Solnado, o choro que se ouve é o eco do riso que nos legou )
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Agosto de 2009
4 comentários:
A tua reflexão me deixa extasiado, parabéns.
JAIR CORDEIRO LOPES
Seja bem vindo e muito obrigado pelas felicitações!
Tentei corresponder-lhe e seguir também o Seu blogue mas qualquer coisa que não entendo impediu-me de concretizar esses passos.
Logo tentarei de novo.
Uma vez mais, muito obrigado, Seu
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Agosto de 2009
Jair Cordeiro Lopes
Meu Caro,
Nem mais, editei revisto, o poema que aqui Lhe dediquei!
Um grande abraço
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Agosto de 2009
É que a alegria e a tristeza moram juntas, comem à mesma mesa e dormem na mesma cama.
Um abraço,
Maria Emília
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