Quando eu acordo de meu sonho
o que me resta
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Sinto suores frios e uma dor na testa
um arrepio na espinha que me infesta
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Interrogo-me
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Pergunto a mim mesmo se o que está
tudo o que está escrito para trás
se desmorona a zás
se esfuma como a nuvem que parecendo uma figura
logo desfigura a silhueta
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Não
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A nuvem se parecia o que não é
não corresponde ao sonho em que sou
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Nesse
não há vento ou potestade que o torne em pesadelo
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Nesse
o colorido luz no seu sopé
porque permanece escrito em Mi ou Ré
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Nota de música que nos seus cromáticos
se transpõe
vibra como a maré
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Agosto de 2009
2 comentários:
Se o que escrevemos para trás se desmorona, há sempre a surpresa do que escreveremos para a frente.
Este é um poema de Outono, castanho dourado, com folhas a cair e um som de cello ao fundo.
Manuela Baptista
MANUELA
Há, há sempre a surpresa do que escrevemos para a frente e mais ainda se somada ao que escrito fica para trás.
Um beijo
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Agosto de 2009
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